Corro o risco de ser injusta com quem se impõe um desafio desta natureza. Lidar seis touros é um gesto que não é para todos. Caso contrário teríamos disto a toda a hora. Só que não. Temos, de quando em vez, por consagração ou por outras coisas mais. Enfim. Para Moura Júnior não é nada novo. Já o fez, era mais jovem, quiçá não consagrado mas vivia naquela época dourada da juventude, onde a aura de vencedor lhe caía que nem uma luva… Muitas coisas aconteceram de lá para cá… o toureiro amadureceu, ganhou mais experiência, tem ganas mas “pensa” e isso pode ser um obstáculo difícil de transpor.
Primeira e quiçá grande vitória. O casão registado na Celestino Graça. Quase dois terços de entrada.
Não me interpretem mal. Moura Júnior esteve bem, bem nos cinco touros que lidou, mas, não senti uma “explosão”. Esteve bem e ponto. Mais confortável no primeiro, com ladeios, no segundo e depois, tocou-lhe um Palha que não foi de fácil entendimento. Creio que sabemos todos do que “gosta” Moura Júnior e por isso não vem mal ao mundo. O melhor ferro, foi cravado ao excelente Murteira Grave. Um toiro alegre, que dava tanto a qualquer toureiro. Na bancada, ovações e agradecimento pela tal “consagração”. Mas uma “doce” consagração, onde não faltaram Mourinas, sortes de gaiola, porta gaiola, ferros com cites de largo, meias voltas, de tudo… mas, quando saiu pela porta dos sustos o Brito Paes de 640 quilos… tudo mudaria. Bom toiro também. A servir, dar tudo e claro, todos poderíamos antever o que iria acontecer. Depois dos compridos, sai à arena o patriarca. Três ferros. Ah pois, mas não foram ferros assim-assim… foram três momentos para guardar. Antes até, uma praça em pé apenas e só para receber Moura. Se um Moura é sempre um Moura, este Moura, este João António Romão de Moura, é o Moura para toda a vida.
Que me desmintam se quiserem, mas saberão que falo verdade. A tarde serena até ali vivida, mudou para ventos fortes, explosões de regozijo. Moura pai esteve como só ele! Ah pois. Ladeou. Recortes, tudo… Os dois a ombros e disso, não reza a história, o que sim é importante é que os génios, jamais se explicarão. São o que são e é aceitar.
Moura Júnior, brindou e não por esta ordem, ao Presidente da Câmara, à sua Mãe, ao público, ao seu “tudo” Francisco Romão Tenório, à sua filha…
Lidaram-se touros de Vale Sorraia, Romão Tenório, Veiga Teixeira, Palha, Murteira Grave (premiando o seu ganadeiro com justa volta à arena) e Brito Paes.
As pegas deram o mote a um “duelo” antigo. Forcados de Santarém e Montemor. E sim, foi duelo de qualidade, de muito profissionalismo, de técnicas apuradas… Seis pegas ao primeiro intento.
Pela jaqueta de Santarém, foram representantes os forcados Francisco Graciosa, João Faro e Francisco Cabaço.
Na linha da frente com a jaqueta rubra do Grupo de Montemor, estiveram Vasco Ponce, Vasco Carolino e José Maria Pena Monteiro.
O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Marco Cardoso, assessorado pelo Médico Veterinário, José Luís Cruz.










































































































































































