São Manços – A tauromaquia em modo Dakar…

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Insistem em querer dizer que temos ódios de estimação e que nos importa a nós, o que dizem, colocamos à porta e que nos importa mesmo, é o respeito pelo aficionado.

A Corrida de Páscoa, em São Manços, além de se “apresentar com calor” excessivo para a época e disso ninguém tem culpa, começou com 8 minutos de atraso e, com pó em quantidades estupidamente avultadas. Pois bem, é curioso que quando actuam certos artistas, existe esta tendência que, irrita quem está na bancada, incomoda e é penoso…

A culpa, é, em última, ou melhor, primeira instância, do Delegado Técnico Tauromáquico, os olhos da IGAC num espectáculo.

O que seria, se na Corrida do Domingo de Ressurreição em Sevilha, os vestidos das senhoras, saíssem encardidos? Vamos lá ter um pouco de brio e respeito por quem paga. Todos!

Actuaram perante casa cheia, os cavaleiros João Moura, António Telles e Luís Rouxinol.

Moura abriu a função lidando o São Martinho e aí, as coisas resultaram apenas regulares, sem grande brilho e em jeito de… “próximo por favor”…

O próximo, foi da ganadaria Passanha, o bravo de serviço e aí sim, Moura sentiu-se mais a gosto desde que entrou na arena, mandando recolher os subalternos, cravando o primeiro bom comprido em sorte de gaiola, a que se seguiu outro de boa nota. Em curtos tudo na mesma fasquia, com batidas ao piton contrário e boas reuniões e aí sim, viu-se Moura. Pena não haver remates ao estilo da “casa”.

António Telles lidou um Veiga Teixeira ao qual o público protestou e pediu devolução aos currais, por ter caído à saída dos curros, parecendo inferiorizado.

Protestos à parte, Telles levou rapidamente a lide por diante e cumprindo na sua passagem pela arena de São Manços.

Tendo por diante um feio Guiomar Cortes Moura, cujo prémio apresentação estava negado à partida, António Telles andou mais em jeito triunfal, levando a efeito bons ferros curtos e três palmitos de boa nota.

No que concerne a Luís Rouxinol as coisas foram meio por meio… A primeira actuação, frente a um Luís Rocha foi a pior, havendo algum desacerto na hora da cravagem comprida, facto que o toureiro pareceu atribuir aos ferros propriamente ditos. Nos curtos cumpriu sem alardes de triunfo. Frente ao Condessa de Sobral e depois dos compridos, andou com o Douro e aí sim, com mais nível e classe, recriando-se na brega ladeada, a terminar com chave d’ouro e um bom par de bandarilhas e um palmito também ele de boa nota.

Lidaram-se reses das ganadarias de São Martinho, Veiga Teixeira, Luís Rocha, Passanha, Maria Guiomar Cortes de Moura e Condessa de Sobral, todos eles a cumprirem, sendo de facto o destaque maior para a rês de Passanha, em apresentação e bravura, vencendo os prémios em disputa, com o júri composto pelos próprios ganadeiros.

A anteceder o início do espectáculo houve ainda lugar a diversas homenagens, nomeadamente aos cavaleiros João Moura e António Telles e ao Grupo de Forcados Amadores de Évora.

As pegas estiveram por conta dos Grupos de Forcados Amadores de Évora e São Manços.

Pelos Amadores de Évora, foram na linha da frente Dinis Caeiro, efectivando ao segundo intento; e Miguel Direito e João Cristóvão ao primeiro intento.

Vestindo a jaqueta da “casa”, ou seja, Amadores de São Manços, estiveram: Diogo Coutinho, Manuel Trindade e Martim Moreno, sendo que todas as consumações foram à primeira tentativa.

O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Agostinho Borges, assessorado pela Médica Veterinária Ana Gomes.

Espectáculo pouco redondo e que pareceu realizado em Dakar…

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