Impossível escrever em Abril, sem que se aborde o cinquentenário do histórico dia que mudou a minha vida, a vida de quem nos lê… Dia abençoado para uns, dia amaldiçoado para outros e a verdade, é que foi uma página de mudança de capítulo em direcção a outros ventos… Falar de Abril, é não só falar de democracia, mas do direito de escolher aquilo que mais nos convém.
A Revolução que aboliu o Estado Novo e que viria da dar o mote para a implantação de um regime puramente democrático, deixou-me a mim, a todos nós, um direito do qual jamais poderemos abrir mão. A liberdade!
Jamais se poderá abdicar da liberdade em prol de um autoritarismo que nos prive de opinião. Afinal de contas, é isso que todos nós “reclamamos” na tauromaquia. A liberdade de existir uma cultura identitária e que distingue este país dos demais; a liberdade de escolha de fazer parte dessas manifestações culturais tão singulares e sobretudo, a liberdade de não condicionar a liberdade do outro, colocando em prática a liberdade de escolha de cada um.
Mais do que tudo o resto, eu quero poder decidir sobre a minha própria opinião desde que isso não signifique faltar ao respeito aos demais. Mas aqui, dou “uma no cravo e outra na ferradura…”. Será que essa liberdade existe mesmo?
Dou exemplos.
Porque não sou, nem nunca fui “yes man“, o ex todo poderoso do Campo Pequeno, desenvolveu um ódio de estimação comigo, connosco (e se os dele – ódios – são bons… veja-se o caso de Pedrito de Portugal que nunca mais pisou no Campo Pequeno enquanto este senhor lá esteve, passando o “espaço temporal” de o fazer) e nunca mais cumpriu deveres de não veto a órgãos de comunicação, atropelando um direito ímpar que é o da liberdade de expressão. Pois bem, acham mesmo que somos livres?
Agressões, ameaças por se ter escrito que o toureiro “a” ou “b” esteve em dia menos inspirado. Isto é fazer um louvor ao “25 de Abril”? Não, não é e portanto, aqui o mundo não são só cravos, ou melhor dito, não são só flores!
Pois pense-se que aqui, impera mais que a liberdade, um faz de conta de que tudo são lantejoulas, brilhos, categoria e educação… só que não!
Como ficar impressionada com isto, se um homem no mundo taurino se deixou chantagear até hoje com uma ameaça de se colocar a nu um suposto “lobby gay“? Que mal têm os gostos sexuais de cada um a ponto de valer uma “amizade” vitalícia… Vivemos ou não afinal, detalhes ditatoriais?
Festeje-se a Revolução, pelo menos no que à Liberdade de Expressão concerne! Feliz Abril!