Editorial de Janeiro – Chapeús, influencers, bebés e causas

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Já dizia Vasco Santana que ‘chapéus há muitos…’ e na verdade, este momento de humor de outrora, transformou-se uma expressão citada ao longo dos tempos…

A frase icónica, serve de mote a outra que me apetece aqui referir: barretes também há muitos e calma, nada com a malta das jaquetas de ramagens, mas sim, com o estado actual da tauromaquia.

Ora veja-se por exemplo, que agora há um Festival da Gala da Tauromaquia. A propósito disto, vi e li “por aí” algo do género ‘venha apoiar esta causa’. Alguém me pode por favor responder, se a liberdade de ser aficionado, a liberdade de se gostar de uma manifestação cultural, se transformou agora em “causa”? Mas que tempos vivemos? Qual o episódio da história da tauromaquia que não vi?

Ah já sei. Perdi aquele que a Prótoiro nunca quis tornar público, mas que foi “vendendo” que a tauromaquia era uma causa e que poderia correr sérios riscos de sobrevivência. Os actores acreditaram, colocaram o barrete cabeça abaixo e deixaram de ver, que o dinheirinho que descontaram das suas actuações e espectáculos, para esta grande encenação, foram na verdade, para um episódio que nunca existiu.

Agora sim. Agora é por demais evidente, que os influencers desta vida taurina portuguesa, são bem ao jeito Pedro Nuno Santos. Aproveita-se a “queda do outro” para saltar à ribalta. Bem como na Festa dos Touros. Aproveita-se a descredibilização da Prótoiro por sua grande culpa e tenta ocupar-se o posto adquirido por incapacidade de outros e não por mérito destes influencers. Estes tais, que entraram pela porta da comunicação social, muito desregulada a nível social e nada a nível tauromáquico, depois pelo campo empresarial, depois por todos os “buracos” possíveis…

Que não tenhamos qualquer dúvida. Se a agremiação que agora jaz, é má, a que virá, é pior.

Repare-se no dejeto que foi o comunicado da APET sobre o concurso à exploração da Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos. Faz lembrar o caso das bebés em que Marcelo Rebelo de Sousa se vê envolvido. ‘Eu sou sério, muito sério e o que o Dr. Nuno fez, nada tem a ver comigo…’, pois bem, aqui, no caso Montijo, a coisa é parecida. Foi a primeira vez que um tauródromo se inflacionou desta forma? O que mudou agora? Não será o lobby a funcionar? Porque é que noutros tantos casos que poderíamos aqui mencionar, não houve reacções? Será que agora a APET teve receio de que apenas um dos grupos fosse capaz de aceder aos critérios exigidos, porque o resto das empresas estão como que meio desfalcadas?

Vamos lá ser sérios e chamar os bois pelos nomes. Na festa tem que mandar quem tem dinheiro. Ponto. Sempre assim foi. Sempre assim será e isto, se quisermos que a tauromaquia tenha um ar saudável.

Os que tentam ser influencers e que a única coisa que fizeram, foi enterrar a tauromaquia, ousaram nas eleições anteriores, ditar opiniões numa das actitudes mais estúpidas do seu portfólio. Pois que agora se calem, porque a Tauromaquia não tem partido, nem cor. É de todos, para todos… e está longe de ser uma causa, tipo igualdade de género, igualdade racial, ou outra qualquer coisa. Isto de que aqui se fala, é cultura!

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