Confesso que tenho cada vez “menos paciência” para suportar aquilo em que querem transformar a tauromaquia portuguesa, a mesma tauromaquia em que tanto se fala “de verdade” mas aquela também em que querem enganar constantemente os aficionados…
A tauromaquia lusa está a fazer-me lembrar aquelas festas a que ia quando era jovem… um amigo arranjava-nos um convite, entravámos, bebíamos, divertíamo-nos e mesmo que o espaço tivesse gente a mais e mal se conseguisse respirar, as bebidas fossem mais gelo que bebida ou nem se conseguisse ir à casa de banho não iriamos dizer mal, afinal tínhamos sido “convidados” por um amigo ou pelo dono da discoteca, íamos lá agora dizer mal…
Já diz o ditado que “a cavalo dado, não se olha o dente”…
De vez em quando, em vez do zé povo pagante, os donos das discotecas, lá convidavam uns famosos para dar colorido e fingirem que lá iam todas as noites e que aquele, era mesmo o local da moda. A verdade, é que o fotógrafo que lá ia caçar a malta de copos na mão e de roupa típica de sábado, nas noites dos ilustres convidados, ficava à porta e entravam os das revistas cor-de-rosa.
E o resto das noites, lá voltava o parvo para captar não mais que o bonitão anónimo ou a loura ‘boazuda’.
Infelizmente, e no momento actual, a tauromaquia portuguesa está quase transformada numa festa privada… convidam-se uns artistas, metem-se os amigos e interesses na trincheira e o resto, longe da porta, não vão depois dizer que a coisa não foi bem assim!
Serve este paralelismo para dizer que nas corridas do “zé povo”, a imprensa tradicional/habitual tem lugar e nas feitas vips e privadas, entram os fotógrafos que os organizadores acham que venderão melhor o sucesso reluzente da dita festa e que não ousarão beliscar o tal brilhantismo.
Desde Domingo que a caixa de mensagens do TouroeOuro foi verdadeiramente inundada de mensagens de leitores que procuravam saber informações da corrida da Moita, primeiro o Direto e depois a Crónica e a Reportagem Fotográfica da corrida que se realizou na Praça de Touros Daniel do Nascimento.
Porque no TouroeOuro somos mesmo sérios e respeitadores, e por isso exigimos igual tratamento, não podemos compactuar com situações como a que vivemos na Moita.
O empresário Ricardo Levesinho, de quem se fala ter um “plano” para chegar ao Campo Pequeno, mas isso já lá iremos, decidiu não conceder um acesso à trincheira ao fotógrafo designado pelo TouroeOuro para realizar a cobertura do espectáculo, concedendo-lhe um “bilhete” sem lugar e sobretudo sem condições dignas para realizar o seu trabalho.
Falamos, atenção e repetimos, de um fotógrafo profissional, com carteira jornalística e a representar um órgão de informação devidamente legalizado e reconhecido pela ERC, que paga impostos e que tem a sua periodicidade assegurada.
Questionado sobre a existência ou não de “passes de trincheira”, Rui Levesinho, referiu que o Director de Corrida (Fábio Costa), terá apenas concedido seis senhas de trincheira, insuficientes para todos os pedidos, tendo eles, promotores, que optar pelo “filtro” – ordem de chegada dos pedidos. A verdade é que estavam nada mais, nada menos, que ONZE fotógrafos na trincheira.
Já durante o decorrer do espectáculo, o mesmo membro da empresa, abordou Solange Pinto, perguntando quem era o fotógrafo do TouroeOuro e que, visto não haver inspecção, já poderia ceder a que o profissional em causa entrasse para o espaço entre-barreiras. Solange Pinto disse não querer que tal acontecesse, faltando apenas dizer, que o TouroeOuro não é um órgão clandestino.
Mais tarde, a Solange Pinto, Ricardo Levesinho justificou-se com “opções” mantidas pela empresa, dizendo que estava o Mundotoro, o Arjona e blá, blá, blá… (percebem onde entra a história lá mais acima…?) Vamos agora às opções…
– Fotógrafos sem órgão de comunicação;
– Pelo menos, dois fotógrafos, para o mesmo órgão de comunicação;
– Um grupo de miúdos (dança flamenca, que entraram a meio de uma lide, passeando pela trincheira);
– Total de onze fotógrafos;
E tudo, numa praça que a IGAC catalogou de eventual e por algum motivo, seria!
Sobre a corrida da Moita muito haveria ainda para dizer… da sobrelotação verificada na praça, que levou a que a GNR ordenasse o encerramento das portas, da trincheira completamente lotada de pessoas, sobre as quais o Director de Corrida terá feito “vista grossa” (mas a nossa câmara não), entre muitas outras questões… que certamente em nada prestigiam a festa ao contrário do que muita gente possa pensar!
Não precisamos falar pelos outros e a credencial do nosso fotógrafo, não tinha lugar atribuído…
Ah, já agora para concluir o tema Moita, a Feira de Setembro terá duas corridas mistas, uma encerrona e uma novilhada!
O TouroeOuro não está ressabiado (“não foi ressabiamento Solange”, disse Ricardo Levesinho à nossa Directora e os motivos desse eventual ressabiamento, que os comente Levesinho), apenas comenta e conta uma injustiça que até aqui, nunca havia sido cometida por Levesinho a este órgão de comunicação. Apraz-nos perguntar se além do ressabiamento que Levesinho se esforçou por dizer não existir, houve interesse em silenciar a opinião do TouroeOuro?
Verdadeiro sucesso foi a corrida de Azambuja, sem convites, bilhetes duplicados ou para as escadas, e que valeu uma verdadeira casa cheia de aficionados que se divertiram numa tarde de touros.
Terminando o tema, a tauromaquia continua, com cartéis de luxo e outros não tanto, com sucessos de bilheteira e infelizmente, petardos e sobretudo, com o TouroeOuro para comentar tudo, seja da maneira que for… não adianta! Entendam que não adianta tentar silenciar ou castigar pelos “erros” que os próprios cometeram… Esperar foi uma virtude nossa, mas tem limites e se isso constituiu um veto na trincheira, pois que seja, porque a dignidade, jamais terá preço!
Outras novidades…
Diz-se tanta coisa… mas diz-se que António Nunes estará muito próximo de apoderar João Salgueiro (pai), que João Maria Branco pode regressar em breve às arenas, que alguns empresários taurinos, com a Prótoiro à mistura, andam loucos para se ver transmitir para Espanha….