Foi sem dúvida uma corrida de triunfos diversos e quiçá, uma noite para recordar no Campo Pequeno, quanto mais não fosse, por ter sido uma vez mais, o palco de um “doutoramento” em tauromaquia.
António Telles filho esteve bem, os restantes toureiros também e todos os que pensaram e levaram a efeito este espectáculo, idem… Telles de parabéns e a Ovação e Palmas, de Luís Miguel Pombeiro também, sendo que esgotar uma corrida a 24 horas da realização da mesma, é cada vez um feito heroico, mas prova provada, que uma boa promoção faz a diferença.
Mais do que isolar um triunfador, importa referir que os cinco Telles brilharam em apontamentos, em correcção e fizeram de uma série de momentos felizes, uma Festa com glamour e categoria.
António Telles filho lidou bem, confiando-se a passo e sobretudo, com a preocupação de fazer as coisas bem. A sua prestação foi aumentando de qualidade à medida que a mesma ia decorrendo e sim, saldo mais que positivo e uma noite para se orgulhar, com a primeira lide brindada a sua Mãe e irmã. Já se sabe, padrinho o seu pai e testemunhas, os primos.
António Telles lidou o segundo da ordem, um toiro que não colaborou em muito, mas ao qual o mestre da Torrinha conseguiu dar a volta com ofício. A fase de compridos não foi “aquela coisa”, com uma tentativa de sorte de gaiola, com o toiro a mudar a trajetória e por isso a inviabilizar a sorte… Passemos aos curtos e aí sim, uma série de boas demonstrações, com um segundo curto de grande, grande beleza e muitos quilates em qualidade.
Manuel Telles Bastos, ao contrário do seu tio, tem dois compridos de se lhe tirar o chapéu, andando mais morno com as bandarilhas, sendo que ainda assim, actuou em crescendo. Boa prestação, dentro daquele seu timbre alegre, mas simultaneamente clássico.
João Ribeiro Telles foi autor daquela que foi talvez a actuação mais estridente. Recebeu o oponente à porta gaiola, levando-o consigo, cumprido de boa forma a ferragem inicial. Em curtos e primeiramente, uma lide ligada, em curtas distâncias e depois, duas curtas com o Ilusionista, que fizeram levantar o público dos seus lugares.
Tristão Ribeiro Telles viu o seu toiro ser devolvido por se encontrar aparentemente desquadrilhado e depois do tempo de embolação, lidou o sobrero de forma muito correcta e alegre, deixando com regularidade a ferragem da praxe.
O sexto toiro foi lidado à moda da Torrinha, ou seja, um toiro para todos, embora não tenham coabitado mais que dois toureiros ao mesmo tempo na arena. Primeiro Manuel Telles Bastos, nos compridos, depois João e Tristão e depois, António Telles e seu filho. Actuação diversificada, com conotação mais emotiva que outra coisa.
As pegas estiveram por conta dos Grupos de Forcados Amadores de Santarém e Vila Franca.
Para a cara dos toiros, vestindo a mais antiga jaqueta portuguesa, Santarém, estiveram o cabo Francisco Graciosa e Joaquim Grave, efectivando ao segundo intento e; João Manoel e Miguel Tavares, de cernelha.
Pelos de Vila Franca, foram na linha da frente, o cabo Vasco Pereira, consumando uma grande pega, com uma também muito boa primeira ajuda, à primeira tentativa; Rafael Plácido, ao terceiro intento e; Guilherme Dotti, ao primeiríssimo intento.
Os toiros da ganadaria de David Ribeiro Telles primaram em apresentação, saindo a cumprir em comportamento, sem que no entanto, deslumbrassem.
O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Tiago Tavares, coadjuvado pelo médico veterinário, Jorge Moreira da Silva.
Fotos: João Dinis