Acompanhe em DIRETO a corrida do Campo Pequeno

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Acompanhe em DIRETO a corrida do Campo Pequeno



8º Touro – Miguel Moura (Dr. António Silva – 586 quilos)

Foi com mais uma competente sorte de gaiola que o cavaleiro de Monforte recebeu o último da noite e que, neste caso, perfazia o seu lote. Volumoso, mas disponível para dar a cara à luta, o toiro serviu as intenções do artista.

Miguel Moura é um toureiro com menor facilidade em chegar às bancadas, não tem esse carisma inato e, por esse motivo, nesta festa tão complicada de entender, não tem tanta facilidade em impactar e causar esse tão falado soundbite. Após um pequeno deslize, ao passar em falso, no momento que antecedeu a cravagem do primeiro curto, o ginete partiu para uma lide plena de simplicidade e classe, sem excessos, culminando a sua passagem por esta importante praça de toiros, bregando com uma qualidade muito acima da média e cravando a preceito, junto a tábuas no seguimento de tão bonito momento. Terminou com a cravagem de dois palmitos, após uma sorte frontal ajustada e outra junto a tábuas onde consentiu um toque, desnecessário, na sua montada. O saber sair no momento certo é uma virtude e, neste caso, não o conseguiu. Ainda assim, sem que possa considerar um triunfo rotundo, destaque claro para o mais jovem de alternativa, esta noite, em Lisboa!

Miguel Moura – Volta

8ª Pega – GFA Coruche – João Prates

Respondendo ao repto lançado pelo cabo da formação alentejana, o novel cabo do grupo do Sorraia saltou à arena para pegar o último do festejo. Na tentativa inicial o momento da reunião não foi bem calculado, impedindo-se a efetivação. O silêncio, próprio do risco, de uma sorte tão incerta fez com que fosse audível a respiração do animal, desde as bancadas. A pega foi consumada por João Prates à quarta tentativa e a sesgo, com ajudas carregadas.

João Prates – Não foi autorizada volta

7º Touro – Francisco Palha (Dr. António Silva – 536 quilos)

O penúltimo da noite teve lide a cargo de Francisco Palha. Castanho de capa, tinha bom fundo e uma investida nobre, embora se distraísse com facilidade e fosse algo tardo de investida.

O cavaleiro entendeu por bem basear a sua série num conceito mais agressivo, atacando o oponente por diante, com velocidade excessiva, batendo de forma acentuada ao pitón contrário. Tem impacto quando resulta? Sem dúvida! Acarreta riscos desnecessários? Parece-me evidente… As passagens em falso que antecederam os dois primeiros curtos, bem como o forte toque consentido, mostram exatamente isso. A calma é amiga da perfeição e a verdade é que estas, nesta sua presença, não estiveram de mãos dadas. Terminou com dois curtos de nota razoável, uma atuação que foi muito abaixo daquilo que pode e sabe, que terminou, acertadamente, sem concessão de música por parte da direção de corrida.

Francisco Palha – Não foi concedida volta

7ª Pega – GFA Évora – José Maria Caeiro

O cabo dos amadores de Évora resolveu dar o exemplo e tentar pegar o sétimo da ordem e fê-lo, diga-se, com galhardia, ao primeiro intento. Após cativar a atenção da rês, José Maria Caeiro deixou-o arrancar-se e conseguiu uma reunião eficaz, que impediu por completo o oponente de tentar contrariar as suas intenções.

José Maria Caeiro – Volta

6º Touro – Rui Fernandes (Dr. António Silva – 550 quilos)

O colorado de capa, saído em sexto lugar, tinha o nome de “Docinho”. Não poderá considerar-se um “pastel de belém”, nem tão pouco uns “ovos moles”, dada a casta que possuía. Não denotou tão límpida investida, arreando quando via que conseguia alcançar as montadas, exigindo esforço por parte do ginete da Charneca da Caparica.

O primeiro curto é todo ele de bom nível, desde a forma como preparou a sorte, até ao momento da cravagem, que resultou cingido. A partir daí a lide decaiu, passando por uma fase de menor lampejo, frisando-se a ocorrência de um forte toque na montada, aquando da cravagem da segunda curta da série e de uma passagem sem conseguir concretizar a sorte. No momento que Rui Fernandes tencionava abandonar o recinto, após alguns pitos vindos das bancadas, a inteligência concedeu música (a meu ver, de forma errada), tendo a atuação sido concluída através da cravagem de uma bandarilha de boa nota à qual se sucedeu uma perseguição intempestiva, que resultou vistosa, dada a enorme velocidade que o animal imprimiu.

Rui Fernandes – Volta

6ª Pega – GFA Coruche – António Tomás

A pega deste sexto toiro esteve a cargo de António Tomás. Após uma primeira tentativa onde não logrou a consumação, dada a rispidez imposta pelo ‘Silva’, esteve brioso, avançou a passo, aguentou a pouca prontidão da rês, cumprindo, com qualidade, a papeleta no intento que se seguiu.

António Tomás – Volta

5º Touro – Rui Salvador (Dr. António Silva – 544 quilos)

Foi aplaudido por parte do público, aquele que foi o quinto toiro a sair ao ruedo, dado o trapio que exibiu, tendo cara e estando bem rematado de carnes. No primeiro tércio, mostrou pouca fijeza, dificultando o labor do homenageado.

Esteve lúcido, entendeu os atributos do oponente que tinha por diante, conseguindo levá-lo a seu belo prazer. A série de curtos foi deixada, maioritariamente, em terrenos de dentro. Rui Salvador, nesta fase da carreira, já nada tem a demonstrar e ainda assim não abdica de ir à luta! Público de pé a impedir a saída de um enorme cavaleiro do nosso país e a “obrigá-lo” a terminar com um ferro em sorte de violino, sob forte ovação!

Rui Salvador – Volta e Volta

5ª Pega – GFA Évora – João Cristovão

A quinta pega do festejo esteve a cargo de João Cristovão, do grupo eborense. Investiu de forma nobre, concretizando-se assim uma sorte tecnicamente perfeita no intento inicial.

João Cristovão – Volta

Nota: Ao intervalo foi prestada uma homenagem, por parte da empresa gestora desta praça de toiros e pelos grupos de forcados presentes, ao cavaleiro Rui Salvador, pelo cumprimento do seu 40º aniversário de alternativa, naquela que é a sua despedida da arena lisboeta. Foi igualmente prestada homenagem à representante da ganadaria titular esta noite, bem como, a José Pereira, antigo forcado de diversos grupos de forcados que pisam as arenas nacionais.

4º Touro – Miguel Moura (Dr. António Silva – 544 quilos)

Respondendo ao toureiro que lhe antecedera e elevando o festejo no que toca ao espírito competitivo, Miguel Moura recebeu o seu oponente através de uma sorte de gaiola, igualmente, impactante, aguentando uma saída que não fora retilínea.

Perante um oponente que, como os irmãos de camada saídos até então, mostrou mobilidade e possibilitou o desenvolvimento de faenas positivas, o cavaleiro de Monforte teve o mérito de lhe dar uma lide adequada. Bregou com enorme qualidade, trazendo o bom Silva, que se arrancava de todo o lado, na garupa da sua montada e logrou cravar duas bandarilhas curtas de boa nota. Encerrou esta sua primeira aparição, com muito público de pé a ovacionar uma lide, que embora menos impactante do que outras que se vêem por aí (dado as características que o ginete revela) teve uns patamares acima.

Miguel Moura – Volta

4ª Pega – GFA Coruche – João Formigo

A última pega desta primeira parte do festejo teve como forcado da cara, João Formigo, envergando a jaqueta de ramagens do grupo ribatejano. Na primeira tentativa, o toiro focinhou, de forma agressiva, impedindo-se desta forma a consumação. Na segunda tentativa a pega foi efetivada, revelando o animal o mesmo comportamento, que anteriormente demonstrara.

João Formigo – Volta

3º Touro – Francisco Palha (Dr. António Silva – 564 quilos)

Foi com uma sorte de gaiola de enorme mérito, com mão certeira, e que cria impacto imediato no conclave, que o cavaleiro ribatejano recebeu o terceiro da noite. A mão que anteriormente o elevara a um patamar superior, logo de seguida, acabou por o devolver ao nível inicial, dado o segundo comprido ter resultado bastante descaído.

A Francisco Palha tem de ser reconhecido um enorme coração. Deixou o toiro vir de largo, aguentando a sua investida e não fora o forte toque consentido, poderíamos estar agora a falar de um enorme curto a iniciar a série. A faena desenvolvida veio, consistentemente, evoluindo para patamares superiores, ajustando-se por completo a concessão de música por parte da inteligência, aquando da cravagem da terceira curta, dado a elevada nota que lhe deverá ser atribuída desde o momento da reunião até ao final do remate da sorte. Terminou com dois ferros de elevadíssima nota, levantando algum do público que se deslocou à capital.

Francisco Palha – Volta

3ª Pega – GFA Évora – José Maria Passanha

A terceira pega da noite esteve a cargo da formação alentejana. O astado avançou a passo, empenhando-se e investido de forma brusca, no momento de reunir. O forcado da cara esteve valente, mas um derrote lateral, impediu a entrada dos ajudas e, consequentemente, a efetivação na tentativa inicial. A pega foi consumada por José Maria Passanha ao segundo intento.

José Maria Passanha – Volta

2º Touro – Rui Fernandes (Dr. António Silva – 518 quilos)

Saiu com pata dos curros o segundo exemplar da ganadaria titular desta noite. Rui Fernandes recebeu-o, dobrando-se no centro da arena com a capacidade toureira que lhe é reconhecida. O oponente, embora por vezes procurasse o refúgio das tábuas, trouxe emoção à função, tendo teclas para serem tocadas.

A escassa presença dos peões de brega, por sua solicitação, permitiram que o toiro tivesse mobilidade controlada até ao último tércio (caso contrário ter-se-ia esgotado mais cedo), o que permite que o público se mantenha interessado ao que na arena se vai desenrolando. O ginete esteve elegante, preparou as sortes, respeitando os tempos do animal, conseguindo a cravagem de duas curtas de muito mérito, com as quais iniciou a série. Após um interregno, onde faltou alguma sintonia, no momento da reunião, com a ocorrência de duas passagens em falso, voltou a elevar o nível, cravando aquela que foi a bandarilha de maior destaque da sua atuação, ao aguentar a investida do toiro e cravar o ferro de alto a baixo como ‘mandam as leis’.

Rui Fernandes – Volta

2ª Pega – GFA Coruche – Tiago Gonçalves

A primeira presença da formação coruchense no albero lisboeta teve como protagonista principal, o forcado Tiago Gonçalves. Esteve ‘mandão’, suportando uma investida extemporânea da rês, reunindo com qualidade, destacando-se uma enorme primeira ajuda, que permitiu, autenticamente, travar o animal que já se preparava para fugir aos restantes elementos do grupo. A pega foi efetivada à primeira tentativa.

Tiago Gonçalves – Volta

1º Touro – Rui Salvador (Dr. António Silva – 522 quilos)

Após um brinde, com bastante carga emotiva, àquele que honrou ser seu apoderado durante mais de três décadas, José Carlos Amorim, o cavaleiro radicado em Tomar teve honras de iniciar esta que se prevê ser uma longa noite de toiros.
O astado que lhe fora sorteado mostrou mobilidade, permitindo luzimento no que toca às boas capacidades de brega, todavia no que toca ao momento da reunião, na fase inicial, as coisas nem sempre resultaram. O entendimento do oponente progrediu de forma favorável, com a permanência do binómio no ruedo, permitindo que a lide viesse em crescendo qualitativo, destacando-se dois curtos de boa nota, com cites frontais e onde o cingimento esteve patente. Rui Salvador terminou a sua primeira aparição, com semblante emocionado, cravando um ferro em sorte de violino, em terrenos de compromisso.

Rui Salvador – Volta

1ª Pega – GFA Évora – João Madeira

A primeira pega da noite esteve a cargo do mais antigo grupo acartelado. Perfilou-se na linha da frente o forcado João Madeira que se conseguiu fechar de forma competente ao primeiro intento, tendo um auxílio eficaz dos restantes elementos que o acompanharam.

João Madeira – Volta

Ganadeira – Volta

Cortesias:

Despede-se, esta noite, daquela que foi a Praça de Toiros da sua alternativa e de um local onde, em quarenta anos, logrou triunfar, aquele que é por muitos designado como o “cavaleiro dos ferros impossíveis”. Rui Salvador é uma figura consensual no mundo taurino e, esta noite, o Campo Pequeno encontra-se engalanado para lhe tributar uma justíssima homenagem.

O cartel dispensa apresentações. Rui Fernandes, Francisco Palha e Miguel Moura apresentam-se em Lisboa, na busca de uma atuação que os catapulte para um lugar de maior destaque, esta temporada.

As pegas da noite serão repartidas pelos grupos de forcados amadores de Évora e de Coruche, onde João Prates se estreia como cabo da formação. Lidam-se oito imponentes toiros, provenientes, igualmente no concelho do Sorraia, ostentando a divisa do Dr. António Silva.

Já se realizam as cortesias, contando neste momento o tauródromo com cerca de três quartos fortes da sua lotação, numa corrida que é dirigida pelo delegado técnico tauromáquico Ricardo Dias, assessorado pelo Dr. Jorge Moreira da Silva, sendo cornetim, José Henriques.

O cartel de hoje:

Praça de Touros: Campo Pequeno
Cavaleiros: Rui Salvador, Rui Fernandes, Francisco Palha e Miguel Moura
Forcados: Évora e Coruche
Touros: Dr. António Silva
Director de Corrida: Ricardo Dias
Veterinário: Jorge Moreira da Silva
Lotação: 3/4 fortes

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