Salvaterra – Despediu-se um forcado numa boa tarde de toiros

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Conheço o Pedro há muitos anos, integrava ainda o Grupo de Forcados de Agualva Cacém… o seu destino cruzar-se-ia com o Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo e em boa-hora assim foi. O Pedro revigorou a formação, deu-lhe categoria e colocou-a na rota da maioria das praças do país… Despediu-se das arenas um homem educado, com savoir-faire e classe, mas mais que isso, despediu-se de um grupo que sei que amou e que defendeu acima de quase tudo, ou talvez tudo!

Pedro Espinheira, pegou um toiro de António Silva à primeira boa tentativa, tendo como retaguarda, um grupo coeso e bem formado, passando em seguida o testemunho a Rafael Costa.

É mais que justo que esta crónica comece por aqui. Pelo desempenho e pela exibição desta formação com história.

André Laranjinha pegou o primeiro à terceira tentativa; Fábio Casinhas ao primeiro bom intento; Rafael Costa também à primeira tentativa; Dário Silva, à segunda tentativa e; Ricardo Regueira, ao primeiro intento.

Os toiros lidados nesta corrida concurso de ganadarias, apresentaram os ferros de Canas Vigouroux, devolvido aos currais por evidente congestionamento, substituído por um exemplar sobrero da ganadaria de Jorge de Carvalho, o exemplar a concurso de Jorge de Carvalho; João Ramalho António Silva; Prudêncio e David Ribeiro Telles.

Os prémios Apresentação e Bravura foram entregues a Jorge de Carvalho e António Silva, respectivamente, sendo o júri composto por António Vasco Lucas, Miguel Matias e João Carlos Oliveira.

Luís Rouxinol teve por diante, ainda que por breves momentos, um astado da ganadaria de Canas Vigouroux, que por estar desquadrilhado, teve de recolher aos currais. Assim sendo, Rouxinol lidou dois exemplares da ganadaria de Jorge de Carvalho, sendo que o segundo, por ser sobrero, não esteve a concurso.

O lote do toureiro de Pegões não foi extremamente simpático, sobretudo o primeiro, um pouco reservado e que pedia experiência… Rouxinol deixou de forma muito correcta a ferragem da praxe. Frente ao segundo, andou bem, alegrando um pouco mais a função, com ladeios na brega e desplantes, andando muito mais ligado ao oponente, terminando com um palmito de boa nota.

Ana Batista viveu uma tarde feliz na sua terra, na sua praça.
Frente ao primeiro, andou em tom “suave”, com bonitas e elegantes passagens, a lidar na verdadeira acepção da palavra. Reuniu bem, cravou bem. Lidou um João Ramalho e por último, um difícil e volumoso Prudêncio, que pediu contas, as mesmas que Ana fez e bem. Desta feita em tom mais guerreiro, lutadora e valente, deixando com extrema convicção as bandarilhas curtas, agradando ao público presente que muito a aplaudiu.

Marcos Bastinhas lidou exemplares de António Silva e David Ribeiro Telles e pode bem dizer-se, que foram duas espectaculares actuações, com destaque maior para a primeira, frente ao poderoso Silva. Marcos soube ler a pérola que tinha por diante, com transmissão e som, cravando três compridos de excelência, com emoção. Os curtos foram de grande nível, bem como a brega, terminando com dois palmitos de nota superior. Com o segundo, bons momentos também na fase inicial, bem como em curtos, tentando alegrar as sortes mas também com a preocupação de fazer bem o seu labor. Terminou com um bom par de bandarilhas, uma tarde que certamente recordará.

O espectáculo foi dirigido pelo Delgado Técnico Tauromáquico Fábio Costa, assessorado pelo Médico Veterinário, José Luís Cruz e, foi cumprido um minuto de silêncio em memória de Isidro Ricardo Silva.

Fotos: João Dinis
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