Muito, mas mesmo muito calor na última corrida da temporada chamusquense.
Qual Agosto qual quê… A catita praça de touros da Chamusca, sofreu a bom sofrer e registou uma fraca entrada de público nos sectores soalheiros, compondo bem a lotação nos sectores de sombra, onde ainda assim, a “coisa” era quase insuportável.
O espectáculo integrado na Festa Eh Toiro, tinha como composição inicial, os cavaleiros João Moura Caetano, Marcos Bastinhas, Miguel Moura, Luís Rouxinol Júnior, Paco Velasquez e Tristão Ribeiro Telles, contudo, e sob atestado médico, Marcos Bastinhas foi substituído por Joaquim Brito Paes.
Corrida longa, que se iniciou 15 minutos mais tarde, alegando-se calor, sendo assim um “prémio” aos que chegaram cedo e que ironicamente, tiveram de esperar (alguns ao sol), mas quinze minutos que o festejo se iniciasse.
A espectáculo no geral não foi dos piores, mas também não foi dos melhores, antes pelo contrário… Nada que se recorde com afinco nas próximas jornadas.
João Moura Caetano cumpriu com regularidade nesta sua passagem pela Chamusca, deixando de forma correcta a ferragem da praxe.
Miguel Moura foi um dos dois que fez o melhor da tarde. Bem e em crescendo, terminou com dois ferros colossais, rematando-os de forma esteticamente bonita e com muita profundidade, colocando o público em pé.
Luís Rouxinol Júnior andou e como sempre, em tom lutador e com raça. Depois dos compridos, deixou uma série de curtos regulares, destacando-se uma das bandarilhas pela reunião mais ajustada.
Joaquim Brito Paes entrou pela porta das substituições, mas, não se quis ficar para trás. O seu labor decorreu em tom crescente, valorizando-se aquando da saída à arena da sua última montada. Com ela deixou dois curtos de muito boa nota.
Tristão Ribeiro Telles foi feliz na Chamusca, sendo dele, um dos mais homogéneos momentos do festejo. Actuação alegre, com boas reuniões e sentido rítmico.
Paco Velasquez actuou antes de Tristão Ribeiro Telles, contudo, enfrentou-se com um toiro enfraquecido e débil no que a forças concerne e que acabaria por condicionar a vida ao toureiro, que se viu e desejou para deixar a ferragem curta, chegando mesmo a sair com a última bandarilha na mão sem a cravar. Nota de destaque maior para a sua quadrilha composta por Sérgio Nunes e João Oliveira, com labor importante na lide deste toiro, colocando por diversas vezes o oponente em sorte para que o toureiro o pudesse bandarilhar, o que ainda assim não foi “fácil” para o ginete.
Sentindo que não tinha tido a passagem desejada, o toureiro resolveu ofertar ao público chamusquense a lide do sobrero. Actitude louvável para uns, aborrecida para outros, isto parafraseando os aficionados presentes na bancada, pois afinal de contas, o toiro foi apenas manso, alegando o público que o mesmo deveria ter sido devolvido aos currais pela sua falta de condição de lide.
Esta actuação a encerrar a calorosa tarde, foi pautada pela regularidade, com epílogo num par de bandarilhas, deixado após algumas passagens em falso.
As pegas estiveram destinadas aos Grupos de Forcados Amadores da Chamusca e Aposento da Chamusca.
Pelos Amadores da Chamusca, pegaram de caras João Narciso e Miguel Silva, efectivando ao primeiro intento e; Francisco Rocha, ao segundo intento.
Vestindo a jaqueta do Aposento da Chamusca, estiveram na linha da frente Tomás Duarte, concretizando à quarta tentativa; Vasco Coelho dos Reis, à primeira e Alexandre Mira, à segunda.
A pega do toiro sobrero foi consumada em grupo misto, por Nuno Marques, à segunda tentativa.
Lidaram-se toiros da Casa Prudêncio, correctos em apresentação, tendo em conta a tipologia do tauródromo, mas que diferiram em comportamento, denotando-se escassez de forças a todas as reses. O criador João Santos Andrade deu volta após a lide do quarto da ordem.
O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Ricardo Dias, coadjuvado pelo Médico Veterinário, Jorge Moreira da Silva.
Fotos: João Dinis