Estamos todos, católicos ou não, praticantes ou não, ainda meio que embebidos no espírito de positivismo trazido pelo Papa Francisco aquando da sua genuína vinda a Portugal, por ocasião das jornadas da juventude.
As mensagens aos jovens, foram inspiradoras até para os menos jovens, mas foram sobretudo e também, uma transmissão de resiliência e de coragem…
Mais ainda, a imagens da multidão no Parque Tejo, foram qualquer coisa de verdadeiramente emocionante. Todos unidos em torno de “qualquer coisa” comum…
Nós, os aficionados, taurinos, aprendamos algo com isto. É preciso alguém que em sentido obviamente figurado, se pareça com o Papa Francisco. Alguém que, à semelhança da obra de Francisco ao trazer e juntar fiéis em números absurdos, traga, para a tauromaquia, o interesse, a paixão e a vontade de aplaudir de pé como se não houvesse dia seguinte…
Em suma, a tauromaquia está em fase latente, diria que morna em demasia. Os aplausos existem muitas vezes por um único ferro, por simpatia, até por vergonha alheia em casos mais extremos. Precisa-se de paixão. É urgente.
Vejamos o que acontece em Espanha, onde os “periodistas” reclamam já a existência de mais toureiros como Roca Rey. E têm “eles” um Roca Rey… Foi Enrique Ponce. Vai El Juli… Vai no seu tempo (embora o seu tempo se confie que poderia ser tão maior). Morante até quando? Castella, Manzanares, Perera, Talavante… Toda uma geração sem seguidores ao mesmo nível.
Fica Roca Rey. A grande figura que leva o toureio às costas. Que fez apaixonar pelo seu tremendismo, que fez com que uns saíssem, outros chegassem e ainda outros, seguissem os seus improvisos…
Goste-se mais ou menos, o peruano trabalha bem o marketing, tem três palmos de bom aspecto, aparece nas revistas, rodeou-se de “amizades” mediáticas como Victória Federica… Isto faz renascer o interesse e colocar o toureio e os toureiros nas bocas do mundo.
E por cá? É certo que temos agora um João Moura Caetano a viver um “amor rosa” com a cantora e atriz Luciana Abreu e isso, aliado ao seu bom momento no toureio, deram um up ao mediatismo da e na tauromaquia. Mas é preciso mais. Alguém que leve consigo a irreverência, a imagem e a simpatia e educação para uma revista, para uma televisão e também e porque não, para um site taurino…
Precisamos todos de uma paixão.
Precisamos todos de alguém a quem seguir como fizeram os jovens com o Papa Francisco!
Mais importante que andar nos corredores da Assembleia da República, é criar conteúdos capazes de atrair massas. E se o conteúdo tiver de ser fabricado, pois que o seja.
Não são as desmontáveis que trazem glamour à tauromaquia, não são as corridas em que se juntam seis nomes em função de trocas e sobretudo, não são as organizações caseiras as que vingarão.
Como diria o Papa Francisco… “Não tenham medo…”, porque se têm medo de arriscar, não andam na Festa a fazer nadinha que não seja tirar uns trocos em proveito próprio.
Arrisquem na qualidade e um dia, pode ser que tudo mude…