Coruche vive do 17 de Agosto e este FACTO não é um defeito de nascença do seu “gigante” tauródromo, mas sim de quem não entende que as restantes datas têm de ser mimadas. Quem paga as rendas dos palcos da tauromaquia tem direito a fazer das ditas datas o que quer e bem entende, só que não… Falhanço atrás de falhanço, não prejudica a presunção dos promotores, mas faz dano a à tauromaquia que é de todos e sobretudo a uma festa que “peligra” se não exibir lotações mais vistosas.
Percebo que um quarto de casa pode não ser mau para a carteira mediante as despesas, mas sei que bom para a Festa, não é!
E há coisas que se conseguem prever mesmo para quem é mais jovem e inexperiente.
Adiante porque tudo o que perco é tempo. Escrever aqui e desta maneira, será encarado como uma crítica destrutiva, só que não. É sim pena do estado a que isto chegou.
Trabalhou-se para 1000 pessoas e o público como é simpático, lá chegou a preencher um quartito de casa.
Que São Miguel e os demais arcanjos nos protejam porque o mundo não se muda assim… Com mais do mesmo.
Calor, tempo propício e um cartel onde quiçá o maior atractivo fosse o mano-a-mano ganandeiro entre António Silva e Canas Vigouroux. Alguns mais “chiquititos” e outros, apesar de não diferirem muito em peso apresentado, defenderam-se em apresentação.
Toiros “comedidos” de peso, mas que: alguns mansotes e outros que serviram.
Comecemos pelo início. Os cavaleiros.
Manuel Telles Bastos lidou o primeiro (A. Silva), fazendo-o de boa forma. Preocupou-se em lidar bem, desenhando bem as sortes, reunindo igualmente de forma correcta. O segundo, mais voluntarioso e com mais mobilidade, motivou Telles a deixar boas bandarilhas, pautando-se a sua tarde coruchense como muito positiva, ainda que sem deslumbrar.
Francisco Palha lidou o segundo e quarto toiros da ordem, de Canas Vigouroux e António Silva, respectivamente. Frente ao primeiro, o mesmo em que cravou um primeiro comprido em sorte de gaiola, andou bem, sobretudo porque se enfrentou com um oponente manso, de meios passes e que a partir do equador da função buscou tábuas. Palha trabalhou com mérito, deixando a ferragem da praxe ao som de música e até fazendo-se notar pela positiva com boas sortes. O segundo foi bom e o seu lidador também. Palha actuou em crescendo, fazendo jus à sua condição de “toureiro surpresa”… Fenomenal na brega, na criteriosa escolha de terrenos, nos cites, nas reuniões, nos remates. Actuação francamente boa e de muitos quilates.
O mais jovem toureiro do elenco, António Telles filho, andou bem com o seu primeiro, um astado de António Silva, com génio mas que proporcionou uma actuação com boas reuniões, à moda da Casa Telles. O segundo do seu lote, de Vigouroux teve lide e António Telles filho não se negou. Mais uma exibição em tom “clássico/alegre”, dentro dos cânones, com o público a desfrutar. Terminou com um palmito de boa nota deixado já a pedido do público.
As pegas estiveram a cargo dos Grupos de Forcados Amadores de Vila Franca e Coruche.
Pelos Amadores de Vila Franca foram na linha da frente os forcados Rodrigo Andrade, efectivando ao terceiro intento; André Câncio com duas tentativas dobrando um intento de Vasco Carvalho e; o cabo Vasco Pereira, à primeira.
Vestindo a jaqueta dos Amadores de Coruche, pegaram de caras João Formigo à primeira tentativa; João Mesquita à primeira muito boa tentativa e; Frederico Pinto, ao primeiro intento.
O espectáculo foi dirigido de boa forma pela dupla formada por Manuel Gama e José Luís Cruz.
Fotos: João Dinis (CLIQUE PARA AMPLIAR)