O governo português embrenha neste momento toda a sociedade portuguesa em folhetins mexicanos de paupérrimo nível. O caso Galamba a comprovar o que digo e sobretudo, a distrair as atenções de todos nós dos verdadeiros problemas que assolam o nosso país e que constituíram e constituem não mais que enormes problemas sociais.
A escassez de solvência financeira, é uma questão com a qual nos enfrentaremos, mas… que importância tem isso? Que importância tem que as empresas estejam com uma taxa de esforço importante e que por isso reduzam o efectivo de colaboradores/emprego ou mesmo, fechem portas? Que importância tem, que os hospitais encerrem urgências por falta de médicos e outros profissionais de saúde? Que mal tem que os professores andem de mochilas às costas e que por isso façam greves atrás de greves? Que interessa se as greves de transportes, nomeadamente comboios, prejudica, quem todos os dias tem que chegar ao local de trabalho a tempo e horas. Pois bem, o que importa de verdade é que o Ministro João Galamba seja o protagonista do momento e que a imprensa, vá atrás deste tema, como se da TV7Dias se tratasse (com todo o respeito à referida publicação mas que como todos sabemos, disserta sobre os próximos episódios das novelas dos diversos canais).
Na tauromaquia a coisa anda mais ou menos na mesma.
Os verdadeiros e importantes temas ficam para trás e arranjam-se outros para distrair o pessoal…
Pois escreve-se por aí sobre uma providência cautelar para devolver os fotógrafos às trincheiras. Fala-se também que os meninos birrentos e sedentos da visibilidade que uma trincheira dá e que os faz sentir importantes, não fotografaram na Chamusca, em sinal de protesto. Não só está errado, como reforça que esta grupeta nunca toma uma decisão que leve até ao fim.
Fala-se também que houve permissão para a trincheira de Coruche, induzindo os leitores a pensar que esse facto esteve relacionado com a “tal” providência cautelar. Só que não. Coruche sempre teve luz verde para fotógrafos na trincheira, desde o primeiro dia do tal despacho da IGAC.
Sejamos francos. Estas historietas interessam a quem? Algum toureiro ou a sua Associação se preocuparam em resolver o tema ou pelo menos em intervir, tendo em conta que a imagem dos seus associados tem e deve ser alimentada/divulgada?
As iniciativas para resolver o tema, não podem, nem devem ser tomadas individualmente, correndo-se o risco de piorar a situação.
Continuemos portanto no esquema em que o cavaleiro ou grupo de forcados dá uma senha ao seu fotógrafo, zelando pela sua imagem mas pouco se ralando para a divulgação mais abrangente. Cada um no seu quadrado e nós aqui, também, numa não questão.
Aqui no TouroeOuro ninguém sofre de crises de protagonismo. Há vida para além da tauromaquia e uma crítica pode e deve fazer-se do local possível.
Se achamos a medida da IGAC incoerente quando nas trincheiras podem estar os amigos e os repórteres de imagem não? Claro que achamos!
Distraídos que nos querem fazer com este episódio do folhetim “Trincheiras, sim ou não?”, voltemos ao que realmente interessa.
Novidades da Praça de Touros de Setúbal? Há? Prótoiro, algo a dizer sobre este tema ou, devemos esquecer, colocando um pé em cima da história da tauromaquia, enquanto vocês Prótoiro, pagam anúncios nas redes sociais de algumas das corridas da temporada.
Ah pois é? Pagaram anúncios de Coruche? Pagaram anúncios de Alenquer? Pagaram anúncios de outras corridas ou é mesmo só Santarém?
Prótoiro, e como estão os Processos Judiciais de Viana do Castelo? De Póvoa de Varzim? A Justiça em Portugal é lenta. Mas é tão lenta?
E que ideias tem a Prótoiro para devolver a tauromaquia ao Algarve?
E que ideias tem a Prótoiro, para encetar diálogo com quem de direito, de forma a devolver a tauromaquia a Lisboa, no número e plenitude que merece?
Que ideias temos todos para que a máquina ande “limpa” e que não haja empresários e empresárias que são directores ou trabalham num órgão de comunicação, expurgando-lhes assim toda e qualquer isenção?
Que julgam os agentes da Festa do fraquíssimo poder económico de alguns dos empresários lusos, que deixam dívidas e mais dívidas de uns anos para os outros e organizam corridas em desmontáveis como se não houvesse amanhã e ainda fazem caridade publicitada com pompa, quando os seus compromissos não conseguem assumir?
Que legitimidade, têm os empresários para se chatear com a imprensa, quando com ela não cumprem os mínimos e apenas cedem a chantagens e pressões…
Que legitimidade tem a festa no geral, quando pura e simplesmente ignora como tema, que a ganadaria Pinto Barreiros tenha sucumbido?
Que moral tem os empresários que apenas pagam a certa imprensa para ler os adjectivos lamechas aos seus toureiros e de preferência não ler uma crítica?
Que moral, têm outros empresários, quando sistematicamente vendem os “seus cartéis” para fugir aos encargos com os mesmos?
E a venda de gato por lebre, será poupar os aficionados a certas desilusões e querer que voltem? Será que se pode basear a publicidade de uma corrida, numa praça de primeira, com um “curro bebé”?
Têm a certeza que querem falar dos retratistas e bate-chapas na trincheira?
Esta é uma não questão e que apenas interessa aos “Galambas da Tauromaquia”!