Moita – É português! É de Vila Franca! Chama-se Tomás Bastos!

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6° Toiro – João Silva ‘Juanito’ – Calejo Pires – 500 kg

Juanito nesta última lide da noite, pouco ou nada, se mostrou de capote, deixando um quite com a praça em total silêncio. De muleta e perante um astado que inicialmente saía solto e pouco transmitia e ao qual lhe faltou recorrido mas que em determinados momentos possibilitou ao toureiro deixar uma interessante série de derechazos, culminada com um passe de peito de valor. Pela esquerda, era mais suavón que o irmão de camada que compunha o lote do matador de Monforte, sem que contudo permitisse grandes alardes. Fechou, assim a noite, com uma atuação de menor som.

Destaque para Pedro Noronha por um excelente par de bandarilhas cravado, no respetivo tércio.

Juanito – Volta


5° Toiro – Rui Fernandes e Duarte Fernandes – Canas Vigouroux – 530 kg

Depois de um compêndio de toureio, voltámos à parte equestre do festejo para assistir a uma lide a duo do “clã Fernandes”. A vistosidade da brega a anteceder a fase de curtos foi um dos pontos de interesse desta atuação, a que se seguiram quatro bandarilhas curtas deixadas de forma consecutiva e sem tempos mortos que devem ter deixados os músicos da banda de cabelos no ar. O momento que se seguiu com a cravagem do quinto curto, pelo mais jovem da família em praça, após acentuada batida foi o momento mais destacado da atuação. Terminaram com dois palmitos após se adornarem na preparação das sortes.

Rui e Duarte Fernandes – Volta

G.F.A Moita – David Solo

A última pega da noite, a cargo dos amadores da Moita, foi realizada por David Solo, numa efetivação ao primeiro intento, havendo lugar a mais uma boa demonstração de como ajudar.

David Solo – Volta


4° Novilho – Tomás Bastos – Calejo Pires – 350 kg

O novilheiro vilafranquense, que se tem destacado em Eapanha, iniciou com capote, de boa maneira, com dois quites, um por verónicas, culminado com uma ‘meia’ e outro por gaoneras terminado com uma revolera. No tércio de bandarilhas, destaque para a postura toureira e para a cravagem dos dois últimos pares, deixados en su sítio, em reuniões ajustadas. Acabou colhido, após o segundo par, tropeçando na cara da rês, não havendo felizmente consequências dignas de registo. Que classe! A faena de muleta iniciou com três séries pela direita de muito bom gosto, onde a profundidade não faltou. A série por naturais não saiu tão fluída, dada a pouca transmissão do astado por esse pitón, mas meus senhores, inteligência e maturidade não falta a este jovem de 16 anos! Regressou à mão direita para deixar uma série de arrepiar, culminada com um passe de peito, que levantou grande parte do público dos seus lugares. Terminou com uma série de derechazos de joelhos em terra e com outra por manoletinas com uma classe absurda! Triunfo forte a gerar acordo total por entre o público presente! O novilho foi merecedor de volta pela qualidade demonstrada, sendo também ele aplaudido de pé!

Tomás Bastos – Volta e volta


3º Toiro – João Silva ‘Juanito’ – Calejo Pires – 530 kg

O matador português recebeu o primeiro de seu lote com uma larga afarolada de rodillas en tierra, seguindo-se dois quites de capote, o primeiro dos quais por verónicas terminado com uma ‘meia’ e o outro por gaoneras, terminando colhido, ainda que sem consequências a registar. De muleta, ‘Juanito’ iniciou com três séries de derechazos, sendo o segundo, aquele onde mais se luziu, para se seguir com uma série de naturais e outras com a mão direita. O toiro que até ao momento colaborou, e que se mostrou melhor pela direita, demonstrou ter pouca força por diversas ocasiões, mas foi permitindo alguns momentos de qualidade. Lide onde o toureiro mostrou sabedoria em relação aos tempos da sua faena. Fechou a sua atuação com uma série de manoletinas.

Destaque no tércio de bandarilhas para João Oliveira que deixou um primeiro par extraordinário.

Juanito – Volta


2º toiro – Duarte Fernandes – Canas Vigouroux –  505 kg

Duarte é um cavaleiro pouco visto, em Portugal, e por esse motivo alimenta alguma curiosidade nos cartéis em que surge. Deu lide a um toiro, mais alto de tipo, e que à sua saída mostrou vontade de se refugiar em tábuas, mas que acabou por vir a mais. Após um primeiro curto, onde a acentuada batida, tirou o oponente demasiado para fora no momento da reunião, o que motivou uma bandarilha de menor valor, o jovem desenvolveu lide em crescendo, ganhando confiança a cada ferro, batendo de forma mais controlada no momento antecessor da reunião, havendo acerto e cravagens cingidas. O remate das sortes, essencialmente após o quarto curto da noite, com duas piruetas ajustadissimas na cara do oponente, foram a cereja no topo de bolo para o reconhecimento do bom momento do ginete tributando-lhe calorosas ovações. Público de pé!

Duarte Fernandes – Volta

2a Pega – G.F.A Moita – João César

A segunda pega da noite foi concretizada pelo forcado João César, à primeira tentativa, numa consumação emotiva, onde o toiro saiu solto, havendo lugar a uma viagem dura, onde o grupo denotou bastante coesão no momento de ajudar.

João César – Volta


1º – Rui Fernandes – Canas Vigouroux – 510 kg

Coube a Rui Fernandes inaugurar a noite, numa temporada em que comemora o seu 25° aniversário de alternativa. Lidou o primeiro astado da noite, que denotou um comportamento bastante reservado e que obrigou o ginete a pôr bastante de si para que a sua lide chegasse às bancadas. Com o ‘El Dorado’ bregou com qualidade, quando o oponente lhe permitiu, dado que as investidas eram incertas, fazendo lembrar, o conhecido ‘pára-arranca’ alfacinha. Destacou-se na cravagem na terceira bandarilha curta, após citar em curto, bater ligeiramente ao pitón contrário e cravar en su sítio. Fechou a sua atuação com uma bandarilha mais emotiva e que causou som entre o conclave, não havendo lugar, todavia, lugar a uma reunião tão perfeita quanto desejável.

Rui Fernandes – Volta

1a Pega – G.F.A Moita – João Raposo

O jovem cabo da formação avançou na linha da frente, mostrando compromisso, efetivando a pega ao segundo intento.

João Raposo – Volta


Cortesias

A segunda semana de Setembro é vivida na Moita do Ribatejo de uma forma especial. Grande parte do povo tira a semana de férias para viver as suas festas na plenitude. Perante tal contexto festivo, a Praça de Toiros Daniel do Nascimento, abre hoje as suas portas para o primeiro festejo da feira taurina 2023, numa corrida mista, cujas lides equestres estarão a cargo de Rui Fernandes e Duarte Fernandes e a parte apeada pelo matador de toiros português João Silva ‘Juanito’ e pelo novilheiro Tomás Bastos. Pega como é tradicional, nesta primeira corrida da feira, o grupo de forcados amadores da Moita, capitaneado por João Raposo, lidando-se reses de Canas Vigouroux (a cavalo) e de Calejo Pires (a pé).

Já se realizaram as cortesias, contando neste momento o tauródromo com uma lotação a rondar a meia casa forte.

O espetáculo é dirigido pelo delegado técnico tauromáquico João Cantinho, assessorado pelo médico veterinário Dr.Jorge Moreira da Silva e pelo cornetim José Henriques.

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