Rui Salvador faz o melhor da fria noite em Salvaterra

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Salvaterra de Magos e a sua muito cuidada praça de toiros abriram portas pela terceira vez na presente temporada de forma a receber um terceiro espectáculo com cartel formado pelos cavaleiros Rui Salvador, Ana Batista, Gilberto Filipe, Andrés Romero, Joaquim Brito Paes e Paco Velásquez, bem como pelos Grupos de Forcados Amadores de Coruche, Académicos de Elvas e Amadores do Cartaxo.

Noite fria, fora do que conhecemos no passado pelo nome de Agosto e que talvez por isso não tenha repleto as bancadas, tendo a lotação ficado rematada por dois terços fortes ou muito perto dos três quartos.

As cortesias já não são o que eram e talvez nem o Director de Corrida Manuel Gama e o seu coadjuvante na matéria veterinária, José Luís Cruz tenham reparado que os dois mais antigos ginetes se enganaram: quando entraram e foram ao centro, Rui Salvador seguiu pela direita e Ana Batista pela esquerda.

Equívocos à parte, vamos à corrida.

Rui Salvador está com tudo, vai com tudo e o tudo dos toureiros experientes deixa poucos argumentos e faz-nos a “nós” ter poucas palavras perante tamanho savoir-faire. Pois bem, com um cumpridor toiro de Jorge de Carvalho, Salvador levou por diante uma lide de muito bom gosto, com excelentes curtos e um violino de grande nota, mesclados com brega muito arrimada e vistosa, ladeada e a criar alvoroço. Grande actuação.

O Grupo de Coruche pegou ao primeiro intento, indo para a cara do toiro João Mesquita. Rabejou magnificamente o cabo João Prates .

Ana Batista joga em casa e ainda que não necessitasse perdão algum, lida com moral e carinho dado por uma plateia que a respeita. Ana andou bem em compridos e curtos, destacando-se o segundo curto como muito, muito bom.

A segunda pega da noite foi consumada por Paulo Maurício, dos Académicos de Elvas, à primeira tentativa.

Gilberto Filipe lidou o terceiro da fria noite, o mais desconectado em termos iniciais mas que por isso mesmo espevitou o cavaleiro da Atalaia, que inteligentemente soube cativar o publico com um toureio que foi evoluindo no decorrer da função. Bem na derradeira ferragem curta, e violinos, sendo o último de elevada nota. Como reparo a “leve” sensação de que Gilberto esteve por demasiado tempo na arena (no total da sua função) sem que houvesse nenhuma chamada de atenção.

José Oliveira, dos Amadores do Cartaxo concretizou pega ao primeiro intento.

A segunda parte da corrida teve início com a actuação do espanhol Andrés Romero.
O toureiro teve dois bons curtos, mesclados com um primeiro em forma de bajonazo, momento em que Manuel Gama resolveu atribuir música, cedendo a pressões do público adepto do muito movimento do rejoneador cuja última foi deixada a custo pelo facto do touro estar fechado em tábuas.

A segunda pega a cargo do grupo de forcados Amadores de Coruche, esteve destinada a Tiago Pata, sendo efectivada à segunda tentativa.

Brito Paes lidou o quinto da ordem, um astado que demorou a incorporar-se na lide mas que uma vez focado, permitiu a Joaquim rubricar uma função em crescendo, com ferros em que citou de largo e outros em que andou mais em curto. O último foi de muito boa nota, rematado com fulgor.

O Grupo de Forcados Académicos de Elvas escolheu Miguel Sadio para tentar pega, fazendo-o à primeira tentativa. Sadio ganhou o prémio em disputa para a melhor pega, sendo o júri constituído pelos cabos das respectivas formações.

Encerrou o capítulo das lides equestres, o cavaleiro Paco Velásquez. O ginete foi autor de uma actuação correcta, ainda que sem alardes de triunfo. Cravou bem depois de reunir com precisão.

A última pega de uma noite em que foram precisos casacos adicionais, foi consumada por Bernardo Sá, dos Amadores do Cartaxo, à segunda tentativa.

Lidaram-se touros da ganadaria de Jorge de Carvalho, com apresentação “q.b.” mas que emprestaram colaborante jogo à maioria dos artistas. O mais complicado foi lidado em terceiro lugar por Gilberto Filipe.

Por último resta dizer que Rui Salvador e Gilberto Filipe foram homenageados. O primeiro dos ginetes, pelo facto de cumprir 40 anos de alternativa e o segundo, por cumprir 20 anos de profissionalização.

Foto: João Dinis (CLIQUE PARA AMPLIAR)


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