Por muito que nos custe a entender, a tauromaquia portuguesa vive, talvez, um dos momentos mais delicados da sua história, e o mais grave, é que parece que, quem devia, não quer ver…
Artisticamente estamos num momento de banalidades… Os cavaleiros não arriscam um milímetro, o toureio a pé é uma utopia, e vão ainda sendo os forcados a trazer alguma emoção…
Financeiramente nem sei se será bom falar… Terminada que está a temporada 2024, há ainda contas de 2023 para fazer, quanto mais as deste ano…
O TouroeOuro foi o único órgão de informação, é verdade que de informação até nem há mais, a difundir e analisar os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que avaliaram o “peso” da tauromaquia na economia…
Federação, associações e demais assobiam para o lado… mas a verdade é que uma atividade que “vale” pouco mais de 5 milhões de euros, tem muito pouco peso na sociedade… zero!
Aliás, basta ver o desespero a que chegamos, que se fez uma festa com foguetes e tudo, quando foi aprovada uma redução do IVA de 23 para 6%.
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República, fez as contas e revelou que o impacto para as contas do estado será de cerca de 120 mil euros…
Pergunto agora, serão esses 120 mil euros que vão “salvar” a atividade? Obviamente que não!
Claro que os empresários já fizeram questão de “anunciar” que os bilhetes não irão ver refletidos os 17% de diminuição de IVA. Dizem eles que quando o IVA subiu também não aumentaram os preços… que há bilhetes a 10 e 15 euros… esquecem-se é de dizer que há praças onde a média de preços subiu 15 euros nos últimos quatro anos…
É importante, ou seria, já nem sei, que se consciencializem que a tauromaquia é uma “festa do povo”, e que esse “povo” tem cada vez menos dinheiro e sobretudo, melhores opções para o gastar!
Já ninguém está, ou são cada vez menos os que estão, com disposição para estar 3 ou 4 horas, mal sentados, a ver um espetáculo tantas vezes chato, e pagar 30 ou 40 euros, que em muitos casos são 120 ou muito mais euros se forem em família…
Na última edição da rubrica “Segredos d’Ouro”, lançamos o repto para que se pudessem realizar umas jornadas de “pensamento e ideias” para a tauromaquia… nós por cá continuamos a espera que os principais interessados possam “dar o passo”…
Ah, e não me digam que agora vai haver “não sei quê” nos Açores… isso servirá rigorosamente para nada! Uns passeios, uns jantares, uns copos e pronto! Não inventem, dali não vão sair nenhumas ações importantes, e muito menos para a tauromaquia em Portugal!
Nas últimas semanas os telemóveis do empresariado taurino não tiveram parança… quem era o “ilustre desconhecido” que ficou com Vila Franca de Xira?!
Uns alegavam que não era sócio da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, outros que não tinha pago a jóia, outros que isto e outros que aquilo…
É curioso ver que todos falam muito, mas decisões nada, porque não tem peso e “poder” para as tomar!
Se querem ser levados a sério, e como sérios, criem uma caução de 30 ou 40 mil euros e vão ver quantos “empresários sobram”… e depois falem de seriedade!
Antes, já o “caso Golegã” fez soar os alarmes… Parece que uma “aldrabice taurina”, estava a lançar a terceira guerra mundial… pena é que sobre o dia 1 de fevereiro, em que foi realizado um espetáculo ilegal, que irá custar muito à tauromaquia portuguesa, não tenha tido semelhante atitude! Será porque o interveniente tinha apelidos Murteira Grave?! Não queria acreditar nisso… ou então a APET é mesmo uma nulidade!
Esse caso está a decorrer ainda no Ministério Público em Évora e promete dar muito que falar, não só pelo que dali resultará, mas pelas tentativas que foram feitas no “circuito paralelo”…
A verdade é qe a classe empresarial portuguesa está a deixar muito a dever à seriedade e honestidade…
Entretanto, e parecendo que a temporada 2025 se iniciará mais tarde que o habitual, fruto das “aldrabices taurinas”, começam a surgir algumas novidades…
Em Santarém, e depois de 50 mil euros terem separado Ventura do 10 de junho, a associação conta ter “tudo fechado” até fevereiro… Pode haver uma surpresa, ou então no próximo ano será uma “temporada portuguesa”, não estando afastada a hipótese de haver quatro espetáculos…
No Whatsapp da APET estão já aí umas 50 datas de corridas marcadas… vamos ver é depois quantas se concretizam… mas isso é outra estória…
Bom, não vos chateio mais… vão lá agora fazer de pavões à galinha que andou a pedir esmolas para aparecer… aluguem o fatinho, e não se esqueçam de o pagar… mas lembrem-se que no dia a seguir continuam a dever a palha, o ferrador, os bandarilheiros, a ração… os impostos, a segurança social, e sobretudo continuam a dever uns aos outros, ah e a publicidade!
Se os toureiros e ganadeiros portugueses fossem minimamente honestos já mais deixariam a Onetoro colocar os pés em Portugal, afinal há data de hoje, promessas de pagamentos, adiamentos e o dinheiro da transmissão do Campo Pequeno… zero!
No mínimo vergonhoso! Mas parece que merecem!