Muito se tem falado neste órgão de comunicação sobre competição e que apenas ela, a competição, pode salvar o interesse dos aficionados pelos espectáculos tauromáquicos.
A tauromaquia, precisa desse “pica-pica”, dessa coisa a que se chama “triunfo” e que nem sempre surge, mas que quando presente, leva gente ao próximo evento…
Pois bem, este ano, quiçá como em outros, os empresários “picaram-se”, realçando-se os do costume e por ordem aleatória: Ovação e Palmas e Tauroleve. Mas… atenção à Toiros com Arte, a querer dar cartas e a sobressair por entre as demais organizações…
O toureio a pé, parece ter sido a estrela da companhia para estas três empresas. Levesinho com Juan Ortega, Talavante, Morante… A Ovação e Palmas com El Cid e Dias Gomes, depois da primeira intenção ter sido Morante e Cayetano e a Toiros com Arte, com a despedida de El Juli.
Se isto não foi competição…?!
Eu continuo a acreditar que Ricardo Levesinho, está longe da humildade de outros tempos, mas perto daquilo a que se chama um verdadeiro “ratón de la tauromaquia”. Se isto é bom? Claro que sim, desde que com estilo! Pois bem. Vamos aos factos menos subjectivos, porque são estes que contam: esta empresa tem as duas mais importantes praças do país, à excepção do Campo Pequeno. Esgotou ambas por mais que uma ocasião. Trouxe algumas das maiores figuras do momento, sendo que algumas pouco vistas nos últimos tempos, como Rui Fernandes e Diego Ventura, bem como, Talavante… Apostou e aposta no marketing, não segue ondas… é diferente! Continua a ser diferente, mesmo que não consensual.
Quanto a Luís Miguel Pombeiro e à sua Ovação e Palmas, ovaciona-se a galhardia de levar um Campo Pequeno por diante. Agora e mais que nunca, com um dissemelhante conhecimento dos primeiros anos e sobretudo, com mais categoria. Ainda assim e a culpa não é sua, percebe-se que é um tauródromo alugado, perdeu-se a chama, mas valem as boas intenções e a vontade, muita vontade de agradar aos aficionados. As restantes praças que gere, são diferentes e por vezes, com excesso de repetições, mas… é o que é e o que se tem.
A Toiros com Arte “pisou os calos” aos demais. Gosto do arrojo, mas pode ser mais e melhor… pode e deve apostar em boas campanhas. Faltou isso em algumas ocasiões em que a aposta na divulgação não foi na medida justa dos elencos apresentados. Damos como exemplo o primeiro espectáculo de Coruche em que se preferiu tapar um sector com uma lona, ao invés de promover (da maneira que quisessem…), o elenco escolhido por “eles”, cujo sucesso deveriam defender. A dupla de empresários tem ideias, dinamismo e simpatia que lhes dará longevidade mas com arestas a limar. Ouvirem-se a si próprios, ajudará!!!
Nunca esqueço as praças esgotadas da Messejana, com o habitual Rui Palma; e de Abiul, sempre a tentar fazer bem, com motivos de interesse a cada ano. Estiveram lá alguns dos melhores e isso, conta!
Terminamos este Balanço, com o espectacular gesto, de “homem antigo” levado a efeito por José Luís Gomes. Mais do que as suas correctíssimas organizações, conta-se o gesto de REPETIR uma corrida anulada ao primeiro toiro devido ao mau tempo. É isto que promove a festa, que credibiliza a tauromaquia e não a deixa cair em desgraça.
Em antítese, temos a Associação Sector 9, que na sua primeira corrida de Junho, se deu à confusão de permitir que milhares de aficionados vissem uma corrida aos bocados, ora debaixo da bancada, ora nos bares, sendo que daquele espectáculo, nada ficou na retina dos aficionados, que não fosse o dinheiro inglório gasto numa corrida que houve, mas pouco…