Bonita, muito bonita estava a Praça de Touros de Salvaterra de Magos, para receber a Corrida do Tomate, que era em simultâneo um Concurso de Ganadarias, já tradicional por esta altura do ano.
As obras de restauro do tauródromo, deram-nos a todos uma sensação de jovialidade da tauromaquia, cuidado e primor, sendo que de enaltecer é também a limpeza da mesma, revelando que houve atenção aos pormenores. Assim, sim!
O público correspondeu ao chamado, sobretudo no que aos sectores de sombra concerne, preenchendo-os por completo. No sol também boa entrada, totalizando-se algo parecido com três quartos de entrada.
O Concurso de Ganadarias foi então composto por reses de (por esta ordem) São Marcos, Passanha, Veiga Teixeira, D. Luís Terrón, Varela Crujo e Ribeiro Telles, sagrando-se vencedores as ganadarias Veiga Teixeira e Passanha, em Apresentação e Bravura, respectivamente.
Cartel com elenco equestre formado por Ana Batista, Marcos Bastinhas e João Ribeiro Telles.
Ana Batista lidou os toiros de São Marcos e D. Luís Terrón.
Frente ao São Marcos, andou de menos a mais. Pouca certeira nos compridos, recuperando “sítio” nos curtos, terminando a função com fulgor e o respeito do público da terra. O seu toiro não deu tréguas, adiantando-se na viagem, obrigando a ginete a recalcular terrenos.
Na lide do segundo e depois de novamente mais irregularidade na fase de compridos, Ana Batista empoderou-se em curtos, deixando as três últimas bandarilhas de excelente forma. O toiro que teve por diante nada transmitiu e nada emprestou à função.
Marcos Bastinhas enfrentou-se com exemplares de Passanha e Varela Crujo.
O toureiro alentejano foi receber o primeiro à porta gaiola, cumprindo a ferragem inicial de boa forma, seguindo ainda para uma série de curtos com pronunciada batida ao piton contrário e remates em piruetas. Terminou com um palmito e bom par de bandarilhas, numa lide entusiasta e que contagiou o público.
No segundo, Bastinhas andou com a mesma vivacidade e ritmo. A sua lide atingiu o ponto máximo com a cravagem de um palmito e outro, mas desta feita ‘al violin’.
João Ribeiro Telles teve por diante os astados de Veiga Teixeira e David Ribeiro Telles.
Telles foi receber também o seu “inimigo” à porta gaiola, deixando regulares compridos. Nos curtos e em sortes bem executadas, destacou-se sobretudo numa brega de bom nível, empoderado na escolha dos terrenos. Terminou com um palmito de boa nota.
Frente ao segundo do seu lote, um toiro mais pequenote mais ainda assim rematado e a colaborar, Telles foi autor de uma exibição com duas fases distintas. Uma delas em que utilizou o temple e cadencia, bregando com suavidade e estética e outra, em que deixou três curtas com o “impacto” do Ilusionista.
Feliz passagem por Salvaterra.
As pegas estiveram a cargo dos Grupos de Forcados Amadores de Montemor e Coruche.
Para a cara dos toiros, vestindo a jaqueta de Montemor, foram: José Maria Marques e Francisco Borges, ao primeiro intento; sendo que a terceira pega do lote, foi consumada de cernelha por António Pena Monteiro e Luís Vacas de Almeida, em jeito de dobra das primeiras três tentativas de caras feitas por Manuel Carvalho.
Na linha da frente, representando os Amadores de Coruche, estiveram: Martim Tomás, João Prates e David Canejo, à primeira tentativa.
O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Tiago Tavares, assessorado pelo Médico Veterinário José Luís Cruz.
Fotos: João Dinis
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