Não falo da importância da corrida ou do que nela se passou porque isso, são outros “quinhentos” mas falo sim, da importância do “estudo” da tauromaquia e das suas potencialidades para que cresça e evolua sempre no melhor sentido…
A Moita, a sua Daniel do Nascimento e as Festas em Honra da Nossa Senhora da Boa Viagem, padecem e padeceram sempre das suas ingratas datas pós-férias e pré-escola… Os cálculos frutos das despesas provenientes dos acontecimentos citados atrás tornaram sempre o preenchimento das bancadas uma incógnita para qualquer empresário.
Antes mais espectáculos, antes à tarde e agora, menos espectáculos, à noite e com uma data a fixar. Ao Sábado a corrida última do certame parece funcionar melhor… dois terços de entrada numa experiência que neste e só neste âmbito, funcionou.
No que concerne ao espectáculo e resultado artístico propriamente ditos, a história é outra… Tudo benzinho, mas nada para recordar daqui a uns dias.
Os toiros de Campos Peña não colocaram nada de nada, muito pelo contrário. Parda apresentação, fraqueza de intenções e de forças e mansidão ao rubro. Tocaram em “sorte” a Gilberto Filipe, Manuel Telles Bastos e Miguel Moura e estes três toureiros, nada mais puderam fazer que contornar os sinais pode demais evidentes de que nada havia a fazer…
Gilberto deu um ar de graça com um violino e uma bandarilha sem cabeçada; Manuel Telles tentando imprimir correcção à função e Miguel Moura claramente sem toiro que recorresse o recorrido que pretendia, destacando-se num comprido em sorte de gaiola.
No que concerne aos Veiga Teixeira, a “coisa” e por comparação melhorou substancialmente. Mais movimento, mais de tudo… Com eles enfrentaram-se João Moura Caetano, bem com a sua costumeira classe moderna, com sobriedade e brega a duas pistas, aproveitando tudo o que tinha de potabilidade face ao oponente; Emiliano Gamero numa das suas mais ponderadas exibições em Portugal, com as suas “mexicanadas”, ritmo e alegria importantes numa noite morna; e António Telles filho também com um primeiro comprido em sorte de gaiola e uma sucessão de ferros agradáveis com epílogo num palmito.
Por último, os forcados.
As pegas estiveram por conta dos Grupos de Forcados Amadores do Ribatejo, Moita e Coruche.
Pelos Amadores do Ribatejo, foram na linha da frente os forcados Leandro Madragoa, efectivando ao segundo intento e; Ricardo Regueira, à primeira tentativa.
Vestindo a jaqueta dos Amadores da Moita, pegaram Carlos Domingos, à segunda tentativa e; Fábio Silva a sesgo, com três tentativas dobrando a inicial de João César.
Pelos de Coruche, pegaram de caras o cabo João Prates, à primeira soberba tentativa; e Tiago Gonçalves ao segundo intento.
O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Ricardo Dias, assessorado pelo Médico Veterinário Jorge Moreira da Silva.
Fotos: João Dinis (CLIQUE PARA AMPLIAR)