A coerência manda dizer quando é mau e mais ainda, obriga a dizer quando é bom!
A corrida que hoje à tarde cumpriu a tradição na Praça de Touros do Cartaxo, foi entretida, rápida no que à sua duração concerne (2h30) e sem pó!
Pois bem, entretida porque Miguel Moura e Salgueiro da Costa deram tudo de si, contando-se ainda com a alegria e jovialidade de Tristão Ribeiro Telles; rápida, porque apesar do intervalo de 10 minutos, o minuto de silêncio em memória de Fernando Maltez e João Borges e voltas dos intervenientes após lide dos seis touros, não houve outros tempos mortos e sem pó, em dia de calor, provando-se que houve quem pensasse no tema, antes do dia da corrida e no próprio dia também…
Há organizações que fazem crer que o bom também é possível e uma palavra ainda, para a boa condição sobretudo visual, em que se encontram as bancadas do tauródromo cartaxense.
Lidaram-se reses da ganadaria do Eng. Jorge de Carvalho, com mobilidade e talvez um “tantito” de escassez de forças, mas que apesar de um ou outro mais complicadotes, serviram na generalidade ao sucesso do espectáculo, com meia casa forte ou mesmo, poderá dizer-se dois terços, com os sectores de sol a resultar penalizados pelo fortíssimo calor que ali se fazia sentir às 16h00.
Miguel Moura tem uma primeira actuação onde a palavra de ordem é o mérito. O toiro desde início mostrou estar muito mais focado na bancada e na trincheira, pelo que Miguel teve de porfiar para lhe mostrar montada a todo o instante e dali retirasse “faena”…
Bem e seguro em todas as abordagens.
Contudo, foi no segundo do seu lote que deu um verdadeiro show de brega. É disto que todos falavam na bancada. No seu estilo moderno e puro, no seu semblante dissemelhante de tudo o resto e do seu carisma que sim, tem… Além das reuniões e bandarilhas deixadas de boa forma, foram os remates que verdadeiramente brilharam e muito. Bonito e estético triunfo.
João Salgueiro da Costa foi outro “caso” do festejo cartaxense. Impecável na sua primeira actuação, com bandarilhas de grande valor e remates inteiros, cadenciados e muito profundos numa lide em crescendo. Actuação construída a passo, com quilates e que será certamente uma das suas a recordar na temporada 2023. Na segunda, andou também bem, deixando ainda assim uma última curta que sobressaiu por entre as demais e que levantou praça.
Tristão Ribeiro Telles tem graciosidade e valor, não precisando de “muito” para dar nas vistas.
A sua primeira prestação foi em tom regular, pese embora um toque aquando da cravagem do primeiro comprido. Frente ao segundo do seu lote e portanto o que encerrou praça, houve mais irregularidade e intermitência, sendo que de todo este processo, se retira a última bandarilha, aquela em que Tristão quis mostrar “quem era…”.
As pegas estiveram por conta dos Grupos de Forcados Forcados Académicos de Elvas, Amadores de Arruda dos Vinhos e Amadores do Cartaxo.
Pelos Académicos de Elvas, foram na linha da frente, os forcados Gonçalo Machado, ao segundo intento e; Eduardo Belfo, à terceira tentativa.
Vestindo a jaqueta de Arruda dos Vinhos, pegaram Edgar Simões e Hélder Silva, em funções concretizadas ao primeiro intento.
E finalmente, pelos Amadores do Cartaxo, estiveram Bernardo Sá, efectivando ao primeiro intento, bem como José Oliveira, apenas com uma tentativa.
O espectáculo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Manuel Gama, assessorado pelo Médico Veterinário, José Luís Cruz.
[Best_Wordpress_Gallery id=”20″ gal_title=”Cartaxo, 01 de Maio 2023″]Fotos: João Dinis