Ilustres as presenças de D. Álvaro Domecq e mais que justa as Homenagens a si feitas, bem como aos também rejoneadores Luís e António Domecq.
A empresa Ovação e Palmas tem primado por reconhecer trajetórias e proporcionar ovações às mais célebres personagens do meio taurino.
Toureiros e forcados brindaram aos Homenageados! E bem!
Álvaro Domecq, um Rei das arenas, como foi o Pai do máximo triunfador da noite de touros em Lisboa. Miguel Moura é agora e cada vez, o Herdeiro do Trono!
Corrida de Gala à Antiga Portuguesa é sinónimo de Campo Pequeno e ambas as premissas, são sinónimo de casa cheia.
Vamos ao espectáculo, com toiros de António Charrua, com trapio e em alguns casos até sobra evidente de quilos. Apesar deste facto, tiveram mobilidade ‘q.b’, mas corresponderam em contributo dado às lides dos toureiros elencados. O desempenho do segundo premiou o seu criador com volta à arena.
O Campo Pequeno teve um nome. Miguel Moura!
Continuo a ter de utilizar um adjectivo que creio encaixar-lhe na perfeição. Miguel é um toureiro esquisito. Pelo semblante, pela descrição entre barreiras, pelas feições, pelo carisma que tem… é silencioso, não é arrogante e nem é fanfarrão. Sente! Isso sim.
De repente, deste poço de sossego, nasce a obra. Sim, porque o que se assistiu no quarto toiro, com a assinatura de Miguel Moura, podia e devia ficar estampado numa tela, num quadro em nossa casa. Arte pura.
Uma sorte de gaiola a aguentar um parón do toiro. Limpa, emotiva, perfeita. Impunha-se música. Tocou apenas e só depois do primeiro curto, outro colosso de ferro, a que se seguiu outro, todavia melhor. E depois, começam os acabamentos do quadro pintado por Miguel, ladeios, improvisos, remates pela arena fora… o público em êxtase completo, toda uma praça em pé, feliz, até com olhos aguados, como o meu caso…
Duas voltas à arena. E a saída em ombros, com vista à Praça da República, teria sido o prémio para o toureiro cuja faena, foi a mais redonda de sempre.
Houve outras boas actuações. Luís Rouxinol a quem temos de gabar um primeiro comprido também ele de elevadíssimo nível. Depois outro e o poderio do Douro. Termino com um par de bandarilhas, um palmo e ovações sonoras.
Duarte Pinto esteve em bom no Campo Pequeno, “tocando a sua música”, que é o mesmo que dizer, o seu conceito. Com classicismo, deixou bandarilhas fruto de reuniões ajustadas, numa exibição alegre ainda que com a elegância que lhe é costumeira.
Pablo Hermoso de Mendoza esteve em bom, mas num plano muito mais discreto do que e habitual. Bem é certo, em crescendo e muito acarinhado pelas gentes que compunham a totalidade das bancadas. Sortes muito ortodoxas, com um “cheirinho” de brega a duas pistas…
Luís Rouxinol Júnior sorteou um dos menos “simpáticos” touros da corrida de Charrua. Boa porta gaiola, a raça do costume e um grande toque na montada que ainda assim não roubou moral ao toureiro. Nem sempre as sortes resultaram cingidas, mas, certo é que encerrou com dois palmitos de valor.
Guillermo Hermoso de Mendoza é de todos o toureiro menos visto em Portugal. Autor de uma sorte de gaiola limpa, tentou, tentou e tentou tirar água de um poço menos abastado que os restantes. Não esteve mal, mas não houve manteria de deslumbres, embora tenha levado à arena as montadas estrelas da companhia.
As pegas estiveram por conta dos Grupos de Forcados do Aposento da Moita e Amadores de Cascais.
Vestido a jaqueta do Aposento da Moita, foram na linha da frenteo cabo Leonardo Mathias, efectivando ao primeiro intento; João Freitas, também ao primeiro intento e; Martim Cosme Lopes, ao segundo intento.
Representando os Amadores de Cascais, pegaram de caras: Afonso Cruz, com uma boa pega ao primeiro intento; Rui Grilo, à segunda tentativa, na noite da sua despedida das arenas e; Carlos Dias, com pega fácil ao primeiro intento.
O festejo foi dirigido pelo Delegado Técnico Tauromáquico João Cantinho, assessorado pelo Médico Veterinário, Jorge Moreira da Silva.
Fotos: João Dinis