O Coliseu Figueirense voltou a abrir portas, pela segunda vez na temporada, de forma a receber um elenco equestre rematado pelos cavaleiros Luís Rouxinol, Tito Semedo, João Moura Caetano, Gonçalo Fernandes, Miguel Moura e Luís Rouxinol Júnior.
Noite aprazível de verão, tendo em conta que o tauródromo se situa a escassos metros do ‘grande mar da Figueira’… A lotação preenchida na Praça de Touros da Figueira da Foz, calcula-se entre os dois terços fortes e os três quartos fracos, com o seu costumeiro ambiente.
A arte quando a há e é possível evidenciá-la, triunfa sempre e foi assim no Coliseu. João Moura Caetano e Miguel Moura fizeram o melhor da noite.
Abriu a função com uma actuação pautada pela regularidade, Luís Rouxinol.
Depois de cumprida a fase inicial de compridos, seguiu para curtos com uma montada que teve de substituir imediatamente pelo Douro, este último com maior disposição. Bem nos ladeios e par de bandarilhas.
Tito Semedo, alvo de Homenagem pelo cumprimento do seu 30º aniversário de alternativa, veio à Figueira com intenções de marcar pontos. Recebeu o oponente à porta gaiola, deixando a ferragem inicial com correcção, bem como as bandarilhas curtas, a um toiro que veio a muito menos no decorrer da função. Terminou com um palmito.
João Moura Caetano andou em grande nível na Figueira da Foz. Dois compridos e curtos de nota alta, com uma brega de grande profundidade e ladeios de beleza incontestável. Rematou cada ferro de forma “emplazada” denotando o momento de forma que atravessa.
O quarto toiro da ordem foi lidado por Gonçalo Fernandes, reivindicando na Figueira da Foz, mais oportunidades. Diria que não é melhor que alguns, mas não é pior que tantos outros. Correcto na sua prestação, deixando as bandarilhas com aparente facilidade, agradando ao público em geral.
Miguel Moura andou na Figueira, como nas outras praças, com o triunfo nas mãos.
Depois da ferragem inicial, bem cumprida, rubricou uma actuação de muitos quilates em bandarilhas. Brega da sua, tão própria, com remates das boas sortes, de grande nível, lidando sempre muito em curto, com beleza estética inequívoca e que o público soube reconhecer ovacionando de pé, pedindo mais um palmito a que já se havia somado outro, de alta nota.
Em fase de compridos, sofreu um percalço, aparatoso e a gerar algum alvoroço, mas que não passou de um susto…
Luís Rouxinol Júnior andou bem frente ao toiro que encerrou as lides a cavalo.
Depois dos bons compridos, seguiu para uma série de curtos de boa nota, numa exibição com raça e poderio, como de resto é seu apanágio.
As pegas estiveram por conta dos Grupos de Forcados Amadores da Moita, Azambuja e Académicos de Elvas.
Pelos Amadores da Moita, foram na linha da frente, em consumações ao primeiro intento Luís Chatinho e João César.
Vestindo a jaqueta dos Amadores de Azambuja, consumaram pegas Rúben Branco, à primeira tentativa e; João Gonçalves, à quarta.
Pelos Académicos de Elvas, pegaram de caras, Gonçalo Machado, à primeira entrada e; João Madeira, também à segunda tentativa.
Lidou-se um curro de toiros de Varela Crujo, com apresentação ajustada à tipologia do tauródromo, sendo que a tónica dominante foi a mobilidade, sem oferecerem facilidades.
O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico Paulo Valente, coadjuvado pelo Médico Veterinário, José Luís Cruz, sendo cumprido um minuto de silêncio em memória do ganadeiro Eduardo Guedes de Queiróz, falecido neste Sábado.
Nota: Durante o intervalo foram Homenageadas as “Peixeiras” da Figueira da Foz, com a presença na arena da conhecida Rosa Amélia.
Fotos: João Dinis