Creio que não será errado dizê-lo, que o mundo está transviado.
A poucos dias de se cumprirem três anos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, o mundo apresenta-se instável, diria que doente e completamente, repito, transviado.
A pandemia por Covid-19 foi quiçá o ponto de viragem destas curvas e contracurvas comportamentais, às quais julgávamos estar livres. Livres pela evolução da mente humana e pelo despojo territorial fruto da globalização. Pensávamos nós, que uma fronteira era já uma questão menor… Só que não.
A agudização e agravamento das questões geoestratégicas, é evidente. Nada mais do que sempre foi. Eu tenho 5, mas quero 10, mas agora de forma visível e trágica. Mas ainda que não consiga os 10, nos meus 5 ninguém entra. É este o pensamento.
Se pensarmos nesta temática com a profundidade que se adequa numa reflexão que se exige, percebemos que é assim em tudo. Na tauromaquia não é diferente. Assistimos hoje, como desde há uns valentes anos a uma silenciosa e fechada máquina, onde ninguém entra e pior, que ninguém conhece em profundidade.
Por mim falo. Escrevo, comento o que me é visível e como calculam, vou sabendo de uns detalhes aqui, outros ali… insurgi-me sempre e fá-lo-ei contra a obscuridade do desconhecido. Um mundo que vive do espectador, do público e para o público, tem de ser claro, transparente e deverão poder entrar todos. A tauromaquia, ou melhor, as associações que a compõem e que pretendem defende-la, não podem ter parecenças à maçonaria. É demasiado perigoso que se insista nesta conduta.
O silêncio destas agremiações, não colabora com a transparência. A ter isto, é preferível não ter nada. Os acontecimentos últimos que envolvem agentes da Festa, têm de ser tranquilizados. Não repudiados, isso não importa. A um cidadão sem transvios, está inerente o repúdio. É mais que isso. É falar e tratar o futuro. Se isso interessar. Se não houver conluios. O silêncio, configura aparentemente um pacto. E é isso e da tauromaquia falo, bem pior que falar abertamente nas situações.
Dirão alguns que o TouroeOuro calou os últimos acontecimentos. Mas não, não foram os últimos. São todos os que envolvem personagens da Festa mas que em nada estão relacionados com a Festa. Mas o TouroeOuro está cá para não calar o secretismo obsceno em que as associações estão envoltas. A má publicidade pontual à Festa que de quando em vez vai surgindo, tem de ser “camuflada” com a verdade.
Nada a dizer? Nunca nada a dizer.
Nós por cá, preferimos dizer que a Prótoiro continua a não existir. Tinha, teve agora uma prova de fogo… E o que fez? O mesmo de sempre. Calou. Trocam-se os rostos, mas a conduta é sempre a mesma. O código secreto não mudou.
Nós por cá, continuamos a cruzada. Com a verdade que interessa não aos homens na sua vida normal ou transviada. Nós por cá, continuamos a dizer, coisas simples, como os forcados merecem respeito, sem se “vender”… Nós por cá, não “vendemos” a amizade, mas não a colocamos à frente dos interesses da Festa e o jornalismo, pode e deve ser cuidado. Jornalistas sim, acutilantes sim, mas com a preservação da Festa como foco. Não protegemos actores, mas não necessitamos de mostrar ao mundo aquilo que já foi amplamente noticiado. A tauromaquia é feita de pessoas que erram, que acertam, que são diferentes ou ditas normais. A tauromaquia, é feita de verdade, mas pode e deve ser transparente, sem que os tiques maçons sejam tão evidentes.
Vamos, voltamos e sempre com a nossa verdade.