A atividade tauromáquica em Portugal continental manteve presença significativa ao longo de 2025, abrangendo 63 concelhos e mobilizando 120 recintos licenciados, segundo o Relatório da Atividade Tauromáquica divulgado pela Inspeção Geral das Atividades Culturais (IGAC), publicado esta terça-feira, 30 de dezembro. O documento confirma a continuidade da prática como expressão do património popular, mas sublinha uma tendência de diminuição no número de espetáculos face a anos anteriores.
No decurso do ano, foram autorizados 167 espetáculos, dos quais 147 chegaram a realizar-se. Os restantes 20 foram cancelados, na maioria dos casos devido a condições meteorológicas adversas.
As Corridas de Toiros mantiveram se como a tipologia dominante, com 119 eventos, representando 80,95% do total realizado. No top três das tipologias realizadas surgem, por ordem de expressão, Corrida de Toiros (119), Festival Taurino (9) e Corrida Mista (10), somando 138 espetáculos, o núcleo central da época. q…
Entre os promotores, o top três ficou composto pelas empresas José Charraz – Atividades Tauromáquicas, Lda (17 espetáculos), Toiro com Arte, Lda (16) e RACG Sociedade Comercial, Lda, em ex-aequo com Toiros e Tauromaquia, Lda, ambas com 10 eventos promovidos. Em conjunto, estas entidades organizaram 63 espetáculos, correspondentes a 42,86% do universo anual.
No Toureio a Cavalo, categoria mais emblemática da tradição portuguesa, o top três dos profissionais foi liderado por João Moura Caetano, com 35 atuações, seguindo se João Ribeiro Telles Jr., com 25, e Francisco Palha, com 24. Entre os praticantes, a liderança foi partilhada por Manuel de Oliveira (8), em ex-aequo com Mariana Avó (8), seguindo-se Luís Pimenta (6). Nos amadores, destacaram-se João M. Gregório de Oliveira (4), Miguel Felisberto (3) e Tomás Moura (3).
No Toureio a Pé, o top três dos matadores foi encabeçado por Manuel Dias Gomes, com cinco atuações, seguido por Joaquim Ribeiro “Cuqui”, com duas, e por Diogo Peseiro e Pedrito de Portugal, ambos com uma atuação cada. Na categoria de novilheiros, sobressaíram Gonçalo Alves (2) e João Augusto Moura (1). Nos novilheiros praticantes, o top três ficou composto por Vicente Sanchez (3), João Fernandes (2) e Luís Silva (1). Entre os bandarilheiros, a categoria mais participativa do ano, o top três foi liderado por Duarte Alegrete (62 atuações), seguido por João Bretes (50) e por Jorge Alegrias Jr. (46).
Nos Grupos de Forcados Amadores, presença obrigatória nos espetáculos com toureio e símbolo de coesão comunitária, o top três das atuações foi liderado pelo Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira (18), seguindo se o Grupo de Forcados Amadores de Monforte (16) e o Grupo de Forcados Amadores de Alcochete (15).
No plano da direção de corrida, o top três dos Diretores de Corrida nomeados pela IGAC ficou composto por António Caeiro Santos, com 24 nomeações, seguido por Marco António Gomes, com 21. O top três dos Médicos Veterinários nomeados foi liderado por Jorge Moreira da Silva (39 nomeações), seguido por João Pedro Candeias (21) e por Carlos Maria C. Santana (22).
A distribuição territorial confirma o Alentejo como região mais ativa, com 82 espetáculos, seguindo se Lisboa (30) e Centro (29). No calendário mensal, agosto (45) e setembro (26) voltaram a concentrar a maioria da época.
Na fiscalização, a IGAC realizou 54 vistorias a recintos fixos e 25 ações inspetivas a espetáculos, das quais resultaram 16 autos de notícia por incumprimentos regulamentares e das regras do Livro de Reclamações. A aplicação das restrições de segurança entre barreiras, ao abrigo do Despacho n.º 3/IG/2022, manteve se e foi genericamente respeitada.
Sara Medina, Subinspetora Geral da IGAC, realça a colaboração responsável do setor e reforça a prioridade na segurança pública e no bem-estar animal, áreas acompanhadas em articulação com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária e com o Instituto Nacional de Estatística.

