Esta semana, ou melhor, por entre sexta, sábado e domingo, ou seja, fim de agosto e início de Setembro, houve uma panóplia de corridas de touros, em duas ou três regiões distintas do nosso país.
Praças de primeira, de segunda e até mesmo desmontáveis e em todas elas, são comuns mínimos de 25 euros no custo dos bilhetes.
Falando com um ou dois empresários da nossa “praça”, as opiniões são unânimes e sabemos que têm razão. Organizar um espectáculo tem custos, semelhantes independentemente da categorização do tauródromo e até da qualidade do elenco.
Até aqui, tudo certo e repito, sabemos que têm razão. Estamos por dentro dos valores, das obrigações, dos custos.
Mas então vejamos. Se não podemos mudar os custos, então que se melhore a qualidade do espectáculo que se oferece pelo mínimo de 25 euros e em muitos dos casos, um máximo de 80 euros.
Pó! É o novo vírus das praças de touros.
Em cerca de 40 anos a frequentar tauródromos, constato que o problema nunca esteve tão grave quanto agora e que nunca foi tão recorrente seja em que praça de touros for. Bem sei e muitos dirão isso, que este não é um espectáculo de bailado num salão à prova de factores externos, mas, a verdade é que pode ser feito sem pó, ficando-se o “tratamento de beleza” pelos mínimos exigíveis e que todos nós entenderemos.
Este vírus, ataca desde a praça desmontável até ao Campo Pequeno. É incompreensível. É inaceitável. É inconcebível que se vejam pessoas a sacudir as suas roupas no fim de uma corrida, ou a limpar com toalhetes as suas malas, sapatos e demais acessórios, na tentativa de ir jantar, sair à noite e manter o nível que se apregoa neste mundo.
A resposta de que o cavaleiro “a” ou “b” não deixaram regar já não funciona. Quando se incomoda o público, incomoda-se o motor da Festa.
Outras das questões que é “viral”, é o lixo e sujidade que se encontra numa praça. Bancada suja, com “restos” de outros espectáculos, folhas trazidas pelos ventos, beatas de cigarros já descoradas pelo tempo e em fase de decomposição, cascas de pipas, pacotes de pipocas e batatas… Repare-se que em Portugal os festejos, na sua maioria e numa mesma praça, distam cerca de um mês… mas o lixo está lá. É aí que é suposto colocar uma mala de uma senhora, é onde é suposto que umas calças claras se sentem… nas barreiras ou outros muros, amontoam-se as casas apalaçadas das aranhas e, as cagadelas de animais voadores.
É isto que queremos que compita com o futebol, com o teatro e outras vertentes de entretenimento?
Perguntem por favor como se faz em Las Ventas e aprenda-se algo.
É só um conselho!