Todos quantos somos aficionados, temos neste momento motivos para regozijar com a saúde da tauromaquia.
Repare-se que desde Maio, contamos três praças esgotadas, como exemplo disso são a Moita, Vila Franca e Campo Pequeno, sendo esta última, um verdadeiro caso de sucesso. Esgotar uma corrida a cerca de 24 horas do início da mesma, é coisa que em Portugal não acontecia há algum tempo.
Penso e devemos pensar todos nos verdadeiros e amplos motivos do sucesso deste espectáculo, que teve como primeiro enorme triunfo (à parte dos que Vos contámos em DIRECTO e depois numa ampla reportagem) o interesse dos aficionados e de um público mais generalista, que voltou a ver numa corrida de touros, uma oportuna saída à noite, em pleno verão, numa sexta-feira, num tipo de espectáculo/evento, que pode e deve estar na moda.
O primeiro dos factores que garantiu sucesso, foi certamente o prestígio da Dinastia Telles. Ainda e sempre “vistos” como uma referência de classe, elegância e sentido de clã que estão hoje e sempre em voga, numa fase da vida em que a desunião em diversos temas da vida social é uma constante.
Obviamente, que o clã, tem os seus muitos seguidores, sobretudo porque os cinco elementos em causa, conseguem congregar uma diversidade de estilos abrangentes a vários gostos e correntes na tauromaquia.
Mais e não menos importante e à parte do restante elenco ganadeiro e também das jaquetas de ramagens – não desprezíveis, há e houve a questão primordial chamada – promoção e divulgação! Houve um inquestionável empenho por parte de Luís Miguel Pombeiro e da sua empresa Ovação e Palmas, em divulgar e propagandear o acontecimento como isso mesmo, um acontecimento! E foi! Bem como houve, da parte dos artistas, uma também evidente preocupação em conceder entrevistas, participar em reportagens e em alimentar os generalistas com o tema da alternativa de António Telles filho.
Pois bem, entenda-se e conclua-se, que o prestígio, o sentido de que uma corrida não é apenas e só uma junção de nomes e a promoção, são portanto as mais importantes premissas para o sucesso de bilheteira de um espectáculo tauromáquico.
Mas equacione-se mais uma coisita ou outra… Em poucos anos, perdemos palcos de relevo, como Cascais, Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Albufeira e Setúbal e… o próprio Campo Pequeno, com uma redução abrupta do número de corridas. Claro está, que vislumbrar no horizonte que a mais importante praça de touros do país, apenas abrirá portas à tauromaquia por quatro vezes ao ano, faz com que a procura seja maior.
Não nos enganemos! Olhemos para Setúbal e para o dia 22 de Julho e a corrida que não haverá, para o dia 29 de Julho e a corrida que não haverá e para o dia 5 de Agosto e a corrida que não haverá (e a pena que isso me dá…)… Estamos bem assim? Achando que afinal até estamos todos na senda do êxito?
Experimentem passar a apenas uma corrida na Moita, Vila Franca, Évora, Alcochete, Montijo e Campo Pequeno e veremos, que todas esgotarão e que ainda haverá quem diga que a Festa afinal, está de parabéns, tapando-se o sol com a peneira que é aquilo que a Prótoiro faz de melhor… olhar para o lado e assobiar!
Ainda assim e de forma genuína, parabéns à Família Telles, a Luís Miguel Pombeiro e à visão de quem percebeu que era e foi um acontecimento.