Vila Franca – A mordaça serve a quem?

A liberdade de expressão

A história durou muito tempo, fez correr muita tinta, muitas opiniões e foi apaixonante, porque de repente o tema deixou de ser sobre o humor e passou a ser sobre a liberdade de expressão. Só que não…

Joana Marques, uma humorista desta era, deste tempo em que todos podem dizer tudo, inteligentemente tentou catapultar para seu interesse, o humor sem filtros, para a, repito, liberdade de expressão.

A vitória de Joana Marques, foi a vitória do humor, mas definitivamente não foi, a vitória da liberdade de expressão, ou pelo menos não, em todas as suas vertentes. Provavelmente desconhecedora deste meio, a entertainer disse que era uma vitória de quem criticava um livro, uma música ou um cantor, um quadro ou um pintor… e digo eu que Joana desconhece este meio, como a maioria da sociedade portuguesa desconhece. E desconhecem porque os intervenientes, não querem que se conheça, querem estar encerrados numa bolha reluzente, cujo tempo parou lá atrás, que não se modernizou e que apenas serve de ascensão (pasme-se) social a quem não tem méritos noutras áreas sociais mais abrangentes ou mais escrutináveis.

Ando nisto há tempo suficiente para saber, que para além da “vulgo” paixão, há uma sede de protagonismo bacoco e de vontade de exercer “mando”. Mando estúpido que não se usa, mando desajustado, surreal, que não cabe neste tempo. Isto se a tauromaquia não tivesse parado numa fase da vida em que tudo se comprava, em que tudo era manipulável, em que só se dizia aquilo que os pagantes queriam que se dissesse.

Como posso eu querer que um Bernardo da vida saiba o que é direito à liberdade de informar, se um dia, em Mourão, um agente da autoridade ficou a olhar para uma carteira de jornalista como um “boi para um palácio” e se um outro, ficou com MEDO das altas individualidades organizadoras do Festival do dia 1 de Fevereiro.

Tudo de acordo e limitado pela ignorância que afinal é um vírus bem mais perigoso que a Covid-19.

Chega!

Não, não vou falar de partidos políticos porque disso já cá houve aos montes e foi o princípio do fim, com assinatura lacrada com méritos a favor da Prótoiro. Começámos aí o declínio de uma festa manipulada, com a mania da perseguição que daria a alguém, o tal, o famigerado protagonismo e claro, uns cobrezitos.

A Festa, diziam eles, precisava de defesa. E nisso tinham razão. Precisava de defesa deles próprios. Mataram-na. Associaram-na a cores políticas quando assim não pode ser e ainda por cima, cores perdedoras… Mudaram-se. Porque lhes falta rigor, falta-lhes personalidade e confiaram-se a discursos tão eclesiásticos quanto gélidos e que caíam na perfeição por entre os tais ouvidos habituados a discursos simples.

Acabaram, porque ninguém sabe deles. Não protegeram nada, nem ninguém. Foram perdedores de todas as causas, de todas as obras que dizem ter iniciado e que o TouroeOuro foi destapando. Durante a existência Prótoiro, perderam-se praças como Póvoa de Varzim, Setúbal, Albufeira e outras a caminho… E Lisboa quê…?

A criação de órgãos de comunicação fantasmas

Rui Bento foi e é um coveiro da Festa. Não arriscou um “pêlo”, nem agora… Pelo contrário. Promoveu quem nele acreditou levado ao colo por um Campo Pequeno que parecia dar para tudo. Foi atacado, chantageado e cedeu. Ele saberá porquê e dá igual. O que sim me importa é que jogou em todas as frentes com o objectivo de acabar com um órgão de comunicação que nunca o chantageou, mas que nunca lhe aparou golpes. Não precisámos graças a Deus, de lhe pagar por fora para ir ao Campo Pequeno. Fez coisas bem? Fez! Mas não conseguiu acabar connosco. Nem nós com ele, porque borrifamos para isso. Fui à Nazaré sempre que quis. E não só quando achou interessante fazer uma publicidade com o TouroeOuro… Até hoje me assalta a dúvida como conseguiu a Confraria fazer uma mega publicidade com um órgão que no ano seguinte, anulou da sua vida. Não se terá questionado? Ah pois é…

Nasceu a Tauronews e a estrela Francisco Mira. Convidaram todos os pares, os inofensivos pares, menos o TouroeOuro… Estranho não é? Nunca tivemos nada com Francisco Mira, até que ele tivesse connosco. Francisco Mira forcado, porque o resto, nunca vi… Acabou, foi uma questão de tempo… vender cronicas, publicidades, cartazes e não vender coisa nenhuma, dá raia. Mas Mira conseguiu minar. Acha ele. Perdeu Rui Bento. Perdeu Mira, perdem todos.

Ficam sempre os mesmos e já lá vão 14 anos.

Valham-nos as Festas…

Ficam as festas. As Festas que dizem ser a “gala da gala”. Talvez e voltando ao início, fácil. A única grande oportunidade de aparecer em bom!

Ontem, na Chamusca, menos de meia casa. Com dois toureiros que… um triunfa isoladamente e sem “competencia, en castellano, vaya señores” e o outro, com responsabilidades no nome que transporta. Em Beja, ao mesmo tempo, seis toureiros e cerca de um quarto de casa. Não cativam? O público está farto? Já pensaram no poder de figuras que têm? No estado da Festa? Na crítica que tem que contar sempre o mesmo e quando divaga em defesa do aficionado, “é ameaçada”.

Valha-nos a Festa, ou melhor, a Gala! Aí triunfam todos. Aí, foram heróis.

Preocupem-se, porque isto é Vosso. Não nosso!

Vila Franca, os empresários “falidos” e os empresários betinhos!

Não tenho, nunca tive e tão-pouco terei alguma animosidade com a novel empresa de Vila Franca. Dá igual se é o empresário “falido” ou se é o betinho.

O que acontece e detesto injustiças, é que o “falido”, deixou obra, respeitou a trajectória da Palha Blanco e depois de 18 anos ao comando (com três de interregno), cometeu erros. Mas cometeu erros no fim… O betinho cometeu no início.

A primeira corrida de Vila Franca em 2025, a que não houve, entenda-se, foi uma bruta de uma confusão. O TouroeOuro, se bem se lembram, colocou-se não ao lado da empresa, mas da justiça e atacou de certa forma os toureiros pela falta de coragem de enfrentar um naipe de toiros para homens de barba rija. Não atacou Bernardo. Era a primeira corrida e pese embora o perigo de deixar Bernardo, completamente imberbe neste mundo, gerir “uma Palha Blanco”, havia que dar o beneficio da dúvida.

Sem gostar de críticas (que nem sequer foram feitas), o menino Bernardo, resolveu deixar de fora o TouroeOuro, não o acreditando para a primeira corrida da Feira de Outubro, desconhecendo totalmente, entre outras coisas, os direitos de um órgão de comunicação. Apenas desculpamos, porque das duas, uma. Ou está mal aconselhado, ou, é inconsequente, o que é mais perigoso ainda. E mais, “c—–” na alma de “instituições vivas”, como é por exemplo António Lúcio.

Inconsequente. Explico. A tauromaquia vive tempos perigosos, em que se sente o cheiro da última gota e o menino Bernardo, quer ajudar nisto? Pois que seja. A mim dá-me igual que tenha substituído Miranda pelos dois cavaleiros. Bem sei que a carteira importa. Mas afinal onde está a diferença para Ricardo Levesinho. Pensou na carteira? Pensou em não ser criticado? Pensou que era com vinagre que ia agarrar as moscas todas? Ou pensou mesmo que nos ia calar? Chatear?

Para finalizar, resta-me dizer sete coisas (só porque adoro o algarismo sete):

• A mordaça, é algo que não tenciono usar.
• Sempre que houver situações ilícitas e que as deva ajudar a denunciar para que a tauromaquia evolua, fá-lo-ei.
• Não comprei bilhete, porque o espectáculo passou a ser banal e jogava o meu clube…
• Liguei ao Bernardo para saber se tinha efetivamente recebido o pedido de acreditação, respondendo-me uma coisa qualquer que não entendi bem, mas que era algo do género “não tenho”…
• Não fiz nadinha do que fiz no passado. Identificar a empresa e blá, blá, blá… porque a justiça em Portugal é a que liberta doze pessoas que espancaram um casal…
• Coloquem-me em tribunal como tentou Mira e até nisto saiu perdedor!
• Mas vou fazer aquilo que sonho fazer há muito tempo e que a razão sempre me pediu para não fazer… a brincadeira, acabou aqui! E não, não é acabar com o TouroeOuro! Isso, NUNCA!