Close Menu
  • Início
  • Editorial
  • Artigos de Opinião
  • Noticias
  • Crónicas
  • Galeria Fotográfica
  • Agenda
Facebook X (Twitter) Instagram
Touro e Ouro
  • Início
  • Editorial
  • Artigos de Opinião
  • Noticias
  • Crónicas
  • Galeria Fotográfica
  • Agenda
Touro e Ouro
Início » Vila Franca de Xira – Na Arena, a verdade não se esconde

Vila Franca de Xira – Na Arena, a verdade não se esconde

0
By Redação on 31 de Maio, 2025 Crónicas, Destaques
Share
Facebook Twitter Reddit Telegram Pinterest Email

Por: Rodrigo Viana

Antes de iniciar a crónica deste espetáculo permitam-me:

Caro Bernardo,

Com todo o respeito que a sua pessoa me merece enquanto ser humano e empresário do ramo tauromáquico, e já que não tive a oportunidade de lhe responder olhos nos olhos, como gostaria, dado que me virou as costas, escrevo-lhe agora, por este meio, de forma pública.

Sabe porquê? Não por querer “lavar roupa suja”, como se costuma dizer, mas porque “quem não sente, não é filho de boa gente”, e eu, na vida, pauto-me pela frontalidade e por valores assentes no bem e na verdade.

Sou defensor da tauromaquia. Defendo-o a si, aos toureiros, aos forcados, aos ganadeiros. Defendo todos aqueles que fazem desta arte uma expressão nobre, quando o fazem com verdade e respeito. Mas defender não significa calar. Apontar o que está mal não é atacar: é amar com exigência. Como dizia José Saramago, “a pior cegueira é a mental”, e há silêncios que se tornam cúmplices da estagnação. Dizer que algo pode e deve melhorar é, ao contrário do que possa pensar, um ato de compromisso com a causa.

Trazia na mente algo diferente. Trazia, talvez como fundo, “O Passeio dos Prodígios”, de Jorge Palma. Trazia a vontade de fazer justiça a um espetáculo com potencial. Mas, confesso, perdi a vontade. Se não me retirei assim que me estendeu o convite, foi por respeito à festa. Mas a sua frase — “Agora já pode escrever mal de nós à vontade” — deixou-me duas possibilidades de interpretação: ou acredita, absurdamente, que vim com a intenção de o prejudicar (quando fui dos primeiros a defender a empresa na estreia, mesmo apontando melhorias), ou acredita que com essa frase me condicionaria a escrever em seu favor, apenas para provar-lhe o contrário.

Permita-me ser claro: não me conhece. Mas pode conhecer. Uma simples pesquisa revelará quem sou, o que faço, e a forma como encaro esta arte e a vida. Como disse Fernando Pessoa, “Ser grande é ser incompreendido.” E, por vezes, quem fala com verdade, paga o preço do isolamento momentâneo. Estou habituado. Lido diariamente com projetos, pessoas, sonhos, numa das maiores indústrias a nivel mundial. Uns concretizam-se, outros nem por isso. E sei que a pressão e a ansiedade, muitas vezes, toldam o discurso. Por isso, não levo a peito. Compreendo. Não justifico, mas compreendo.

Agora que o nosso “passeio dos prodígios” — esse prelúdio antes do festejo — chegou ao fim, deixo-lhe estas palavras não como retaliação, mas como espelho de consciência. Que comece o espetáculo. Será bom? Será mau? Dependerá dos intervenientes que decidiu contratar. A arte é o reflexo de quem a executa, e será isso que ficará plasmado neste escrito.

Se não concordar com o que venha a escrever, faço já aquilo que considero digno de um verdadeiro homem: peço desculpa, antecipadamente, por qualquer mal-entendido ou desconforto que possa causar. Que saiba distinguir a crítica construtiva da maledicência. Que saiba ver em cada palavra a intenção, e não apenas o som.

Desejo-lhe a maior das sortes para a temporada que se inicia, embora reconheça que não começou como, seguramente, esperava. Quanto às suas desculpas, se entender oferecê-las, saberei recebê-las. Não por mim. Não por si. Mas pela Tauromaquia Portuguesa. Porque o seu futuro depende da união dos que a amam, mesmo que às vezes o amor se manifeste em forma de exigência.

Antes do início das cortesias, cumpriu-se um minuto de silêncio, embora sem qualquer anúncio prévio quanto à sua intenção ou destinatário. A ausência de informação no sistema sonoro do tauródromo que, aliás, também não permitiu ouvir as comunicações feitas pela empresa durante o intervalo deixou no ar a necessidade de melhorias neste aspeto.

Coube a João Salgueiro da Costa abrir a tarde quente, com um exemplar da ganadaria Condessa de Sobral, negro bragado corrido, muito aplaudido à saída dos currais pelo seu imponente trapio. Nos compridos, o toiro arrancou-se de largo, permitindo ao cavaleiro deixar uma bandarilha de mérito. Salgueiro apostou em cites frontais, esperando pelo toiro, que nem sempre colaborou. A atuação terminou sem o impacto desejado, ficando a sensação de que ainda havia mais por dar.

Na sua segunda atuação, enfrentou um toiro da ganadaria Canas Vigouroux, de menor apresentação e escassa transmissão, o que se refletiu numa lide algo insípida e desligada. A ausência de música evidenciou a falta de sintonia nesta atuação

Já o exemplar de Sommer D’Andrade impunha respeito pelo seu tipo e conformação de córnea, sendo justamente aplaudido. Demonstrou nobreza e qualidade, merecendo volta à arena, bem como ser destacado com os prémios de bravura e apresentação, em concurso. O cavaleiro aproveitou essas condições e protagonizou a sua melhor atuação na Palha Blanco. A concessão de música, contudo, pecou por tardia. A preparação para a terceira curta foi, aliás, um verdadeiro hino à arte de colocar o toiro para a sorte!

Do outro lado do mano-a-mano, Tristão Ribeiro Telles Queiroz surgiu com vontade de marcar posição. Abriu com um toiro da divisa Fernandes Castro, ensabanado e com excesso de peso, mas com muita vontade e mobilidade, um toiro colaborante. A lide iniciou-se com uma sorte gaiola, tendo o ginete controlado do início ao fim. O primeiro ferro curto foi de grande valor, apesar de os dois seguintes não terem resultado tão ajustados, com o último a cair na arena. Ainda assim, o jovem cavaleiro bregou com qualidade, mostrando entrega e aproveitando a oportunidade. Terminou com um ferro impactante, num momento bem enquadrado e executado com batida ao pitón contrário.

Após o intervalo, Tristão voltou a apostar numa sorte gaiola, que apesar de arrojada, resultou descaída. O toiro de Vale Sorraia, cardeno escuro, mostrou mobilidade e codícia, arrancando-se com prontidão. A série de curtos foi meritória, destacando-se o terceiro e o quinto pela emoção e entrega do binómio. Foi justamente ovacionado.

Encerrou com um toiro de Assunção Coimbra, flavo de capa, que nunca chegou a romper. O terceiro intento consecutivo de sorte gaiola não teve sucesso na cravagem. A série de curtos revelou-se a menos conseguida da sua tarde, embora Tristão tenha continuado a contar com o apoio do público.

No que aos forcados diz respeito, representando o grupo de Montemor, adiantou-se José Maria Cortes Pena Monteiro que citou de largo sendo o momento da reunião perfeito. No entanto, as ajudas não fecharam como habitual, permitindo ao toiro escapar. A pega foi consumada à primeira graças à convicção do forcado. Joel Santos tentou a terceira pega. O toiro avançou a passo, sem clareza na investida, adiantando o pitón esquerdo. A reunião não se concretizou na primeira tentativa. A segunda trouxe mais convicção, mas as dificuldades persistiram. Só à terceira, com ajudas mais carregadas, se consumou a sorte.
Vasco Ponce, com poder e entrega, citou com nobreza e executou com mérito à primeira muito boa tentativa.

Vasco Pereira, cabo do grupo local, deu o exemplo com valentia, enfrentando o mais pesado do concurso (705kg). A primeira tentativa parecia conseguida, mas o toiro derrotou com violência. A segunda tentativa foi estoica, com enorme mérito do forcado da cara e do primeiro ajuda.
Miguel Faria surpreendeu pelo estilo mais inusitado e popular, concretizando com garbo à primeira tentativa. Fechou a tarde,
Lucas Gonçalves, com chave de ouro: pega irrepreensível do inicio ao fim, ao primeiro intento.

A corrida foi dirigida pelo delegado técnico tauromáquico Rúben Fragoso, assessorado pelo Dr. Jorge Moreira da Silva e pelo cornetim José Henriques, numa corrida cuja lotação rondou o terço forte de casa.

Foto: Rodrigo Viana

Please follow and like us:
0
fb-share-icon20
Tweet 20
Pin Share20
Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Telegram Reddit Email

Artigos Relacionados

Dois dias de luto municipal em Jerez de La Frontera pela morte de Rafael de Paula, funeral amanhã no seu bairro natal

3 de Novembro, 2025

Roca Rey celebra dez anos de alternativa com tarde de emoções em Acho

3 de Novembro, 2025

Morreu lendário matador de touros Rafael de Paula

2 de Novembro, 2025

Festival dos Bandarilheiros cancelado por falta de GNR

2 de Novembro, 2025

Rui Palma apodera Luís Rouxinol e Rouxinol Jr.

1 de Novembro, 2025

Tertúlia Tauromáquica do Montijo inaugura nova sede a 8 de Novembro

1 de Novembro, 2025
Pesquisa
Mais recentes...

Dois dias de luto municipal em Jerez de La Frontera pela morte de Rafael de Paula, funeral amanhã no seu bairro natal

3 de Novembro, 2025

Uma orelha para cada um em Monterrey

3 de Novembro, 2025

Diego Sánchez corta a única orelha da tarde em Aguascalientes

3 de Novembro, 2025

Luis David Adame a ombros em Guadalajara

3 de Novembro, 2025
As nossas redes sociais!
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
Touro e Ouro
Facebook X (Twitter) Instagram
  • Contacte-nos
  • Estatuto Editorial
  • Ficha Técnica
  • Início
© 2025 TouroeOuro. Desde 10 de Junho de 2011. Todos os direitos reservados.

Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.