A tarde deste Sábado, 19 de Outubro, resultou-me meio estranha… O clima estava convidativo, os bilhetes de bancada geral com preço apelativo e, o elenco, convinhamos, não era dos piores… Se falarmos da causa, essa então ganharia todas as praças cheias e do mérito dos beneficiados do Festival Taurino não cabem dúvidas. Os Bombeiros merecem “tudo e mais um par de botas”.
O que acontece é que a tauromaquia não vive de causas, vive de outros apelos e são esses que têm, urgem ser repensados.
A Amadeu Augusto dos Santos precisa ser revitalizada. É grave o que por ali se passa. Os que pensam, não dizendo “sonham” porque isso foi “chão que já deu uvas”, precisam delinear estratégias, pensar e repensar métodos de levar pessoas às praças. A falta de boas recordações, faz com os espectáculo vindouros sintam a falta de interesse e porque não dizê-lo, a falta de crença na qualidade dos festejos.
Disse-o muitas vezes, direi tantas outras, que um cartel sem motivos de interesse, não proporciona bons espectáculos e os que sentem, são os próximos, aqueles em que é legitimo pensar ‘epá eu não vou lá porque o outro em que lá fui, foi uma granda banhada…’.
Isto que atrás descrevo, não parece estar em consonância com o clima de festarola vivido na trincheira, em que por entre as famosas pipas tão do agrado dos empresários lá surgiam uns copos vindos detrás do burladero da empresa. Estranho?
A mim, que já cá ando há uns anos, entristece-me ver esta praça votada ao despovoamento. Pouquíssimo público, menos de um quarto de casa e os bombeiros eventualmente com uma homenagem que se ficou por… não sabemos. Ah pois, não se sabe qual o resultado do Festival. Talvez depois de feitas e bem as continhas.
Pergunto eu. Não é legítimo que quem compra um bilhete pela dita causa, saiba o montante doado? Talvez não…
Lidaram-se novilhos-toiros de António Silva, Branco Núncio, Pégoras, São Marcos e dois exemplares de Jorge de Carvalho. Nenhum sem lide, mas nenhum de bandeira, sendo que no que concerne à apresentação, nada chocante.
Abriu a função Miguel Moura, correcto no seu labor, ainda que sem resultar num triunfo sonoro. Seguiu-se Luís Rouxinol Júnior, quiçá o mais empolgado e empolgante da tarde, com uma função alegre e até com um ferro ou outro de muito boa nota.
António Prates andou de menos a mais, chegando mais ao público na reta final da função e; António Telles filho, também a lidar em crescendo, sem deslumbrar.
As pegas estiveram a cargo dos grupos de forcados da terra.
Pelo Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, pegaram de caras Pedro Galamba e Paulo Carvalheira, ao primeiro intento.
Pelos Amadores do Montijo, seguiram na linha da frente, Rúben Cardoso, consumando à segunda tentativa e Manuel Marques ao primeiro intento.
No Montijo houve toureio a pé e nesta matéria e pese embora a vontade de ambos os artistas, a “coisa” ficou-se a meias tintas.
Ambos, Nuno Casquinha e Gonçalo Alves foram receber os seus “inimigos” à porta gaiola e ambos, bandarilharam com solvência. No que concerne às respectivas faenas de muleta, destacou-se com ofício e técnica Nuno Casquinha, estando Alves também em plano muito positivo face à matéria-prima de que dispunha.
O espectáculo foi dirigido pela Delegada Técnica Tauromáquica Lara Gregório de Oliveira, coadjuvada pelo Médico Veterinário, Jorge Moreira da Silva.
Foto: Solange Pinto