A empresa Tauroleve, de Ricardo Levesinho, veio esta quinta-feira, dar a “sua versão dos factos” sobre o cancelamento da corrida mista do último domingo, em Vila Franca de Xira, considerando que ““ameaças” , recusas e insistências” dos matadores provocaram o anulamento do espetáculo.
Leia na íntegra do comunicado da Tauroleve:
No passado domingo, dia 6 de outubro, na Praça de Toiros Palha Blanco estava prevista uma corrida de toiros mista onde atuariam os matadores de toiros Daniel Luque e Juanito, contratados pela empresa para lidarem toiros da ganadaria Nuñez de Tarifa por ambos solicitada, e nesse sentido foram pela empresa e representantes dos toureiros selecionados 6 toiros. O contrato foi devidamente assinado e foram cumpridas pela empresa todas as formalidades do mesmo!
Dos 6 toiros pré-selecionados, devido a questões sanitárias, apenas foram autorizados a deslocar-se para Portugal 4 exemplares que foram embarcados para Vila Franca com a indicação dos toureiros! Esta situação deu origem a que fosse necessário recorrer a ganadarias portuguesas para os toiros sobreros.
Nesse sentido, a empresa através de visitas a várias ganadarias conseguiu, uma vez mais, de acordo com os representantes dos toureiros, escolher um toiro da Ganadaria Condessa do Sobral.
No dia da corrida foram pela empresa apresentados à Direção de Corrida 11 exemplares para reconhecimento, considerando que estavam anunciados 8 toiros para lide a cavalo e a pé. Sendo a praça de toiros Palha Blanco de primeira categoria existe uma obrigação decorrente do Regulamento do Espetáculo Tauromáquico (RET) de 2 toiros de reserva (Artigo 49.º, número 1 do Decreto Lei nº89/2014 de 11 de Junho). A empresa apresentou 3.
No ato do reconhecimento dos toiros apresentados, foram aprovados para a corrida 10 toiros! 3 da ganadaria Ribeiro Telles, 3 da ganadaria Veiga Teixeira, 3 da ganadaria Nuñez de Tarifa e 1 toiro da ganadaria Condessa do Sobral, ou seja, tudo cumprido e garantido para a realização do espetáculo (8 toiros para as lides e 2 sobreros).
No já referido reconhecimento veterinário, foi recusado um toiro da ganadaria Nuñez de Tarifa por não respeitar o regulamento no que diz respeito ao peso mínimo exigido (Artigo 33.º, alínea a) do Decreto Lei nº89/2014 de 11 de Junho).
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Após as decisões relativas a inspeção e reconhecimento dos toiros a lidar a Direção de Corrida não aceitou as insistências dos intervenientes para reavaliação do toiro recusado, pelo motivo acima referido.
Após várias “ameaças“ por parte de ambos os toureiros que se iriam retirar, (inclusive que se em meia hora não fosse aceite sairiam definitivamente), chegou um momento em que os mesmos aceitaram tourear 3 toiros de Nuñez de Tarifa e 1 de Condessa do Sobral mas com a condição do toiro recusado ser o sobrero da parte apeada.
Esta situação não foi aceite pela Direção de corrida com base no anteriormente referido.
Após o continuar das referidas “ameaças” e recusas e insistências (durante mais de 3 horas de tentativas de consenso para garantir a realização da corrida) foi proposto pelos toureiros à empresa recorrer a ganadarias que se situam a mais de 150 kms e outras a 200 Kms de distância, sendo impossível consegui-lo pelo tempo restante para o início da corrida (hipótese colocada quando faltava pouco mais de 2 horas para o início da corrida! Na melhor das hipóteses conseguiriam sem confirmação final chegar após as 20 horas. Estas hipóteses, realce-se, uma vez mais, só existiram após todas as pressões e “ameaças” e já depois de lavrada pela direção de corrida a ata de cancelamento.
Deve-se igualmente referir a recusa por parte dos toureiros, de ganadarias da proximidade de Vila Franca de Xira, propostas pela empresa o que tornaria possível a resolução de toda a raiz do problema.
A empresa tudo fez para que a corrida se realizasse. Disso são testemunhas todas as pessoas que se encontravam nos curros, desde a direção de corrida, aos representantes dos outros cabeça de cartaz e todo o pessoal da equipa operacional da praça de toiros Palha Blanco.
Importa referir que o que provocou o cancelamento da corrida não foi a rejeição de uma RÊS mas sim a não aceitação por parte dos matadores de toiros em lidarem as reses aprovadas.
Quanto ao comunicado feito pelo matador Juanito, cabe à empresa repudiar as suas afirmações, considerando que meias verdades não são verdades!!!! E inverdades são puras mentiras!!!
Pede a empresa desculpas por ter permitido embarcar um toiro que não reunia as condições exigidas e por não ter tido, após o enorme desgaste de toda esta situação, e faltando pouco mais de 2 horas para o início da corrida, conseguir substituir os matadores.
O cancelamento do espetáculo provocou enormes custos financeiros e emocionais para a empresa numa corrida onde a expectativa de público presente era significativa perante os 2389 bilhetes até essa manhã já vendidos.
Uma Feira que se iniciou com um espetáculo fantástico não podia em nenhum momento sofrer este revés!
Decidiu a empresa, por parte dos seus representantes, comunicar esta declaração unicamente após o final da última corrida realizada de forma a em primeiro lugar conseguir a máxima tranquilidade possível para um acontecimento que felizmente foi pleno de emoção e de grande qualidade cheia de momentos emocionantes.