Meu querido Miguel, permita-me que o trate com este afecto, aquele que verdadeiramente me habituei a ter por si.
Todos os que comigo convivem de perto, sabem que por si, nutro um sentimento meio esquisito, meio que de amor e ódio, meio que de regozijo por algumas genialidades que lhe reconheço e meio que com alguma pena sempre que o desaire se apodera de si. No fundo, creio que das duas uma e uma não consigo escolher: ou acredita verdadeiramente em certas coisas que diz e isso é perdoável porque isso se aproxima de uma patologia, ou, na verdade, é o seu instinto de sobrevivência, louvável é certo, que o faz optar por certos caminhos mais sinuosos, cujo trajecto e destino, já todos conhecem…
Todos ou quase todos, estão por dentro do vasto roteiro de desvios comportamentais que de, quando em vez faz. Todos percebem o que já nem o Miguel tem a capacidade de esconder. Mas eu, eu sempre o entendi…
Gostei de si de verdade. Até gosto!
Percebi sempre, a dimensão do que temos em comum. E temos, por muito que não o admita. Escrevi melhor e por isso noutros tempos elogiou? Fui mais aguerrida e por isso dizia que eu era a “Vera Lagoa dos tempos actuais”? Fui porreirinha porque saí de Setúbal para o conduzir à cadeia e agora, porque não lhe sou útil, sou uma víbora? Pois bem. Descodifico. Talvez tenha escrito com outra ilusão, é certo. Vivia num mundo muito mais rosa, os tais tempos de fildalguia que a tauromaquia atravessa… Fui mais aguerrida? Mais apaixonada? É certo, o sonho sempre comandou a vida… Fui-lhe útil em certos momentos? É certo, mas a verdade é que agora já ninguém perde tempo a chatear-se consigo e portanto, já nem os muitos processos judiciais de que foi alvo existem… Nem eu! Continuamos nesta relação estranha, numa luta constante, estúpida, a querer dar-lhe troco, quando os que me rodeiam dizem repetidamente que não vale a pena, que o caso é perdido e o respeito, uma miragem…
Miguel, na verdade sou-lhe grata. Creio que já lhe terei dito isto. Grata por me ter feito viver coisas giras. Por me ter ensinado que este mundo é assim… continua a ensinar-me, continua a mostrar-me que apenas neste mundo, se pode dizer que agora é branco, depois preto o que afinal, nem cinza era…
Miguel, dou-me ao trabalho, sim, ao verdadeiro trabalho, de perder uns minutos da minha preciosa vida, para descodificar de forma tão clara quanto possível, ponto por ponto do que escreve numa publicação a que brejeira e infantilmente intitula de “Madame Min anda a acordar muito exaltadinha…”.
Acho piada ao boneco. Isso sim. Tem graça e carisma e por isso, agradeço. Sei também que vindo de si, é normal! Afinal de contas, vive no mundinho do Tim Tim. O que tem, deixe-me esclarecê-lo é clinicamente apelidado de “infantilismo”. Percebo que mantém até hoje, o verdadeiro teor da patologia que atrás referi e que é, descrevo: “organização da personalidade que inclui traços e modelos de comportamento típicos de períodos anteriores da idade e não adequados para a idade atual da pessoa, manifestando-se mais articuladamente na imaturidade emocional e volitiva”. Ainda assim e porque um órgão de comunicação trata de informar, sinto-me no dever de realçar com pompa, quem é essa de muitas “bonequinhas” de que gosta.
Madame Mim é uma personagem da Disney, velha, maliciosa mas muito poderosa. Pois bem, diria que é uma descrição quase perfeita. Velha, talvez. É certo que já fui mais nova, mas preocupo-me por si, porque a diferença de idades que nos separa, uns 20 anos, deixam-no em condição de jurássico e consequentemente, desactualizado. Maliciosa, também! Sim, na verdade com a capacidade de ver as voltas que dão os que me rodeiam para obter benefícios. Poderosa, sim! Tenho o poder, de não me deixar afectar com as tentativas sempre erróneas dos Irmãos Metralha, aqueles que segundo a história, sempre querem tirar uma vantagem da Madame do cabelo roxo, cor de resto muito na moda este ano.
Pois bem. Feito o trabalho didáctico, seguimos para factos.
Erra quando diz que acordo exaltadinha. Não, acordo graças a Deus, bem-disposta, feliz, como sempre fui. Com problemas, como os comuns dos mortais, mas sempre pouco exaltadinha. Mal com todos? Óbvio que não. Quem lhe contou isso Miguel? Nem consigo estou mal, credo!
No segundo parágrafo do seu texto, refere que deveria tomar uma aspirina para me falarem nas praças de touros. Acha que isso é realmente importante? Acha que vivo à espera que me falem e que vou mais feliz para casa? É disso que é feita a sua vidinha? Isso fá-lo sentir importante? Julgava-o mais erudito. Julgava que sabia distinguir que a pessoa que lhe falava no sector 1, quando chegava ao sector 2 já me estava a dizer mal de si. A sério que não sabe que assim é?
Quanto às tempestades que semeio, é certo. Aí sim, dou-lhe razão.
Falar a verdade tem o seu custo. Pago! Mas vivo bem com isso. Sou eu que pago, ao contrário de si, a quem pagam uns tostões miseráveis para contar uma historieta de embalar… Portas de Praças de Touros fechadas? Oh Miguel. Vejo que o infantilismo do qual padece, lhe fazem crer que fui eu que fechei a praça de Setúbal, Póvoa, Albufeira, Viana de Castelo e por aí fora… As outras, estarão sempre à distância de um bilhete comprado. Quantos bilhetes comprou o Miguel nos últimos 20 anos? Compro e já me dei ao luxo de ter um bilhete “cedido” pela empresa e comprar um outro num lugar que mais me agradou. Quantas vezes fez isso? O que sim admite ter feito, foi virar costas porque num envelope não dizia Miguel Alvarenga e sim, Farpas. Estranho não é? Não é o Farpas a suposta marca que o distingue? Birra (outro sintoma do infantilismo) e bora para casa… Mas alguém acreditou nesta “fábula” contada sobre a sua última ida a Évora?
Seguimos para a questão da publicidade. Tem razão. A mim, ninguém me paga para dizer bem. Pagam anúncios ao TouroeOuro! Por respeito absoluto aos nossos “clientes”, não o colocarei aqui, mas a si, mostro-lhe quanto facturou o TouroeOuro nos 12 anos de existência.
Sabe qual é o seu problema Miguel, é que os seus pagamentos chegam em envelopes brancos (atenção, não me culpe disto, não fui eu que o enxovalhei publicamente…), com a nota que lhe quiserem dar. No TouroeOuro, garanto que pagam o preço que quisermos e a esse direito reservamo-nos com legitimidade. Quem tem, paga, quem não tem, não paga. Simples!
Quando diz que não falamos das corridas onde não temos a entrada que nos é devida num estado de direito, erra! Erra sempre e tanto que chega a doer! Dou-lhe um exemplo, de uma corrida promovida por Rafael Vilhais, em Salvaterra, onde actuava Diego Ventura. Comprei duas barreiras e escrevi. Dou-lhe mais exemplos se quiser… Quando não escrevo, é porque visto um critério editorial que tenta idolatrar a liberdade de expressão. Recorda-se quando não ia às corridas enquanto estava zangado com Rui Bento (tempos idos no Campo Pequeno)?
Quanto ao Fiat 500, pois é, talvez não me saia, embora goste muito de conduzir – carros! Mas continuo a dizer que não duvidava que lhe saísse a si.
Quando diz que escrevo com erros, acredita nisso Miguel? Penso que vão lá ler? Miguel, não exagere no infantilismo. Peça por favor a um dos seus filhos para lhe ensinar como vê o número de visitas do TouroeOuro. Rapidamente perceberá que os números fantasiados que pública diariamente, estão desajustados por serem tão pequenotes.
Diz não ler o TouroeOuro e vangloria-se de não ter o Canal OneToro. Motivo de orgulho? Um bom jornalista não deveria ler tudo? Mas mais uma vez direi o que acho. Lê, claro que lê. A rapidez das suas cópias é tão grande, que arriscaria em dizer que pode ser um dos nossos mais fiéis visitantes.
Sobre o Campo Pequeno, não duvido que saiba o que escrevemos e muito mais. As viagens que faz com o também meu querido amigo Luís Miguel Pombeiro, devem chegar e sobrar para dissertar sobre quatro ou cinco espectáculos naquela que foi a mais importante praça de touros do país. No entanto, como jornalista que é, deveria dar uso à ética.
A propósito de Montemor… aqui agrava-se a situação e é para mim motivo de preocupação. Infantilismo ou algo mais? Diz que soube da história toda. Presumo que quer dizer que afinal não copiou pelo TouroeOuro. Mas afinal, logo a seguir, diz que o TouroeOuro não sabia, nunca acerta ou algo deste género, esquecendo que afinal também sabia, que não sabia… ai Miguel, ridículas as suas tentativas, obsoletas tentativas de descredibilizar o TouroeOuro.
Diz também, que dou bicada aqui, outra ali e é verdade. Nisso somos igualzinhos. Eu, bico pelos meus direitos. O Miguel pela sua barriguinha.
Como gosto imenso de si, vou dizer-lhe uma coisa. Notícia de verdade. Esta não sabia!!! Ou sabia e não lhe deu jeito contar? O Mira, que diz que tenho poupado e é verdade (já explico os motivos), moveu, ou melhor, tentou mover contra a Madame Mim, um processo judicial, morto à nascença pelas ridículas alegações… Argumentos inválidos como a vida deste empresário/jornalista/apoderado, e dessa pessoa, não quero nem saber… Mau empresário e o tempo encarregou-se de mostrar, mau jornalista e o tempo mostrou que apenas vendem cartazes e o resto, é o resto mas que se preocupe quem de direito.
Sobre o Rui Bento admito que o Miguel sabe melhor com quem está a lidar. De verdade que sei, que o Miguel o conhece bem e a ameaça que faz, deve ter sido por si experienciada. Obrigado pelo aviso Miguel. Sempre a tomar conta de nós…
Já agora… Que decência foi a sua quando escreveu que o Rui Bento deveria ir a um psiquiatra? Já ouviu dizer que gozar com a saúde mental das pessoas é de mau tom? Mas repito, o Miguel conhece melhor o Rui Bento do que eu e se o disse, é porque sabe.
Outra coisa que o Miguel me ensinou, foi a assumir tudo, tudo o que se passar no órgão que dirigimos, mas leia com atenção. O texto que o irritou não foi de minha autoria. Dá igual. Aliás, tudo mas mesmo tudo o que escreve a meu respeito, dá igual. Estou literalmente alheia, indiferente ao que me chama ou ao que pensa a meu respeito. Sobre o TouroeOuro é diferente e já chega. Até chega deste palco que lhe dei agora, afinal de contas, não costumo dar cartas assim, com o jogo baixote que o Miguel tanto gosta.
Um beijinho
Sol!