6º Touro – Duarte Fernandes (António Charrua – 610 quilos)
O cavaleiro deixou ambiente e o público reconheceu, batendo palmas a compasso logo após a cravagem do primeiro comprido que até terminou com um forte toque na montada contra as tábuas da trincheira, após ter rematado a sorte. Previamente à efetiva cravagem do primeiro curto que resultou de nota considerável, teve a infelicidade do oponente se ter ido abaixo dos membros, impossibilitando a cravagem da primeira bandarilha curta. A lide, de seguida, elevou-se novamente a patamares estratosféricos, com a cravagem de mais duas bandarilhas curtas, após batidas acertadas ao pitón contrário da rês, rematadas com uma brega a duas pistas exemplar, trazendo de novo o público para o bolso, de onde momentaneamente teria saído. Fechou a atuação com mais dois curtos de levantar praça, desta feita ao estribo, rematando com duas piruetas de um cingimento admirável.
O inicio intermitente não impediu que saísse de Abiul com uma noite triunfal que tão cedo não irá esquecer!
Duarte Fernandes – Volta
6ª Pega – GFA Turlock – Fábio Vieira
A última pega da noite foi efetivada ao quarto intento, após uma série de tentativas, que ou por menor entendimento da investida da rês, ou pela existência de fortes derrotes não fora conseguida antes.
Fábio Vieira – Volta
5º Touro – Miguel Moura (António Charrua – 520 quilos)
O mais jovem de alternativa da casa Moura teve a incumbência de dar lide ao quinto da noite, um castanho da divisa alentejana, que contribuiu para mais uma atuação positiva do ginete. A capacidade que teve para analisar as dificuldades do animal, dando-lhe tempo para que não ficasse tão evidente a falta de força nos membros foi essencial para o conseguir manejar de forma adequada, bregando com a classe que o caracteriza. O momento da cravagem de toda a série de curtos é intocável, não tendo o som que teve no primeiro de seu lote, dada a pouco transmissão da rês. Fechou com dois palmitos, o primeiro dos quais, em terrenos de compromisso, de boa nota.
Miguel Moura – Volta
5ª Pega – GFA Santarém – Tomás Serrano
Para fechar a prestação do grupo ribatejano, avançou o jovem Tomás Serrano, que após uma primeira tentativa de pega, onde não se entendeu com o toiro no momento da reunião, voltou a ‘bater-lhe as palmas’, conseguindo cumprir neste segundo intento, após se fechar à barbela com bastante eficiência.
Tomás Serrano – Volta
4º Touro – Marcos Bastinhas (António Charrua – 605 quilos)
Após receber em redondo num palmo de terreno, o cavaleiro mostrou algum desacerto inicial com a rês que lhe tocou em sorte, passando por um par de ocasiões em falso, o que fez com que a série de compridos que deixou não tivesse o som pretendido.
O toiro tinha qualidade e bastante mobilidade, o que permitiu que a lide viesse em crescendo. O primeiro curto é de muito boa nota, com um imponente quiebro que motivou a concessão de música por parte da inteligência (face ao sucedido nos compridos, julgo ter sido atribuída cedo demais). Fechou a atuação com dois pares e meio, já com o astado parado e sem reação, sendo, veja-se, o público (que assobiou de forma veemente) a pedir que não deixasse o terceiro, mandando-o sair da arena, tal era o número de bandarilhas que tendeu a cravar. É necessário entender o limite do animal e parar na altura devida.
Marcos Bastinhas – Não deu volta, embora autorizada
4ª Pega – GFA Turlock – Joe Pereira
O forcado da formação que se deslocou desde a Califórnia, citou até aos médios, tendo consentido a investida do toiro, fechando-se com qualidade na tentativa inicial.
Joe Pereira – Volta
3º Touro – Duarte Fernandes (António Charrua – 535 quilos)
Saiu mirando todo lo que le rodea e com uma investida pouco franca este exemplar de Charrua. O cavaleiro praticante deixou o primeiro comprido de forma menos ortodoxa, corrigindo a mão logo de seguida e sendo de imediato perdoado entre o conclave. A primeira bandarilha curta, meus senhores, é de levantar o público de qualquer recinto de espetáculos. Atacou a rês por diante, bateu de forma acentuada nos terrenos do animal, cravando de forma cingida, com colocação perfeita. A passagem em falso que se seguiu, por falta de sintonia entre o binómio presente no ruedo, não abalou de qualquer forma, seguindo-se mais três bandarilhas de escândalo! Querem rivalidade? Aqui a têm! Uma primeira parte de luxo!
Duarte Fernandes – Volta
3ª Pega – GFA Santarém – António Queiroz e Melo
A aparente calma com que o forcado escalabitano citou não foi suficiente para que a reunião fosse correta, o que impediu a consumação no primeiro intento. Efetivou-se à segunda tentativa com uma boa ajuda dos seus pares.
António Queiroz e Melo – Volta
2º Touro – Miguel Moura (António Charrua – 660 quilos)
Veio com ganas e para responder o ginete de Monforte. Foi com uma sorte de gaiola, que se deu início à segunda lide da noite. O toiro, sobrado de quilos, saiu pelo seu caminho e não fosse ter-se ido abaixo das mãos no momento do ferro, teria causado ainda mais impacto. A brega a duas pistas exibida foi de muitos quilates, trazendo, sempre que conseguiu, consigo a rês na garupa da sua montada. O primeiro curto foi de muito boa nota, seguindo-se outros dois de nota considerável. Fechou com chave de ouro, ao cravar duas rosas, a primeira após abordar a rês de forma frontal, como está escrito nos mananciais da tauromaquia portuguesa e o segundo entre tábuas após vistosos ladeios.
Miguel Moura – Volta
2ª Pega – GFA Turlock – George Martins Jr.
Sendo a estreia do grupo neste recinto, foi o próprio cabo a assumir a tentativa de pega de caras a este volumoso animal. Citou de forma elegante, consentiu a investida da rês, fechando-se como uma lapa, destacando-se um bom auxilio dos restantes elementos da formação, nesta que foi uma consumação à primeira tentativa
George Martins Jr. – Volta
1º Touro – Marcos Bastinhas (António Charrua – 565 quilos)
Saiu com pata e alegria o primeiro da noite, colorado de capa, perseguindo o ginete que o fora buscar à porta dos currais, tendo tido o mesmo, o mérito de se dobrar de forma entusiasta e tecnicamente perfeita na zona dos tércios. Esteve lidador o cavaleiro de Elvas, bregando com muita qualidade e agarrando o público desde cedo, aproveitando as boas capacidades que o oponente possuía. Preparou as sortes de forma conveniente cravando dois ferros curtos de qualidade. Com a rês a ir a menos, Marcos foi inteligente, terminando a sua atuação com o público a ovacionar, após deixar um ferro em sorte de violino e dois palmitos de forma sequencial.
Marcos Bastinhas – Volta
1ª Pega – GFA Santarém – Francisco Cabaço
Brindando ao muito público que preenche, neste momento, esta castiça praça de toiros e vestindo a jaqueta da mais antiga formação nacional, Francisco citou com classe, avançou a passo, tendo de ir buscar o oponente aos seus terrenos, numa reunião que não sendo ortodoxa, se mostrou eficaz, consumando-se ao intento inicial.
Francisco Cabaço – Volta
Cortesias
A feira taurina das centenárias Festas do Bodo naquela que é considerada a praça mais antiga de Portugal – Abiul – começa esta noite!
O cartel coloca frente a frente três dos mais destacados da última temporada, apresentando-se, esta noite, em praça os cavaleiros Marcos Bastinhas, Miguel Moura e Duarte Fernandes que terão a missão de dar lide a seis toiros pertencentes à ganadaria de António Charrua. As pegas estarão a cargo de duas formações: os Amadores de Santarém e os Amadores de Turlock.
O tauródromo conta, neste momento com uma lotação a rondar os três quartos fortes, sendo a corrida dirigida pela delegada técnica tauromáquica Sandra Strecht, assessorada pelo Dr. José Luís Cruz. É cornetim de serviço, como é apanágio nesta localidade do concelho de Pombal, José Henriques, que é neste momento homenageado, pela banda do Samouco, que criou um pasodoble com o seu nome e que será estreado durante as cortesias.
O cartel de hoje:
Praça de Touros: Abiul (Pombal)
Cavaleiros: Marcos Bastinhas, Miguel Moura e Duarte Fernandes
Forcados: Santarém e Turlock
Touros: António Charrua
Director de Corrida: Sandra Strecht
Veterinário: José Luís Cruz
Lotação: 3/4 fortes
Foto: Rodrigo Viana