A Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos abriu as suas portas pela primeira vez na temporada e também pela primeira vez sob a batuta da Toiros com Arte para receber uma corrida de touros, realizada por ocasião da Feira do Porco.
O tempo soalheiro deu as caras a uma corrida que se “vendeu” como perigosa, mas não foi; que se vendeu com um carro, mas que, na sua essência foi como tantas outras… Vejamos, aprendamos e retiremos as necessárias lições… A tauromaquia precisa de ser competitiva na arena, precisa de qualidade, diversidade, nomes de postim, mas com competição entre os intervenientes. Tudo o resto são fait divers e estratégias já estão todas inventadas e algumas delas, promoções mais que obsoletas, insultuosas para com um grupo de forcados que merece respeito. A empresa não tem culpa? Tem! Quem não desmente, consente. E as ambulâncias afinal, desnecessárias…
Um terço de entrada forte e foi isto, com o sorteio de um carro pelo meio, ganho pela titular do bilhete com o número 2535.
Em termos artísticos, pouco, muito pouco…
Luís Rouxinol lidou o primeiro toiro da corrida, de forma muito correcta, sobretudo até ao momento em que o toiro se rachou, não “oferecendo” a mínima possibilidade de coisa alguma. Terminou com um palmito.
Filipe Gonçalves, agora menos visto que outrora, deixou constância do seu toureio completo, ainda que mesclando bons momentos na brega, a duas pista, com toques nas montadas aquando das saídas das sortes. O melhor da sua passagem pela arena montijense chegaria com um bom par de bandarilhas e um palmito.
A João Moura Júnior coube lidar um toiro com um comportamento semelhante aos dois primeiros, com mobilidade mas sem transmissão e sem “ajudas” extraordinárias. Moura Júnior cumpriu com a ferragem inicial, para em curtos citar de largo e atacar o toiro com batida ao piton contrário. Terminou com um palmito.
Marcos Bastinhas “bebeu da mesma sorte” que os seus colegas de cartel, tendo por diante um toiro mansote e que apenas muito “estimulado” reagia, ainda assim com tiques de oponente que não deseja luta alguma. Marcos cumpriu com vontade e vivacidade , deixando com afinco mas sem brilhantismos a ferragem habitual.
A Duarte Pinto as coisas não correram de feição e sem que fosse uma lide má, foi uma actuação pautada por alguma falta de conexão com o público, um forte toque na montada, mas também claro, alguns bons ferros que fizeram ‘sonar la música’.
No que a lides equestres concerne, a tarde ficou rematada com a lide do mais jovem toureiro em cartel, Joaquim Brito Paes e em simultâneo, foi dele a actuação que mais mexeu com o público.
Bem em compridos, curtos, saindo a rematar as sortes com brega ladeada.
As pegas foram consumadas, em solitário, pelo Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromáquica do Montijo.
Pela ocasião da comemoração do seu 65º Aniversário de fundação, fardaram-se actuais, mas também antigos elementos da formação.
Para a cara dos toiros, em efectivações ao primeiro intento, foram: Joel Palma; Armando Costa; e, à segunda tentativa, Márcio Chapa (antigo cabo); Luís Carrilho (cabo actual), sendo que nesta pega e já sem risco de se desfazer saltaram mais seis forcados à arena, numa moda que dura, perdura e não se entende; Pedro Galamba com uma tentativa, dobrando as duas iniciais de Tiago Feitor e; Pedro Tavares à segunda tentativa.
Lidaram-se seis touros da ganadaria Fernandes de Castro, com trapio dentro do exigível, com comportamento desigual, na generalidade a não oferecer facilidades.
O espectáculo foi dirigido pelo Delegada Técnica Tauromáquica Lara Gregório de Oliveira, assessorada, pelo Médico Veterinário, Jorge Moreira da Silva.
Fotos: João Dinis
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