60 anos, não são 60 dias e tendo isso em conta, uma história que merece respeito, toca-nos destacar este facto como o mais enaltecível da corrida que Sábado à noite aconteceu no Montijo.
Falamos obviamente da efeméride assinalada pelo Grupo de Forcados Amadores do Montijo. Para a comemoração, fardaram-se actuais, mas também antigos elementos da formação. Alguns pisaram a arena mais que em cortesias, outros apoiaram mais moralmente.
A noite não foi redonda, mas pouco importa. Nas noites de festa, outros valores se levantam e é nisso que temos todos que nos focar, ignorando o que “nisto” não cabe.
Pois bem, comecemos por dizer quem pegou e a ordem foi esta: Hélio Lopes e João Paulo Damásio, ao segundo intento, tendo este último feito a sua despedida da formação e das arenas; Ricardo Figueiredo, sendo dobrado na sua única tentativa pelo cabo José Pedro Suiças; Ricardo Parracho, numa efectivação ao segundo intento; Filipe Santiago, ao primeiro intento e; Hélio Lopes e Mário Almeida, de cernelha, depois de Ricardo Almeida ter tentado a pega de caras por quatro vezes, saindo da arena para a enfermaria.
A oportuna homenagem à formação decorreu durante o intervalo, numa corrida longa e sem grandes motivos de interesse no que ao sector equestre concerne.
Actuaram Gilberto Filipe, Marcos Bastinhas e Francisco Palha, com toiros de Branco Núncio, toiros estes que se emoção não emprestaram, também não ofereceram complicações de maior, ou mesmo nenhumas. Perante esta apreciação e se triunfos não houve… pense-se!
Começamos por Marcos Bastinhas, quiçá o mais redondo dos três cavaleiros em praça. O primeiro foi por si esperado à porta dos curros. Compridos e curtos regulares, numa lide em crescendo, movimentada e ritmada, com piruetas, violinos e palmos… no segundo, igual movimento, mas desta feita com um remate “em” par de bandarilhas.
Gilberto Filipe surgia no Montijo, “supostamente” como prémio da corrida em que se destacou na Amadeu Augusto dos Santos no início da temporada. A primeira das suas funções não correspondeu minimamente à sua condição de triunfador. Desacertos diversos, ferros falhados e muita escassez de inspiração, tendo inviabilizado a atribuição de música e volta à arena.
Frente ao segundo melhorou, rubricando o seu tipo de lide. Ferros com batidas embora nem sempre com reuniões ajustadíssimas e violinos e cabeçadas sacadas e o público rendido a este toureio “alegre”.
Francisco Palha não esteve em plano absoluto na sua primeira actuação. O toureiro conseguiu mesclar momento de louvor, com momentos desacertados e sem condimento. A música teimou em não tocar, numa decisão acertada pela falta de regularidade e eis que, com a pressão do público e do próprio toureiro, a lide foi andando e num momento em que se pensava que a lide estava no seu epílogo, eis que é concedida música, a mesma que Palha mandou calar. Galvanizado em demasia, mais um ferro, e outro, e outro… oito curtos, sendo o último completamente desnecessário pois o toiro não tinha mais “gota de água” para escorrer… Concordando-se ou não com as decisões do Director de Corrida, a verdade é que teve uma boa leitura, lamentando-se que tenha recuado na decisão primeiramente tomada e mais se lamenta a reacção de Palha.
Frente ao segundo Palha esteve certeiro, com bons momentos ainda que sem redondear. Actuação com reuniões ajustadas, mas que nem sempre cheiraram a sortes emotivas. Contudo, houve mais e melhor Palha.
Cumpriu-se um minuto de silêncio em memória dos soldados da GNR recentemente falecidos, sendo que o espectáculo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Fábio Costa, assessorado pelo Médico Veterinário José Luís Cruz. Corrida que parecia ter uma direcção de se lhe tirar o chapéu, mas que por um recuo se manchou, bem como pelo consentimento de tempo excessivo da lide de Palha, frente ao terceiro da ordem.
A Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos registou meia entrada fraca.
Fotos: João Dinis (CLIQUE PARA AMPLIAR)