Vila Franca – 90 Anos de uma jaqueta e muita história a cavalo

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Os anfitriões não foram quaisquer uns… O Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, em boa-hora juntou numa só arena, um naipe de Maestros da Tauromaquia, que quiçá, em simultâneo não se voltem a juntar, numa arena de mor importância e prestígio como é a da Palha Blanco.

Depois de um adiamento no passado ano, finalmente levou-se a efeito um Festival Taurino ímpar, em que as jaquetas de ramagens de Vila Franca, carregaram aos ombros uma história de triunfos, valentia e dignidade, pelo que os aficionados se quiseram associar a este evento, preenchendo cerca de três quartos de casa.

Pois bem, os forcados de cara foram alguns desses corajosos que ao longo dos anos pegaram e bem muitos novilhos e toiros. Na linha da frente, estiveram: Vasco Pereira (cabo actual); Vasco Dotti (antigo cabo); António Faria (antigo cabo); Ricardo Castelo (antigo cabo), Carlos Telles ‘Caló’, Ricardo Patusco e Mário Rui Alves. Apenas duas pegas foram consumadas ao segundo intento e cinco, à primeira tentativa.

Primeiros triunfadores encontrados, sendo que, logo a seguir, as reses de Paulo Caetano, maravilhosos para a Festa que se impunha, numa tarde para a História. Volta mais que merecida, dada na ocasião por Moura Caetano.

Terceiros triunfadores: Todos, mas com especial destaque para Paulo Caetano, Rui Salvador e Marcos Bastinhas.

Comecemos por aqui.

Paulo Caetano foi um refresco à vista de todos nós. Em classe nunca se exagera e Paulo Caetano tem disso aos ‘montes’. Bem mas bem a receber o oponente, nas reuniões, cravagens e remates. Lide com soberania e gosto, muito aplaudida como de resto aconteceu com todos os toureiros.

A Rui Salvador sentiu-se um tom de despedida. Poderá efectivamente ser e com isso,
perdemos todos. Depois de ultrapassada a fase de compridos, Salvador abriu o livro e
derramou arte por todos os poros. Entradas frontais, brega da boa e na verdadeira acepção da palavra… Rematou as sortes com afinco.

Marcos Bastinhas foi receber o oponente à porta gaiola, levando-o consigo, deixando bons compridos. Nos curtos, diga-se que houve três bandarilhas de altíssimo nível, com o novilho fechado em tábuas e Marcos a arrancar em sua direcção, fazendo batida ao piton contrário. Terminou com um bom par de bandarilhas, apeando-se da sua montada, como é apanágio da dinastia Bastinhas.

Abriu a função João Moura, numa feliz “reconciliação’ com a Palha Blanco. Bem nos compridos, nos curtos, a evoluir na lide com o decorrer da mesma, sendo muito ovacionado.


António Telles também andou em crescendo na lide do terceiro da ordem. Na ‘sua’ praça, andou cumpridor com a ferragem inicial, elevando o tom nos curtos, reunindo nalguns dos casos de forma exímia.

Luís Rouxinol tentou cravar os compridos com imponente batida ao piton contrário, contudo, perdeu-se o efeito-surpresa que de resto era o pretendido pelas duas passagens em falso. A restante actuação foi apenas em tom regular, terminando com um bom par de bandarilhas
depois de ter deixado meio par à primeira passagem.

João Salgueiro, foi autor de uma exibição à sua ‘moda’, com momentos geniais mesclados com outros de menor relevo. Ainda assim, conta-se a garra da sua prestação, consentindo talvez por isso, um fortíssimo toque na montada. Passagem ainda assim com dois ferros de quilates abastados.

Antes do início do espectáculo, a arena vilafranquense, foi testemunha de diversas Homenagens aos artistas elencados, com a presença no ruedo, de Maria da Luz Rosinha, Fernando Paulo Ferreira e a Embaixadora espanhola em Portugal.

Tarde incrível, despojada, ritmada, com direcção justa de Lara Gregório de Oliveira, com assessoria veterinária de Jorge Moreira da Silva.

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