Praça cheia, ESGOTADA, ambiente ao rubro, oportuna homenagem a Rui Salvador e uma grande actuação do cavaleiro que esta temporada se despede e ainda, excelentes momentos de Moura Júnior, João Ribeiro Telles e Salgueiro da Costa.
A Praça de Touros do Sobral de Monte Agraço tem ambiente, sendo um baluarte da tauromaquia do “Oeste” e sobretudo tem um empresário de seu nome, José Luís Gomes, que tem sabido elevar a categoria do tauródromo em questão. O primeiro parabenizado, terá de ser Gomes!
Esta tarde, o público interiorizou a homenagem a Rui Salvador e Salvador, não fez por menos. Soube retribuir lidando com gosto, devagar, com o seu tradicional cunho pessoal, com modos e bons ferros. Público de pé, justamente ovacionando o triunfo.
A corrida começou com um susto gigante. O primeiro toiro de Lopes Branco, sem maldade, sem intenções, poupou o cavaleiro cuja montada “ameaçou” escorregar, provocando o desequilíbrio do ginete de Monforte, provocando-lhe uma queda aparatosa e a imobilidade de João Moura… Pânico total, com Moura a ser de imediato retirado da arena, em braços, havendo verdadeiros momentos de suspense e apreensão face ao seu estado de saúde.
João António Romão de Moura, brindou a Salvador e preparava-se para cravar o segundo comprido. A corrida ficou temporariamente parada, aguardando-se o desfecho.
Conforme noticiámos em tempo real, Moura foi conduzido ao Hospital, depois de sedado para que se acalmasse e o restante no que a consequências concerne, mais tarde se saberá…
António Telles lidou o que restava lidar deste toiro, conforme “manda” o regulamento, fazendo-o de forma digna, sem sequer procurar o triunfo. Esteve correcto, não quis dar volta, cremos que por respeito e apreensão pelo estado de saúdo do companheiro de cartel, de uma vida…
Frente ao toiro que verdadeiramente era o seu, esteve uns furos acima, com modos e classe, deixando a ferragem da praxe com afinco.
João Moura Júnior, cremos que ainda em êxtase pelo ocorrido a seu Pai, surgiu na arena para levar a efeito uma actuação irrepreensível. Esteve enorme e desenhando uma “faena” a lembrar tempos antigos. Cercanias, brega muitíssimo templada, ladeios, remates. Lide de gosto e a fazer desfrutar.
João Ribeiro Telles como de resto é habitual, levantou o público das bancadas pelos seus dois ferros cravados na reta final, com o Ilusionista. O segundo dos dois citados, foi de grande nota…
As bandarilhas iniciais foram deixadas com regularidade e com bons pormenores de brega.
João Salgueiro da Costa surgiu em praça moralizado e isso notou-se. Bem nas iniciais bandarilhas mas sobretudo, em certos pormenores, desta feita mesclados com maior vitalidade… Cravou de forma exímia, deixando ambiente no término da boa corrida.
As pegas estiveram por conta dos Grupos de Forcados Amadores de Lisboa e Arruda dos Vinhos.
Vestindo a jaqueta dos Amadores de Lisboa, em três pegas consumadas ao primeiro intento, estiveram Pedro Félix, Renato Avelar e Pedro Nunes, este último forcado despedindo-se das arenas, precisamente na arena da sua terra natal.
Pelos Amadores de Arruda dos Vinhos, estiveram Rodrigo Gonçalves, efectivando ao primeiro intento; Tiago Carreira, com uma tentativa, dobrando as duas iniciais de Nuno Aniceto e; o cabo Rodolfo Costa, concretizando ao segundo intento.
Lidaram-se touros da ganadaria Lopes Branco, de apresentação adequada à tipologia do tauródromo, de jogo cumpridor na generalidade e com alguma escassez de forças. O quinto toiro foi premiado com volta à arena ao seu criador, sendo “indultado” o último.
O festejo foi dirigido com correcção por Tiago Tavares e Jorge Moreira da Silva, Delegado Técnico Tauromáquico e Médico Veterinário, respectivamente.
Fotos: João Dinis (CLIQUE PARA AUMENTAR)