A Moita e a sua Daniel Nascimento têm destas coisas. Quando descobrem um toureiro não admitem largá-lo. Mimam, dão o melhor e em troca, apenas querem isso mesmo, o melhor… É uma espécie de relação feiticeira aquela que mantém com os toureiros…
Tomás Bastos, tem agora na sua vida e ainda curta carreira, um feitiço chamado Moita. Uma porta grande no seu debute neste tauródromo e este ano, ontem aliás, outra vez.
Ambas as vezes, com justiça. E uma sociedade moitense que sabe ver, ler e avaliar como ninguém.
A sua primeira actuação foi a mais redonda, a mais coesa e com um mérito brutal. Bastos teve paciência com o astado de “marca” Talavante e com ele, rubricou uma faena onde não faltou absolutamente nada. Sobretudo onde não faltou ligação, passes por ambos os pitons em formato “tandas profundas e completas”, improvisos, de tudo… Público rendido, o mesmo público que já havia desfrutado com o capote e depois, o mesmo que levemente pediu bandarilhas mas que rapidamente se esqueceu, dada a qualidade com a flanela rubra.
Já com o Calejo Pires, manteve-se a qualidade e entrega do toureiro, a persistência e bem, de não bandarilhar, mas um toiro que teve um pavio curto e que cedo se rachou. Bastos não desistiu e foi atrás do remate do triunfo que o conduziria à saída a ombros, perante um público rendido, entregue e emocionado.
Marco Pérez não brindou à sorte e a sorte com o lote, não esteve com ele. Não fosse a sua qualidade compactada em tão jovem corpo e nada dali se teria arrancado. Se o Talavante nada permitiu, o Calejo Pires, foi mais ou menos a mesma coisa. Pérez sacou do ofício em ambos, deixou constância do seu toureio impactante e à vez, repousado, sobretudo em duas séries frente ao primeiro e noutra, frente ao segundo.
Resta referir, que o público entendeu o seu poderio e quis aplaudi-lo com o vigor que o menino toureiro merecia.
A cavalo, António Telles pai e filho, mas foi deste último a melhor exibição. Um primeiro comprido em sorte de gaiola, bom, e os restantes curtos de bom nível, numa exibição global pautada pela correção e coerência, bem como por uma “pontinha” de alegria como é seu apanágio. Terminou com um palmito.
António Telles não viveu na Moita a sua melhor noite. Houve desacertos iniciais e a restante passagem a cumprir com a ferragem da praxe. Destacou-se de forma positiva o terceiro curto.
As pegas foram consumadas por João César e João Pombinho, ao primeiro e segundo intento, respectivamente. Ambos os forcados vestiram a jaqueta dos Amadores da Moita.
A cavalo lidaram-se touros de Jorge Carvalho, com apresentação ‘q.b.’, com destaque positivo para o segundo e a pé, touros de Talavante e Calejo Pires. Destes não houve um bom, servindo melhor o lote de Tomás Bastos.
A Praça de Touros Daniel do Nascimento registou uma entrada de dois terços fortes, sendo o festejo dirigido com correção por Tiago Tavares e Jorge Moreira da Silva.
Nota: Antes do início da Corrida do Município, o Presidente da Câmara da Moita agraciou Pedro Marinho, da Sociedade Moitense de Tauromaquia.




































































































