AS PROMESSAS QUE NEM SEMPRE CHEGAM A CERTEZAS
Deverá ser uma época de reflexão. Tem que ser preocupante para todos os aficionados e intérpretes desta “modalidade” que o rejoneo seja cada vez menos opção nas grandes feiras espanholas e a prová-lo, os mais de 250 espectáculos perdidos em cerca de 15 anos. O número é mais chocante, se pensarmos que muitos dos festejos perdidos foram em praças de importância, consideradas de primeira categoria.
A realidade mudou. Antes, os “mestres” lusos iam a Espanha para ganhar dinheiro, fazer temporada perto de outros públicos e conseguir aquilo que por cá era mais difícil tendo em conta o fraco poder económico do país. Iam também desconstruir a imagem num país com maior população e por isso, sempre ávido de ver “coisas” e/ou vertentes de um toureio mais clássico ou simplesmente distinto.
Este ano 2025, conta-se o debute modesto, em Madrid de Luís Rouxinol Júnior, uma presença feliz de Ana Rita e o resto, é preenchido pelos tio e sobrinho Fernandes, ainda aqueles que mais toureiam do lado de lá e feitas as contas, em palcos de maior postim, sendo as grandes referências de um toureio luso, em Espanha e França.
Houve, é evidente, outros cavaleiros a pisar arenas de além-fronteiras, mas com passagens que em nada mudaram o rumo da história da tauromaquia.
A pé, a coisa torna-se ainda pior. Pior porque é mais complicado sobressair com dignidade perante a quantidade de promessas que Espanha exibe a cada momento.
Tomás Bastos está no lugar cimeiro das promessas, mas esse lugar, conhece-mo-lo bem porque muitos por lá passaram. Exemplo disso João Silva “El Juanito”, infelizmente anunciando a sua retirada das arenas, confirmando que nada é garantido, nada é uma certeza.

