Messejana – Rouxinol empolgou e mandou!

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Se esgotar uma praça anos e anos consecutivos não é um motivo de regozijo… Este é o primeiro e maior triunfo da noite, desta e de tantas outras e um trabalho bem feito por parte da organização encabeçada pelo dinâmico e sério Rui Palma.

Da corrida, há a contar uma das melhores noites dos últimos tempos por parte de Luís Rouxinol, de quem a entrega não se mede pelas tipologias dos tauródromos onde actua. Pois bem, se frente ao primeiro actuou em crescendo, evoluindo com o Douro, deixando bom tom, com os ladeios e suavidade desta montada, numa função com epílogo num bom par de bandarilhas; frente ao segundo do seu lote, esteve simplesmente magistral. Bem de verdade a receber um toiro corpulento, enorme e que na minúscula arena alentejana deu voltas e voltas atrás da montada… Armou-se o taco, culminando-se num bom comprido, que teria valido música imediata. Haja sensibilidade…! Nos curtos, outro recital, com as reuniões perfeitas, emotivas e os remates de grande nível. Triunfo maior.

Francisco Palha foi autor de uma primeira actuação francamente boa, com bons compridos e muito bons curtos, dono de uma concepção lidadora ao mais alto nível, aproveitando a boa condição do oponente. Frente ao segundo tudo resultou mais morno, sobretudo por culpa do seu “inimigo”, o pior do festejo, com menor transmissão. Palha lidou desta feita o sobrero, cortesia da empresa, pois o segundo do lote do toureiro citado já tinha um ferro comprido, tendo que ser devolvido face à sua condição fisicamente diminuída. Em ambos os toiros deixou violinos e palmos e pese embora ter actuado à tarde em Caldas da Rainha, notou-se a disposição.

Luís Rouxinol Júnior não gosta de perder e por isso, entra em praça com raça e assim foi nas duas ocasiões em que passou pela arena alentejana.
Bem nos dois touros, no primeiro com ladeios e remates mais vistosos, no segundo, com um toureio mais objectivo, mas bem… Terminou a sua segunda exibição, com um par de bandarilhas e palmo de boa nota.

As pegas estiveram por conta dos Grupos de Forcados Amadores de Cascais e Beja.

Vestindo a jaqueta de Cascais, pegaram de caras: Afonso Cruz, ao primeiro intento; Ricardo Silva, também à primeira e; Roberto Alexandre, ao segundo intento.

Na linha da frente pelos Amadores de Beja, foram: Salvador Santana, à segunda tentativa; Pedro Fernandes, à primeira e; José Tiago, também à primeira tentativa.

Lidaram-se touros de Passanha (a cavalo) de bom jogo no geral, premiado o quinto e o sexto com volta à arena do seu criador. Destaque ainda para a excelente apresentação do curro, digno de uma praça de tipologia mais elevada.

António João Ferreira foi autor de presença muito digna na Messejana. Andou bem na forma como recebeu o ‘comboio’ que saiu pelos curros, lanceando à veronica. Já com a flanela rubra, rubricou faena agradável e com valor, com séries por ambos os pitons, com remates com passes de peito , havendo ainda lugar para desplantes.

A pé lidou-se um toiro de Fontembro, de trapio e que apenas “serviu” sem destaque digno de alardes.

O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Rúben Fragoso, assessorado pelo Médico Veterinário, Carlos Santana.

Fotos: João Dinis

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