Foram excelentes e deram contributo importante para o triunfo de João Moura Caetano e Marcos Bastinhas. Os toiros de Irmãos Moura Caetano estiveram bem apresentados, tiveram mobilidade e deram as cartas para parte do repoker que constituiu a noite da primeira corrida da Feira Taurina, com palco no Campo Pequeno.
As substituições, foram afortunadas, felizes para os toureiros que as protagonizaram e felizes para todos nós que podemos ver os seus respectivos desempenhos.
Neste jogo de Poker, Luís Miguel Pombeiro, contra todas as expectativas e maus auguros, fez um repoker, com naipe de Ases, ainda assim, não tendo ganho a cartada que se impunha, da casa cheia…
Pois bem, fica a triste convicção, de que todos falam mas na hora “H”, faltam ao chamado e cedem às más publicidades. A tauromaquia em geral e o Campo Pequeno em concreto, ter-se-iam defendido com uma casa cheia e não menos que isso.
Voltemos ao elenco equestre. Ganharam ambos. Caetano e Bastinhas começaram por lidar a duo e tal não foi o espanto de conseguirem enorme harmonia nas suas exibições. Bonitos efeitos na brega, ladeios e bom gosto com epílogo em dois palmitos.
Caetano, a solo foi autor de uma das suas melhores actuações no Campo Pequeno. Bem de verdade, com poderio, em senhor, com classe e à vez, perfeito domínio da situação. Depois dos compridos deixou uma serie de curtos para ninguém colocar defeitos. Houve hermosinas, remates muito vistosos, reuniões perfeitas. Tudo em uníssono com o oponente, com o seu cavalo Campo Pequeno e claro está, com o público que o acarinhou.
Bastinhas, com um conceito distinto, andou também em elevado plano e a provar que a efusividade, quando em bom, tem o seu lugar. Foi receber o toiro à porta gaiola, cravou os compridos e depois, duas bandarilhas com batida ao piton contrário. Um violino, um palmo e um muito bom par de bandarilhas.
As pegas estiveram por conta do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, sendo que na linha da frente, estiveram os forcados Nuno Fitas, Daniel Batalha e João Varandas, em efectivações ao primeiro intento, numa grande noite para a formação da capital.
As substituições de Cayetano Ordoñez e Morante de la Puebla, trouxeram ao Campo Pequeno a possibilidade de desfrutar de bom toureio a pé.
Com o respeito que se impõe face às figuras citadas, percebe-se agora que há males que vêm por bem.
Manuel Jesús ‘El Cid’ apresentou-se no Campo Pequeno com a responsabilidade de substituir o seu conterrâneo Morante. Não desiludiu, deixando o perfume da sua mão esquerda frente ao Calejo Pires, bom mas escasso de forças, numa série de naturais verdadeiramente importante. Ainda assim, a flanela rubra andou por mais tempo na mão direita, num saldo final de elevado tom. Foi muito ovacionado e também depois de se ter enfrentado com o segundo do seu lote, de Varela Crujo, a quem o público agradeceu o esforço inglório de tentar retirar água de um poço seco.
Manuel Dias Gomes teve quiçá a noite mais importante da sua vida, não no Campo Pequeno, mas em qualquer tauródromo. Bem de verdade frente ao Varela Crujo, a inventar toiro. Lide de mérito e até mesmo de ofício, de valor. Na segunda, novamente outra grande actuação, com fino recorte, com estética, lentidão e profundidade. Triunfo forte, muito forte com o Calejo Pires.
Corrida com ritmo, agradável e descomprometida, a revelar que a arte teve cinco Ases e que Pombeiro saiu triunfador com as presenças de Caetano, Bastinhas, Forcados de Lisboa, Cid e Gomes.
O espectáculo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Ricardo Dias, assessorado pelo Médico Veterinário, José Luís Cruz.
Fotos: João Dinis