Estamos em pleno mês de Agosto. Dizem que o mês mais taurino do ano e sim, provavelmente é…
Foi exactamente o mês de Agosto o escolhido para que Hélder Milheiro e segundo reza o comunicado enviado por uma agência de comunicação, pedisse a denúncia do seu contrato de trabalho com a Prótoiro. Até aqui nada nos espanta e o que sim está por esclarecer, são os motivos da saída, bem como quem verdadeiramente disse adeus a quem…
Sabemos que a presença de Milheiro não era há muito consensual e não falamos dos elementos que compõem a Prótoiro porque “esses” só falam à boca pequena, mas sim, por parte da opinião pública que não via resultados da sua actuação, outrora tão efusiva e entusiasta e ultimamente, tão invisível ou mesmo nula.
Recuemos no tempo e façamos uma reflexão. Hélder Milheiro não fez tudo mal, mas também não fez tudo bem, contudo, algumas incoerências foram pautando a sua estadia, diria eu que meio estranha, algo misteriosa…Não me compete, nem nunca o faria, julgar o nível de afición do secretário-geral da federação, ainda assim, o que sempre disse e mantenho é que os “homens” dos touros se deslumbraram com um discurso fácil e com a sua apetência evidente para a retórica. Foi isso que catapultou Milheiro para o endeusamento em que o seu nome se viu envolto, para o estrelato balizado pela tauromaquia.
Apetece-me falar sobre esse discurso fácil e que admirava eu e os demais, pela facilidade exibida, pelos dados levados para qualquer programa de televisão e/outros debates, mas que poderiam ter no seu conteúdo qualquer temática. Milheiro faria bem qualquer explanação fosse de que assunto fosse. Estava na sua essência e isso, é um elogio. O que não gostei desde o primeiro dia, foi a forma gélida como falava da tauromaquia. Sem ponta de emoção. Sem ponta de exteriorização de sentimento. Quem não ferve perante alguns momentos mais agrestes dos anti-taurinos? “Ali” nada de nada!
Nunca acharam esquisito?
Pois bem, o que também sei, é que no “seu tempo” Prótoiro, tudo perderam… Não foi só Milheiro como é óbvio. Mas também foi Milheiro. Incapaz de criar união, de juntar a tauromaquia numa só voz e com ideias tão radicais como catalogar a “malta dos toiros” pela roupa que usam… O expert em redes sociais, achou que deveríamos utilizar o termo “touradas” e por aí fomos, com algumas “manias” às quais não estávamos habituados.
Foi o resistente do trio encabeçado por si, por José Carmo Reis (dono da tal fluência mas felizmente mais e emocional) e Diogo Costa Monteiro, levando às costas uma organização que vivia e vive na penumbra e meio que de forma misteriosa.
Foi, levando consigo e na memória, praças mortas, como Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Albufeira e Setúbal… e muito do Campo Pequeno. Um sucesso absoluto que deixaria qualquer agencia funerária no ranking das mais cotadas.
É tempo de aproveitar a deixa e repensar tudo, mas tudo mesmo. É urgente, imperativo criar novas dinâmicas, fazer uma retrospectiva e sobretudo começar de novo, não do ponto zero, mas do menos um.
Milheiro foi e de ora em diante, a culpa não será dele, portanto, é hora de provar que afinal há gente competente, que a Prótoiro não é parte de um lobby, que não escolhe a quem promover, que não escolhe que informação vincular e onde e que vive de jogo aberto.
A Prótoiro vive agora uma nova oportunidade.