Quem não me conhece bem, achará que tenho um sentimento por mim própria de grande elevação e sim, não se enganam. Contudo, quem me conhece melhor, sabe que sou a pessoa mais humilde do mundo e que sei ouvir, aprender e considerar. Considerar às vezes até quem não me considera.
Mas convenhamos. Como não ficar de ego cheio, quando assino uma crónica, no caso, Chamusca (uma das quatro que li) e só a minha é colocada em causa pelo promotor do evento e por um outro escriba?
Ambos “reclamões”, querendo em ambos os casos, qualquer coisa que… enfim… no primeiro dos casos, provar ser um empresário de sucesso; no segundo, garantir o pão para a boca visto que uma permuta com tractores, não lhe convirá.
Entendo e respeito ambos os casos, mas, ao primeiro, peço que saiba esperar, os sucessos são mais saborosos quando passamos por alguns fracassos. A vida é uma aprendizagem constante. Chamusca nem sequer foi fracasso, ou melhor, na primeira corrida, sim, foi, mas na segunda a coisa até se compôs. O cartel de interesse discutível, mas sim, acima de qualquer “suspeita”. No segundo caso, aconselho um aparelho auditivo, cultura taurina ao nível musical e algum discernimento para não deixar tão a nu os interesses comerciais, interesses esses que não têm mal nenhum, mas desde que não “nos” façam cair no ridículo e perder a réstia de credibilidade que ainda tinha.
No primeiro dos casos, o promotor do espectáculo insurge-se com o que referi sobre a assistência e passo a citar “cerca de três quartos fracos ou dois terços fortes…”. Diz que vendeu 84% da lotação disponível. Obviamente que agradeço a informação e a rectificação, mas acontece que o TouroeOuro, olha, vê e afere a “olho”, não tendo por isso a informação prévia de quantos lugares eram vendáveis, nem a informação depois do início de cada festejo, quantos lugares foram vendidos. Pois bem, não considero um erro, considero sim que se presta a informação possível face à inoperância dos nossos empresários e à incapacidade de fornecer à imprensa dados, que afinal de contas, consideram importantes.
Mas o que me faz responder ao jovem e dinâmico Samuel, é a sugestão por si feita, de que colocámos “aquele” apontamento de lotação em função de alguma ordem recebida de terceiros. Ai, ai, ai… Pois aqui já estamos mal. O jovem Samuel não me/nos conhece. O TouroeOuro não anda às tensas de ninguém. Mas entendo a escola feita pelo Farpas e a ideia de que tudo é comprado. Aqui não Samuel. Vende-se publicidade. Cara é certo. Porque é bom e idóneo. Compra quem quer, sobretudo quem pode. Ponto! Mas mesmo a quem a vendemos, muito bem paga, é certo, não deixamos que nos condicionem.
Mais! Lendo a crónica de Ortega Cláudio verá a mesma lotação.
Agora vamos ao avençado. E digo isto sem espinhas porque o próprio Miguel não se importa e reconhece. Pois então explique ao Sr. Pedro Penedo, que aquilo era o “Paquito Chocolatero”. O pasodoble Virgen de Macarena era sóbrio e sentimental em demasia face ao que Ferrera programava para a arena. Peça também que leia a crónica da idónea Catariga Bexiga. Peça ainda, que Antonio Ferrera não troque uma carreira de valor, por uma obra com borrões. Mas isso, a gestão da sua carreira e do seu conceito, é consigo, o que sim é com todos, é o tamanho da substimação face à Chamusca e à sua história.
Miguel, a sério que pensa que fui eu a única a ver o tipo de actitude do diestro espanhol?
Pois bem, o problema aqui, é que há disto e há quem pague para isto… Ferrera é o que é. Tem o seu percurso, meritório, de valor, com vitórias, com triunfos. Mas na Chamusca, não foi isso que se passou. As pessoas aplaudiram as duas auto-voltas, mas pouco. Aplaudiram a auto-saída em ombros, mas pouco…
Assim, não vamos longe. Seremos sempre os gozados. Que venham os espanhóis, mas que nos respeitem!
Tudo isto, foram esclarecimentos! Tão-só isso!