Opinião D’Ouro – Antes era demência, agora é loucura!

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Sabe Luís(Sarmento), já estou cheia de saudades suas…
Lembra-se das nossas tantas conversas sobre o estado da tauromaquia? O Luís saiu disto há meros quatro anos e a sua tauromaquia, ao tempo com sinais de demência, está agora a viver a loucura total…

Se ao tempo nos abordavam perguntando onde estavam as bombas, ou se o ameaçavam dizendo que já tinham ido à Polícia apresentar queixa sabe-se lá de quê, a verdade é que nestes quatro anos, tudo ficou bem mais nivelado por baixo.

Agora, a moda, é numa primeira instância dizer que nós, “o pessoal que reporta uma corrida”, vulgo, jornalistas, são “tontos”, “coitadinhos”, que não percebemos nada ou que não vimos a mesma corrida… falta-se ao respeito com uma facilidade aterradora.

O seu tempo, de classe, fino trato e educação, já foi… agora, além das redes sociais que utilizam para denegrir o nosso trabalho, feito com a clarividência de sempre, utilizam também a pressão de nos dar uma credencial para o sol numa tentativa de achincalho, achando que isso é uma demonstração de poder, ou mesmo, negam uma trincheira, ou ainda, passam à agressão física.

O empresário que trazia as “bombas” na boca, fez escola!

E a imagem do fato e gravata que Salgueiro um dia disse ser primordial, é agora o único requisito que julgam ser indispensável para ser empresário.

A chatice é que neste momento, nos “chineses” já há factos baratos e “qualquer um” pode comprar!

Luís, confidenciou-me a sua Sara, que tinha saudades das nossas aventuras. E foram tantas. Tão boas. Tão sinceras. Tão honestas.

Disse-me também a Sara, que foi aos touros a Espanha porque isto aqui… Sabe uma coisa? Fez bem. Os jornalistas em Espanha, são capazes de fazer ou desfazer uma Figura. São respeitados ou odiados. Mas existem com a força que têm. E têm!

Cá só temos fotógrafos, que correm pelas trincheiras fora, não entendendo que vão correr por pouco tempo… Qualquer dia, correm na bancada definitivamente.

Aqui os poucos jornalistas que há também têm força. Viu os comentários às crónicas de Coruche e Arruda nas redes sociais? Viu que apenas os intervenientes ou personagens do seu entorno reclamam? Viu que os verdadeiros aficionados, apoiam os nossos escritos e dizem que falamos verdade? O que mais importa? Nada!

O Luís dizia muitas vezes que éramos “tesos”! E somos, tanto… E o Luís sabia disso.

Felizmente, eu e o João, o “nosso” Rodrigo, damos o peito às balas… tudo, pela verdade!

Sei que se orgulhará de nós. Nós, os maiores quando enaltecemos um triunfo, nós, os maiores quando querem ajuda porque os filhos estão a começar, nós os maiores, quando querem fotos à borla, nós, os maiores, para fazer crescer um toureiro ou engrossar as vendas. Nós, os “filhos da mãe” quando não leem o que querem ver escrito e não veem que o insulto maior é dizer que foram embora a meio de uma corrida porque não aguentavam mais estar naquele espectáculo.

É esta a loucura Luís. Os fatos talvez mais modernos, mas com muito menos classe que antes.

Alegre-se, não teve ovações pelo seu excelente trabalho na tauromaquia, mas teve na sua despedida, quem de si gostava de verdade. Eu, o João, o Pedro com a sua costumeira classe e elegância. Estavam os que importam, porque somos assim, selectivos o suficiente para andar nisto, falar com eles, e estar rodeados apenas dos bons…

Vá dando um olhinho por nós, dê-me força para continuar neste mundo de desmontáveis com toiros a cair aos bocados, com malta a presumir a e dever, com grupos de forcados que não pegam onde deveriam pegar… Com toureiros que não se incluem nas Feiras das suas zonas porque os empresários/apoderados estão zangados. E tanto haveria por dizer…

Contas que não se fazem. Calotes que não se pagam e… e são os maiores!

Luís, vá acompanhando o TouroeOuro como me disse a sua Sara que fazia todos os dias. Grata por isso. Grata por dizer à sua menina que gostava de nós. Eu sabia que sim. Eu sei que sim.

Grata por tudo. Até pelo facto de ficar a olhar por nós, guiando-nos neste mundo de loucura.

Dê um abraço dos seus, dos apertados ao João Cortesão.

Beijinho,

Solange (e… João, agora muito menos mal disposto nas viagens)

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