Editorial de Setembro – A promoção do ilícito

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A Feira Taurina da Moita, é um marco no calendário taurino nacional e sobretudo no calendário dos aficionados.
Uma vez acontecida, avista-se a luz ao fim do túnel, sendo que nesta fase do “campeonato”, são já conhecidos 95% dos eventos com que se encerrará a temporada.

Os balanços podem já alvitrar-se e mesmo as corridas ou feiras vindouras, ainda que possam viver uma ou outra surpresa, não poderão já mudar o rumo da história.

Elejo, pontos estratégicos que farão parte de aleatoriamente reflexões mais esmiuçadas num futuro muito próximo.

Primeiro: A despedida de Rui Salvador, tendo como máximo apogeu a sua estadia no Campo Pequeno.

Segundo: A despedida de Pablo Hermoso de Mendoza, com uma praça esgotada e a sua força em Portugal.

Terceiro: A exclusão do toureio a pé nos elencos do Campo Pequeno e as alegações para tal facto.

Quarto: A noveles empresas e o bom ou mau trabalho das suas “gestões”.

Quinto: A Feira da Moita, as lições do que realmente vale ou não vale a nível artístico mas efectivamente, quem tem ou não força de bilheteira e quem é que o público realmente quer ver.

Sexto: A total ausência de promoção dos artistas em detrimento de uma péssima promoção espontânea da tauromaquia.

Bem sei e sabemos todos, que falar de toiros não é uma papeleta fácil ou pouco arriscada. Num mundo de subjectividades, temos (nós) e temos todos, opiniões dissemelhantes dos demais, mas sobretudo sempre muito distintas dos artistas, que do “alto do seu esforço ao enfrentar um toiro”, acham que estiveram sempre irrepreensíveis e que, somos nós, claro está, que estamos apostados em denegrir, fazer mal, ou destilar ódios e raivas. Cansei-me já de dizer que assim não é, que nada nos move contra, mas sim, movemo-nos a favor do público pagante, de quem quer uma tauromaquia com emoção, competição, toiros de verdade, com peso, apresentação e trapio e, cavaleiros ou espadas, bem como forcados a dar tudo ou até, a passar a barreira do “tudo” em sentido ascendente.

Pensemos juntos: Porque razão, Andrés Roca Rey continua a encher praça? Dá tudo, arrisca, expõe-se, dá o “corpo ao manifesto” a cada tarde e para quê…? Tem dinheiro, é jovem e bonito e tem o “mundo” a seus pés… Então para quê…? Encontrem-se respostas, mas nas conclusões que já se podem tirar, pense-se quantos toureiros em Portugal arriscam pisar os terrenos dos toiros? Pense-se. Na Moita quantos o fizeram? Polémica? Sim, mas é uma verdade que todos dizem em voz baixa, mas que ninguém ousa dizer em voz alta.

Falava da promoção e nesta sequência, quantos poderão dizer que triunfaram numa das três feiras portuguesas? Pois… E é preciso que se consciencializem que actualmente as mentiras que se vendiam outrora, agora não vendem e estão obsoletas. As redes sociais mandam na verdade e mostram-na transformando em visível qualquer opinião. E imagine-se, até mandam na mentira!

Pois bem. Tudo se complica, quando se acha que publicar uma colhida de um cavalo é má promoção (motivando assinaturas de comunicados e rebeliões de tontos que se passeiam na trincheira) e não acham, que a promoção encabeçada pelos agentes da Festa e seus actos ilícitos são a maior das “covas” para a tauromaquia, associada neste momento a “alegados maus tratos de animais não tauromáquicos”, uso de drogas pesadas, mundo do alterne, dívidas diversas, e ainda… bem, há mais e queira Deus que o tempo proteja… Isto sim é triste, muito triste para uma tauromaquia que é forte como o aço, que lá vai resistindo a tudo, mas que não se tem sabido mimar como realmente merecia.

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