Li, sim, porque interessa ler tudo o que se diz e escreve, que a tauromaquia está em versão troca de cromos… eu acrescentaria e estas afirmações são minhas, que os cromos estão sem cola, em cadernetas velhas e obsoletas. Cadernetas e cromos que já não acasalam, mas que ninguém ousa deitar fora, tal não é o amor “ao passado”. Ou talvez não, amor sim ao sistema que se pensa bem instalado… e está, infelizmente.
Vamos por partes.
Houvesse mais um apagão e talvez algumas corridas que não se realizaram, se tivessem realizado. O mau tempo anunciado nas plataformas para o efeito, tem cada vez maior nível de fiabilidade, mas têm as suas lacunas por entre as probabilidades e basta analisarmos o que choveu em cada uma das localidades onde os festejos foram anunciados e não se realizaram…
Aqui o cromo a colar não seria o do mau tempo, mas sim o do medo que o público “não metesse a cabeça na bilheteira…”. Se os cartéis tiverem força, mesmo com nuvens ameaçadoras, o público irá. Esta discussão interessa a alguém?
A corrida de Almeirim foi uma delas. Adiou-se e não é que no dia marcado inicialmente e hora do espetáculo, não caiu uma gota de água?
Pois é. Bastava ter feito uma consulta à ticketline e perceber-se-iria o real motivo. O mesmo que se viria a confirmar na segunda data, originando-se uma das mais fracas entradas da “era Rui Bento” e um dos mais pardos donativos à Santa Casa. Dou como exemplo os 48.000 euros anunciados no ano 2023, para os nem 3.000 deste ano. Mas o que realmente interessou, foi que o valoroso Borja Jiménez (e atenção más línguas que não estou a desvalorizar o mérito do diestro), cá viesse de forma a satisfazer “as amizades de Rui Bento” e claro também, o seu módus operandi na tauromaquia… commissions my friends, que a vida não foi feita para perder.
Quem ousará dizer isto em voz alta? Ninguém, mas em voz baixa circulava…
Cromos que continuam a ser velhos e só colam nas cadernetas dos avençados, que entendo, têm que continuar a colecionar estas folhas por muito velhas que sejam…
Até dizem que do adiamento de São Manços ninguém falou. Falámos e de todos os estúpidos adiamentos. Mas, no caso da colisão de datas entre Almeirim e São Manços, fiquei a pensar e com a dúvida se o cabeça-de-cartaz de São Manços não era o mesmo que e apoderado por Rui Bento… Confuso tudo isto. Ou não.
Voltamos à caderneta e ao fato de Luís Capucha ter dito numas declarações publicadas num jornal ribatejano, que “Os empresários são ao mesmo tempo apoderados de cavaleiros e agentes de cavaleiros e estão relacionados com meios de comunicação taurinos e blogs e formam um meio de troca de cromos que não facilita em nada o aparecimento de novos valores“… Na minha terra, sim porque sou alentejana de alma e coração, que se deve “chamar os bois pelos nomes”. A bem de todos, é preciso que se cole o cromo no espaço certo. Caso contrário, a caderneta perderá a essência. Diga Dr. Capucha a que se refere por favor? Será ao falecido Tauronews? Aquele órgão de comunicação que começou apoiado por uns para acabar com o TouroeOuro e que de repente, já tinha praças e de repente, já tinha toureiros?
Vá, sabemos que tem coragem. Ou fala então de quê exatamente?
Dr. Capucha. Cada cromo tem a sua “casinha” e desde miúda que aprendi que o cromo se cola em cima da gravura que lhe corresponde.
Na tauromaquia, nem sequer há frontalidade para admitir que continua a ser Hélder Milheiro a representar a tauromaquia lusa em encontros e fóruns onde se trata a tauromaquia e afinal não é a Prótoiro e os seus novos “boys“…
E crónicas de corridas? Chegámos finalmente ao tempo em que os toureiros apenas se promovem nas redes sociais com fotos de momentos inesquecíveis sem que haja a argumentação? Ou ficaremos todos como o mundotoro que por exemplo, diz que em Portugal triunfam os seus anunciantes, mesmo quando foram outros. Imagine-se por exemplo, que Paco Velásquez deu volta num toiro não lidado em São Manços. A sério que chegámos a isto?
Cadernetas novas. Cromos antigos ou vice-versa. Mas respirem. Está tudo muito bem!