Todos o dizem e é por isso já, uma verdade universal. Depois de Pedrito, abriu-se um fosso gigante no que ao toureio a pé concerne… Obviamente que, ainda que em número diminuto, houve e haverá sempre incursões das Figuras mundiais a Portugal, pena que nem sempre, como muleta dos toureiros portugueses, de forma a dar-lhes um imput em reconhecimento…
Pois bem, este ano todos apostaram em Morante, quer em Vila Franca (em Outubro) naquele que seria um segundo round nesta praça, sendo que o primeiro foi bom, como para Lisboa, e pela ordem cronológica inversa, falhou a uma e outra. Ninguém morreu, antes pelo contrário, abrindo-se uma “janela de oportunidade” para ver outros rostos, com presenças dignas e muito ovacionadas. Manuel Jesus ‘El Cid’, reapareceu no Campo Pequeno. Não deslumbrou, mas deu-nos um “cheirinho” do seu bom toureio. Cayetano também falhou a Lisboa, mas, na verdade… enfim, entende-se que zero de pena e sim, uma, se não a, actuação da vida de Manuel Dias Gomes. Bem, mas bem, com a projeção que merecia há anos…
Repetimos: Uma soberba actuação em Portugal, valendo o mais cimeiro dos lugares neste campo da tauromaquia.
Por cá também esteve Talavante e sim, esteve em Figura (que é…), com o seu toureio “estranho” mas com algo que nos prende. Bom exemplo o de Alejandro Talavante ao deixar-se anunciar com o miúdo Tomás Bastos, tal como o fez João Silva ‘El Juanito’ na Moita, desta feita sem sorte no que a reses diz respeito. A sorte foi sim do jovem Tomás, com um triunfo de verdade, com direito a Porta Grande da Daniel do Nascimento, triunfo esse repetido em Vila Franca.
A actuação mais destacada de João Silva ‘El Juanito’, foi em Abiul, mas ainda assim, ‘forçando’ uma porta grande que aqui, em Portugal e salvo raríssimas excepções, vale pouco. Vale o que fica na retina e a qualidade do toureio.
Quer se queira, quer não e até pelas idades, o futuro do toureio a pé em Portugal, está em Juanito, Gonçalo Alves e Tomás Bastos.
Gonçalo Alves existe e tem qualidade. Mais que isso, tem uma vontade que move montanhas…
Dos restantes, Cuqui, Casquinha, António João Ferreira, muita dignidade. Ponto!
E a controvérsia da temporada: a vinda a Coruche de Julián Lopéz ‘El Juli’. Vozes de burro não chegam aos céus e muito menos, a El Juli. Graças a Deus porque caso contrário, morreríamos de vergonha ao ler-se que “Julito nunca foi figura”… Coisas estranhas de quem não admitiu que a empresa Toiros com Arte tenha tido a audácia e o sentido de oportunidade de trazer Juli no ano da sua despedida. Esteve bem? Não. Cumpriu, subestimou a afición coruchense, mas, nunca deixará de ser Juli, um dos toureiros da História da Tauromaquia.