Tarde de sol intimidado pelas poeiras africanas e calor a antecipar uma primavera que oficialmente chegou mas que veio ao que parece numa visita curta e fugaz.
Vila Franca apoia a tauromaquia incondicionalmente e a melhor forma de o fazer é “alimentando” o futuro… Novilhada popular integrada na semana da cultura tauromáquica e assim foi, com mais cerca de meia casa de lotação preenchida e direcção de Fábio Costa e do médico veterinário Jorge Moreira da Silva.
Importa repetir vezes sem conta, as que de resto forem necessárias, que Vila Franca, é em Portugal o exemplo maior de valorização de toureiros, reconhecimento pelas suas trajetórias, pelas tradições taurinas tão intimamente ligadas à cidade plantada à beira Tejo, de tudo fazendo para exibir o seu “amor” e gratidão à Festa dos Touros. Mais, isto é DEFENDER A FESTA DOS TOIROS e o resto são cantigas de embalar… mas que se embalem todos, porque nós por cá, apenas informamos, sem misturar papéis, sem nos imiscuirmos em temas que não são nossos.
Se isto hoje, em Vila Franca, não foi defender a tauromaquia, então o que será?
O primeiro de Santos Silva foi lidado por Nelson Lavajo, com muitas incongruências pese embora não tenha tido um fácil comportamento. Exagerado número de toques nas montadas, alguns erros de leitura das características do oponente, resultando a sua prestação em irregular, sem música e a motivar alguns “pitos“.
O segundo da mesma ganadaria e também para a lide a cavalo, exibiu semelhante comportamento face ao anterior, fazendo com que Mariana Avó sentisse falta de acoplamento ao astado. Cumpriu como pôde, sem brilhantismo e sem música.
A ambos os jovens cavaleiros não foi concedida volta à arena.
Rodrigo Camilo e Miguel Faria efectivaram pegas ao primeiro intento, vestindo a jaqueta dos Amadores de Vila Franca.
Jairo Lopez, da Escola de Toureio de Citar foi o primeiro espada a pisar a arena vilafranquense. Não foi seu o dom de mudar o rumo da história no que a irregularidade diz respeito, sentindo nas inúmeras perdas de muleta e voltaretas a crueza da sua vinda à Palha Blanco.
Recebeu à porta gaiola resultando abalroado, esteve solvente nos dois últimos de três pares de bandarilhas e na muleta, dificuldade em cruzar-se com o “inimigo”. Não deu lhe foi concedida volta.
Com um novilho menos complicado mas também com maior solvência no labor, saiu à arena para a lide do quarto, Joaquin Manzur.
Duas limpas largas de joelhos em terra e pares de bandarilhas deixados com descrição.
Na muleta conseguiu maior ligação, escutando música como prémio e também volta à arena.
A João Mexia, da Escola de Toureio da Moita, custou trabalho fixar o novilho andarilho e mansote que lhe tocou em sorte. Desde cedo procurou tábuas, obrigando o espada luso a correr atrás de passes isolados, dos quais se destaca uma série curta de “ayudados“. Actuação sem música
O melhor estava guardado para o fim. Novilho com potabilidade, colaborante… Bem mas bem João Fernandes, da Escola José Falcão a receber o oponente com um fantástico e completo “saludo capotero“, marcado pela sobriedade e em simultâneo, variedade.
Cumpriu perfeitamente em bandarilhas e bem, muito bem com a flanela rubra. Toureio maduro, com graça e maneiras, com passes por ambos os pitons e uma boa mão esquerda.
Ouviram-se talvez os primeiros olés e os mais convictos, também!