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Arruda dos vinhos – Uma terra de vinho, vindimas e, hoje, de desilusões

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By João Dinis on 18 de Agosto, 2025 Crónicas, Destaques
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Por: Rodrigo Viana

Se o concelho é conhecido pelas suas adegas, pelo cheiro doce das vindimas e pelo sabor do vinho novo, esta noite a Praça José Marques Simões quis brindar de novo ao toiro. Mas cedo se percebeu que o brinde não teria o sabor da festa plena.

Antes mesmo das cortesias, a praça emudecida prestou um minuto de silêncio em homenagem ao bombeiro falecido no caminho para o combate aos incêndios, que assolam o norte e centro do país. 

 *A feira das vontades* 

Ao contrário de ontem, onde houve competição e sobretudo muita entrega, hoje a vontade escasseou. E quando não há vontade na arena, também quem escreve, perde ânimo. Fica mais difícil transformar em palavras algo bonito, mas, como na vindima, há que colher o que se tem, mesmo que o cacho seja curto.

 *João Moura Caetano – “Tão depressa o sol brilha…”* 

Coube a João Moura Caetano abrir funções, diante de um toiro de Falé Filipe que saiu completamente desorientado dos currais, vítima de alegados problemas de visão. Foi então que através de alto e bom som, o ginete atirou para o ar: “Bons ou maus está bem, cegos é que não!”. Houve um curto de qualidade, é certo, mas logo que a música arrancou, o cavaleiro mandou calar. O público, perplexo, sentiu que “tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover”. Assim se viveu uma atuação irregular, com excessiva presença de peões de brega na arena, perante a reclamação de quem paga bilhete. Não houve volta, embora lhe tivesse sido concedida.

Na segunda atuação, o ambiente do público com o cavaleiro e a sua quadrilha não foi o melhor desde a entrada. A atuação teve pouco som, com maior mérito na cravagem da terceira curta, naquele que foi o momento mais positivo da sua passagem por este tauródromo. Voltou a constatar-se uma excessiva presença de peões de brega no ruedo, com bastantes pitos do público presente. 

 *Paco Velásquez – “De que vale ter a chave de casa para entrar?”* 

Paco Velásquez era, para muitos, a promessa da noite. E havia motivos para isso: um afamado site espanhol e um blogue português não se cansam de o engrandecer. Mas em Arruda a realidade foi outra. “De que vale ter a chave de casa para entrar?” se depois se esquece de abrir a porta do toureio…

O toiro que lhe saiu era andarilho e de difícil entendimento porém o ginete de Riachos não encontrou recursos para lhe dar a volta. Deixou dois compridos à garupa entre os quais surgiu uma passagem em falso, sendo que posteriormente surgiram mais duas tentativas falhadas a iniciar a série de curtos. Cravou três ferros descaídos, que se deveram a reuniões mal medidas. Só a quarta se salvou no que respeita à colocação, ainda que sem cingimento.

E enquanto alguns críticos e/ou jornalistas o pintam como estrela, a verdade é que “parece que o mundo inteiro se uniu p’ra me tramar”. Uma imagem negativa para quem vinha rotulado de fenómeno, nesta sua primeira imagem para com o público arrudense.

Na segunda atuação, brindada ao ganadero Jorge de Carvalho, recentemente acidentado e limitado na mobilidade, melhorou a mão nos compridos, deixando dois ferros de qualidade. O primeiro curto foi o melhor da sua noite, o segundo já sem o acerto técnico do que o que lhe antecedera e o terceiro, que se pode considerar razoável apesar de ter aberto em demasia o quarteio. Ainda assim e beneficiando de um toiro colaborador, que teve honras de volta ao representante da sua ganadaria, acabou por oferecer uma atuação agradável, mas longe de ser triunfal. Uma vindima suficiente para encher a adega, mas sem vinho medalhado para guardar.

 *Tristão Ribeiro Telles – “Porque é que tudo é incerto?”* 

O mais jovem cavaleiro de alternativa enfrentou um toiro com mobilidade e dureza nas reuniões. Após compridos irregulares, arriscou em quatro curtos que resultaram de colocação descaída e traseira. No primeiro, mal calculado, sofreu toque forte na montada. Faltou clareza. Como se fosse a personificação de um verso da canção: “Porque é que tudo é incerto, não pode ser sempre assim?”. A resposta esteve na arena: nem sempre é fácil ser jovem e carregar um apelido de peso “ser jovem não é um posto, ter de encarar o futuro com borbulhas no rosto”.

No segundo toiro, iniciou a série de curtos com uma passagem em falso, mas depois cravou dois ferros de muito mérito, batendo ao pitón contrário e entrando nos terrenos do astado. O ponto alto da sua passagem em Arruda. Com o toiro fechado em tábuas, tentou uma bandarilha de antologia de praça a praça, falhando ao primeiro intento, mas acertando à segunda, arrancando o maior som da noite nas lides equestres. Uma vindima de altos e baixos, mas que mostrou uva com futuro.

 *Forcados Amadores de Lisboa – “Competência de primeira”* 

• Tiago Silva: brindou aos bombeiros de Portugal e foi competente desde a reunião até ao fecho, acoplando-se com firmeza.

• Duarte Nascimento: enorme pega, aguentando a investida veloz do oponente. Concretizou à primeira com ajudas eficazes, vencendo com alguma discórdia o prémio para a melhor pega em disputa.

• Miguel Santos: meio pendurado na reunião, recompôs-se graças à ausência de derrotes, fechando-se logo ao primeiro intento.

 *Forcados Amadores de Arruda dos Vinhos – “A vindima da terra”* 

• Hélder Silva: na primeira tentativa foi colhido pela perna, sem hipótese de se prender. Na segunda, reuniu bem e suportou dois derrotes verticais, concretizando uma grande pega.

• Tiago Pombo: enorme o forcado da cara, praticamente sozinho, recebendo uma ajuda deficitária dos restantes elementos do grupo. Suportou uma série de derrotes e fechou-se à córnea com valentia, no intento inicial.

• Tiago Carreira: escorregou no momento da reunião, mas conseguiu acoplar-se. Novamente falhas graves nas ajudas permitiram que o toiro fugisse já em tábuas, prolongando a viagem, numa pega que ficou fechada sem repetições.

A direção de corrida esteve a cargo do delegado técnico tauromáquico Ruben Fragoso, assessorado pelo Dr. Jorge Moreira da Silva e pelo cornetim José Henriques, tendo a praça registado uma lotação que rondou a meia casa forte.

Se na arena houve falhas, excessos e desilusões, também o palco invisível da direção de corrida não foi isento de erros. As dúvidas que surgiram quanto a problemas de visão do primeiro da noite aliada à inexistência de critérios no, já deprimente jogo do lenço, mancham a sua função. 

Porque, no fim, tal como no vinho e no tempo, a verdade é simples: sem respeito, não há estrelas que brilhem no céu e, hoje, a única que brilhará, estará eternamente no pensamento de todos os portugueses pela vida que perdeu em prol de um bem comum. Que em paz descanse!

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