A corrida de Sábado à noite, na Daniel do Nascimento, na Moita, tinha como principais atractivos a comemoração de aniversário do Grupo de Amadores da Moita, onde se fardaram antigos e atuais elementos; a variedade de estilos e ainda, o importantíssimo factor de se realizar ao fim-de-semana, que, querendo-se ou não, tem toda a influência na vida das pessoas que trabalham…
Assim sendo e nesta perspectiva e recorrendo à “experiência dos olhos”, este foi o espectáculo com maior entrada de público, cerca de três quartos.
Voltemos aos forcados, porque foram deles e em concreto, nas cortesias, o maior colorido da noite.
O Grupo de Forcados Amadores da Moita pegou em solitário, esta corrida, comemorando assim o seu 120º Aniversário de fundação.
Para a cara dos toiros e por esta ordem, foram: João Pombinho e Tiago Silva, efetivando ao segundo intento; Carlos Domingos; Rui Pragana; Fábio Silva (sendo a despedida das arenas deste forcado) e; João César, à primeira tentativa.
No que a toiros concerne, lidaram-se exemplares de Conde de Murça e Varela Crujo, todos lidáveis, nenhum de escândalo, positivamente falando e nenhum péssimo. Ainda assim, foram os seis touros que no conjunto melhor se apresentaram em trapio, na feira de que se fala. Mas que faltou qualquer coisa, há pois isso faltou ou faltaram várias coisas…
Diria que senti uma vontade desmedida do jovem António Prates. Quis impactar, fazer diferente e fazer bem. Pese embora nem tudo tenha resultado redondo, a verdade é que um dos melhores ferros da noite foi seu. Presença agradável e se conseguir um dia reduzir as rotações, diria que roçará o muito bom. Caiu (de boa maneira e sem danos físicos para si ou montada), mas, “ossos do ofício”.
Emiliano Gamero foi o “refresco” no mais do mesmo. Lidou em segundo lugar trocando o turno com Caetano devido à debilidade física do oponente e nesta altura, o público parecia já acusar cansaço de uma “coisa” que mal tinha começado. O público, esse, entregou-se a Gamero, porque Gamero se entregou à Moita, com exuberância, com sentido de espectáculo e que se “lixe” o mais do mesmo. Terminou entre outras coisas, com um violino e a levada da sua montada, que levou o público ao delírio.
Abriu Ana Batista, com uma atuação correta em compridos, mais instável em curtos, mas ainda assim, a deixar duas bandarilhas de grande nível.
Andrés Romero foi autor de um dos ferros da noite. Isolado e a pena é essa. As cambiadas por vezes são traiçoeiras e nem tudo resulta tão cingido quanto deveria, havendo também algumas passagens em falso.
Moura Caetano e depois dos compridos, surgiu na arena com o Campo Pequeno, mas rapidamente percebeu que não era exactamente “aquilo” que era preciso. Foi com o Gallo que conseguiu os melhores momentos, com um “cheirinho” de brega e remates vistosos.
Leonardo Hernández primou pela regularidade e desembaraço, enfrentando-se com o mais “mansote” da corrida, sempre muito focado nos movimentos fora da arena. Leonardo contornou com experiência, mas pouco mais que isso.
Importa ainda dizer, que o frio que se fazia sentir poderá ter retirado algum “ambiente” ao espectáculo, bem como a excessiva duração do mesmo, fazendo com que o público, a passo, fosse abandonando o recinto, numa saturação evidente…
O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Ricardo Dias, assessorado pelo Médico Veterinário, Jorge Moreira da Silva.



















































































































