Assumi, assumimos vários compromissos desde o dia zero em que sonhámos a existência do TouroeOuro.
Passaram exactamente catorze anos e posso presumir de jamais ter sido infiel aos compromissos assumidos. Orgulhamo-nos disso com todas as nossas forças.
Os compromissos de há catorze anos, são exactamente os mesmos de hoje. Irreverência, arrojo, verdade, qualidade e sentimento.
Vamos por partes.
A irreverência está ainda presente em nós, mas ainda assim e catorze anos depois, uma irreverência mais crescida, madura, com mais silêncios que respostas desnecessárias e que falam por vezes muito mais do que antes…
O arrojo sempre o tivemos. Criámos o que apenas há algum tempo se faz com banalidade no país vizinho. Os DIRECTOS não se faziam tal e como o TouroeOuro os ousou fazer. Não foram compreendidos por todos os agentes da festa, criámos problemas junto “deles” pelas reações que provocámos, mas fomos aceites por todos os visitantes e é disso que se faz esta história. Não escrevemos ou fotografamos para os intervenientes. Reportamos acontecimentos a quem se quer informar de forma rápida e concisa. Arrojamos, vencemos e aguentámos pressões…
Verdade sempre. Nunca abdicámos da “nossa verdade”, conceito difícil num mundillo de subjectividades. Fomentámos “inimizades” diversas pela forma como encarámos a notícia, sem compadrios, sem favores e acima de todos os outros valores menos dignos e que não cabem no jornalismo.
Qualidade tivemo-la sempre. Obviamente com erros. Sim com erros que tentamos ainda hoje diminuir em número, mas, com erros porque somos humanos. Procurámos sempre a coesão na equipa. Que estivessem connosco usando e abusando de todos os argumentos que fazem parte desta linha editorial. Temos connosco o melhor cronista que poderíamos ter. O Rodrigo Viana, soberbo!
Sentimento. Muito sentimento de quem trata um órgão de comunicação como se de um filho se tratasse. Defendendo-o de tudo e todos. Chorando sempre que a emoção chega. Gritando olés, vivendo alguns dos momentos que nesta geração se imortalizarão. Não fossem o sentimento e resiliência e quiçá não tivesse valido a pena, como ainda hoje vale.
Falando em sentimentos… Não apenas Madrid, não apenas Espanha, mas sim o mundo taurino na sua globalidade, viveram no passado Domingo, mais um capítulo importante da História da Tauromaquia. José António Morante, conhecido por todos como “Morante de la Puebla”, fez-nos acreditar que tudo isto tem razão de ser. Que ainda é possível verter lágrima. Que ainda é possível viver coisas distintas, coisas que nos apaixonam e nos confirmam a predestinação.
A Festa é por vezes irracionalidade, acreditar que há objectivos por cumprir, é fazer acontecer.
O TouroeOuro está mais selectivo mas nunca deixará de estar nos grandes acontecimentos. Esteve na apresentação do Museu de Manuel dos Santos. Onde estiveram poucos. Há dias atrás, li por Miguel Alvarenga, que os verdadeiros órgãos de comunicação são os que estiveram no Campo Pequeno, na Homenagem a Manuel dos Santos. Pois é Miguel, mas não o vi na Golegã, onde a viagem era maior, mais pesada. Diferente da que o Farpas fez para ir ao Campo Pequeno. Portanto: não diga asneiras. Diga outras, estas não.
Mais quatro coisinhas e não Vos chateio mais.
Há escassos dias, na mesma praça onde o TouroeOuro realizou o primeiro DIRECTO, houve um jovem cavaleiro que depois de uma lide pouco feliz (acontece aos melhores), passou “pelo TouroeOuro” e disse que não autorizava que escrevêssemos “dele”. Aconselho o jovem a procurar aconselhamento jurídico e antes até, ler sobre a liberdade de imprensa. É só ler, não dói e esclarece-se.
Praça de Touros Carlos Relvas. Escândalo absoluto num vídeo feito pela candidata independente à Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira. Ridículo que se escandalize com o estado devoluto do edifício que a própria durante a sua aquisição ajudou a “cair”. Relembro que André Martins é Presidente com um mandato e que a degradação começou bem antes, enquanto Maria das Dores era a autarca da cidade do Sado. Não vale tudo, a memória existe e deve ser utilizada.
Campo Pequeno. Triste destino desta praça. Todos os que por ali passaram com boas intenções, a querer-lhe tão bem, quererão tão melhor quando perceberem que estes fait divairs à volta da sua gestão apenas deixam na lama aquela que foi a mais importante praça do país. Quem não pode arreia. Ditado antigo.
Por último apenas dizer, que a tauromaquia é de todos os aficionados, mas que os aficionados, dela não vivem e por isso, que se mexam da poltrona os cavaleiros, os espadas, os forcados, os ganadeiros, os empresários… cuidem disto com elevação e deixarão de ter motivos para achar que são os órgãos de comunicação quem destrói a Festa. Quando se ama, cuida-se e a tauromaquia, há muito que não é cuidada. A tauromaquia actual está egocêntrica, nivelada por baixo e sem a categoria dos homens de antigamente.
Repito, quando se ama, cuida-se. E é talvez por isso que o TouroeOuro resistiu a tanto, ao longo de 14 anos. Porque é amado por quem dele faz líder da informação taurina.
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