A Santa Casa da Misericórdia do Montijo confirmou em comunicada o notícia do TouroeOuro, de que o concurso lançado a 22 de dezembro, havia ficado deserto – sem interessados, e que irá na próxima semana lançar um novo concurso.
Em comunicado, bastante duro, a proprietária da Praça de touros Amadeu Augusto dos Santos, salienta que o caderno de encargos foi elaborado depois de ouvidas “todas as entidades do universo taurino montijense”, e a defesa dos agentes taurinos da cidade, como a inclusão de um dos grupos de forcados da terra em todas as corridas ou a inclusão de uma banda da terra em cada um dos espetáculos.
“A Santa Casa da Misericórdia de Montijo, a Praça Amadeu Augusto dos Santos, mas principalmente o Montijo, estão a ser alvos de um ataque sem precedentes por parte da APET”, afirmam na mesma missiva, acusando a APET de também no último concurso, realizado há dois anos, “vir a terreiro pressionar os empresários tauromáquicos a não concorrerem à Praça do Montijo”.
“A Santa Casa da Misericórdia do Montijo é a proprietária da praça e tem o direito de decidir quais as condições que coloca no caderno de encargos, a Santa Casa tem o dever de defender o seu património, o Montijo e todos os grupos e pessoas singulares ligadas à tauromaquia no Montijo”.
A Santa Casa questiona a quem interessará que o Montijo se mantenha sem corridas, demonstrando ainda que uma corrida no Montijo tem um valor semelhante a uma desmontável, e que o atual caderno de encargos contempla um conjunto de custos, como a limpeza da praça, custos com eletricidade e água, que o anterior imputava ao empresário, o que torna afinal o concurso, com valor mínimo de 100 mil euros por 2 anos, mais baixo que o anterior.
Acusando a APET de ignorância, a Santa Casa vai mais longe e afirma que “o que fica evidente nestes dois concursos que a Santa Casa de Montijo promoveu, é a falta de conhecimento dos empresários tauromáquicos em relação à Contratação Pública e uma difícil relação com a transparência de procedimentos.”.
A Santa Casa esclarece ainda que no concurso anterior existiram propostas superiores ao valor pedido agora, e que apenas não foram eleitas por que “mais uma vez, a difícil relação com um procedimento de contratação público e transparente fez com que houvesse concorrentes que não cumprissem as regras estipuladas”.
“Em síntese, a Santa Casa de Montijo entende que o caminho para defender a Tauromaquia passa por afastar comportamentos facilitistas, informais que promovem a obscuridade neste tipo de transações, só através de regras transparentes, iguais para todos e responsáveis é que a Tauromaquia será inatacável perante qualquer anti taurino. Nunca será a Santa Casa a dar armas aos inimigos da Tauromaquia para nos atacar com base em procedimentos opacos. Defender a Tauromaquia não passa por guerras de bastidores que acabaram neste boicote ao Montijo. A Santa Casa vai manter-se fiel à defesa do Bem comum das suas gentes, defendendo os Montijenses e as suas tradições.”
A Santa Casa do Montijo termina anunciando o novo concurso para esta semana, estando “totalmente disponíveis para dialogar com todos sem exceção, com transparência e responsabilidade, no entanto, não abdicamos do poder de decisão, dos nossos valores e não nos deixaremos intimidar por comunicados ou outros.”